quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dilma diz que não há limite para investimento em educação

20120124195331Na cerimônia de posse dos novos ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a presidenta Dilma Rousseff disse que aprendeu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a não subordinar as decisões em relação aos investimentos na área de educação a critérios meramente econômicos. Segundo ela, a regra do jogo era não ter limite para os investimentos nessa área.
Dilma lembrou que quando era ministra da Casa Civil do governo de Lula, acostumou-se a ver as portas sempre abertas para o ministro da Educação, Fernando Haddad, e que vai adotar a mesma postura no seu governo.
"Quando tínhamos que discutir com o presidente a criação e a interiorização de universidades, a criação de escolas técnicas e a criação de institutos federais de tecnologia era a coisa mais fácil que tinha porque sempre a porta para Fernando Haddad estava aberta. Sempre não tinha limite para investimento, e que nós, Casa Civil e Planejamento, tínhamos que nos conformar porque era assim a regra do jogo", declarou.
A presidenta aproveitou para dizer ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a sua intenção é manter a mesma política. "Eu quero informar ao Guido que eu aprendi muito com o presidente Lula", disse Dilma arrancando risadas dos presentes. "Eu continuo o mesmo projeto porque eu sei que é isso que transformará o Brasil", completou, atribuindo a Lula a iniciativa de democratizar o acesso à educação no país.
Em uma cerimônia marcada pelo tom emocional, a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva emocionou a todos. Sem cabelos, por causa do tratamento de radioterapia contra um câncer de laringe, Lula, usando um chapéu preto, sem gravata, desceu a rampa interna do Palácio do Planalto, que liga o gabinete da Presidência, no terceiro andar, ao Salão Nobre, segundo andar, onde ocorreu a cerimônia.
Em seu discurso, a presidenta, mais uma vez, defendeu o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) principal foco de críticas ao governo devido aos vazamentos e problemas na execução das provas. "Não estou aqui fazendo a defesa do Enem por nenhum princípio de teimosia, mas é porque ao fazê-lo, estou defendendo o ProUni, o Reune e o Ciência sem Fronteira", completou a presidenta referindo-se aos projetos do governo para qualificação de mão de obra e de desenvolvimento de tecnologia. Para Dilma Rousseff, sem o Enem seria impossível fazer a seleção dos beneficiados pelos programas. O vestibular, de acordo com a presidenta, não seria adequado por sua característica adotar critérios díspares.
Na avaliação de Dilma, os problemas que surgiram durante a execução do Enem resultam da própria dimensão do programa. "Nenhum de nós é soberbo de achar que um projeto que se faz nasce perfeito. Ele precisa de um teste da realidade. Ele precisa da tentativa e erro. Agora, há que reconhecer, que um projeto que abrange milhões de pessoas, é inevitável que nos primeiros tempos ocorra alguns desvios. Esses desvios nós temos a humildade de reconhecer e de corrigir. Quem não é capaz de fazer isso não faz uma boa gestão", disse.
Em despedida, Haddad evita falar de polêmicas de sua gestão
Em seu discurso de despedida do Ministério da Educação Fernando Haddad evitou tocar em temas delicados de sua gestão e optou por enaltecer o "legado" dos governos Lula e Dilma Rousseff.
Em uma fala na qual embargou a voz por duas vezes, Haddad não falou sobre Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nem fez referência ao seu novo desafio político que é concorrer à Prefeitura de São Paulo.
Ele chegou a dizer que resistiu em sair do ministério. "Deixo o ministério relutante porque é apaixonante."
Ao invés de críticas ou defesas, ele apostou em uma série de agradecimentos a sua equipe, a integrantes do governo, ao Congresso e aos acadêmicos.
Haddad chegou a dizer que ao longo de seus seis anos e meio no ministério foi possível reescrever a Constituição, com apoio dos congressistas, no capítulo referente à Educação "de cima a baixo".
Para ele, nos últimos anos, houve uma verdadeira mudança na concepção do que era educação. Disse que o Brasil é o único país a ter atualmente a ter um plano de metas tanto quantitativa e também qualitativa para o setor.
No final, Haddad enalteceu o seu sucessor, Aloizio Mercadante. "Sob sua condução a educação vai avançar ainda mais. E eu vou estar acompanhando lá na minha cidade."

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