quarta-feira, 27 de junho de 2012

Câmara aprova Plano Nacional de Educação com destinação de 10% do PIB


Estadão.edu, com Agência Brasil
Após 18 meses de tramitação, a Câmara aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE). A proposta, aprovada por unanimidade, inclui uma meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, a ser alcançado no prazo de dez anos.

Esse era o ponto mais polêmico do projeto, após muitas negociações o relator apresentou um índice de 8% do PIB, acordado com o governo. Mas parlamentares ligados à educação e movimentos sociais pressionavam pelo patamar de 10%.

O relator da matéria, Ângelo Vanhoni (PT-PR), acatou um destaque do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) que aumentava o patamar de 8% do PIB proposto pelo governo para 10%. Conforme o texto aprovado, a determinação é que se amplie os recursos para educação dos atuais 5,1% do PIB para 7%, no prazo de cinco anos, até atingir os 10% ao fim de vigência do plano. A proposta agora segue para o Senado.
Procurado pelo Estadão.edu, o MEC afirmou, em nota, que a proposta aprovada equivale a dobrar em termos reais os recursos para a Educação nos orçamentos das prefeituras, dos governos estaduais e do governo federal. “Em termos de governo federal equivale a colocar um MEC dentro do MEC, ou seja, tirar R$ 85 bilhões de outros ministérios para a Educação. É uma tarefa política difícil de ser executada”, explicou o ministro Aloizio Mercadante.
 
O MEC diz que estudará as repercussões e as implicações da decisão e aguardará ainda a tramitação do plano no Senado Federal.
O PNE estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez anos. Além do aumento no investimento em educação pública, o plano prevê a ampliação das vagas em creches, a equiparação da remuneração dos professores com a de outros profissionais com formação superior, a erradicação do analfabetismo e a oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas. Todos esses objetivos deverão ser alcançados no prazo de dez anos a partir da sanção presidencial.

A conclusão da votação do PNE, adiada diversas vezes, se deu em parte pela pressão dos estudantes que lotaram o plenário da comissão. Uma caravana da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), com cerca de 200 alunos dos ensinos médio e superior, permaneceram na comissão durante toda a reunião pedindo a aprovação do projeto.

“Nós soubemos que havia uma tentativa de adiar essa votação para depois das eleições, então nos entendemos que era fundamental ocupar o plenário para constranger e impedir que isso fosse feito”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Vanhoni disse que foi uma negociação difícil com o governo ao longo de toda a tramitação do plano, principalmente com a área econômica. A primeira versão apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) previa um índice de investimento de 7% do PIB que posteriormente foi revisto para 7,5% até ser elevado para 8% na semana passada.

“Quando recebi essa tarefa [de ser relator do PNE] pensei que não estivesse a altura, mas procurei conhecer profundamente todos os problemas da educação. Persegui construir um plano que pensasse desde o nascimento da criança até a formação dos doutores. Um PNE que não deixasse nenhuma criança fora da escola, mas que fosse uma escola diferente que pudesse cumprir um papel social de transformar as pessoas. O governo mandou um texto que não correspondia, na nossa visão, às necessidades do nosso país”, disse o deputado.

A bandeira dos 10% do PIB para área é causa antiga dos movimentos da área e foi comemorado por estudantes e outros movimentos que acompanharam a votação. “Para nós os 10% [do PIB para a educação] é o piso para que o Brasil tome a decisão de concentrar investimento em educação. Vem uma década chave aí pela frente de oportunidades para o país com Copa do Mundo, Olimpíadas, pré-sal”, disse o presidente da UNE.

A aprovação também foi comemorada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entidade que congrega vários movimentos da área e sempre defendeu que a proposta de 8% do PIB apresentada pelo governo era insuficiente. “A diferença entre os 8% e os 10% está basicamente no padrão de qualidade. É possível expandir as matrículas com 8% do PIB, a diferença está na qualidade do ensino que será oferecida que não fica garantida com o patamar defendido anteriormente”, comparou o coordenador-geral da entidade, Daniel Cara.

Fonte: Estadão.edu, com Agência Brasil

Segundo bissexto fará 30 de Junho durar 1 segundo a mais


Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/06/2012
Ajuste do tempo
Depois de discussões internacionais sobre o segundo bissexto, que a maioria das pessoas não sabia que existia, a população terá a oportunidade de sentir seus efeitos - ou não.
O próximo dia 30 de junho durará um segundo a mais, para ajustar os relógios ao período de rotação da Terra.
A mudança é necessária para limitar a diferença entre os dois sistemas de medição do tempo existentes hoje: o Tempo Universal Coordenado (UTC) e o tempo medido segundo a rotação da Terra.
Isso é importante para garantir o bom funcionamento dos sistemas de GPS, das telecomunicações e dos arquivos que você transfere pela internet,
Segundo bissexto
O segundo bissexto surgiu no início da atual era tecnológica, em 1972. Ele é adicionado para manter a escala de tempo medida pelos relógios atômicos em fase com a escala de tempo baseada na rotação da Terra.
Enquanto os relógios atômicos, que usam as vibrações dos átomos para contar os segundos, são incrivelmente precisos, a Terra sofre ligeiras oscilações que alteram sua velocidade rotação.
O terremoto que atingiu a região de Fukushima, no Japão em 2011, por exemplo, retardou o movimento de rotação da Terra em 1,8 milionésimo de segundo.
Falta de consenso
Em Janeiro deste ano, uma reunião internacional tentou acabar com o segundo bissexto. A falta de consenso, contudo, adiou a discussão para 2015.
Por isso, o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) decidiu valer-se do segundo bissexto mais uma vez, nesse próximo dia 30 de Junho.
A última vez que o segundo bissexto havia sido acionado foi em 31 de dezembro de 2008.
Fonte: Inovação tecnológica

quinta-feira, 21 de junho de 2012

NASA: asteroide pode atingir a Terra em 2040



NASA: há chances de que asteroide atinja a Terra em 2040
A expectativa será se, em Fevereiro de 2023, o 2011 AG5 passará ou não através de uma região no espaço que os astrônomos chamam de "buraco de fechadura", medindo 365 quilômetros de diâmetro. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]




2011 AG5
Em uma nota confusa divulgada nesta sexta-feira, mostrando um claro conflito entre o desejo de não causar alarme e a necessidade de ater-se com fidelidade às informações disponíveis, a NASA anunciou os resultados das observações do asteroide 2011 AG5.
As observações feitas até o momento indicam que há uma pequena chance de que o asteroide 2011 AG5, descoberto em janeiro de 2011, atinja a Terra em 2040, diz a nota, embora a manchete no site da NASA diga o contrário.
Mas a pequena chance de impacto foi consensual entre os participantes de um encontro internacional promovido pela NASA para discutir as observações do asteroide feitas por astrônomos de todo o mundo, usando telescópios terrestres e espaciais.
O 2011 AG5 mede 140 metros de diâmetro.
Segundo a agência espacial, é provável que as observações ao longo dos próximos 4 anos reduzam a probabilidade do impacto para menos de 1%.
Buraco de fechadura
O nível de risco vai ganhar ainda mais clareza em 2023, quando o asteroide chegará a aproximadamente 1,8 milhão de quilômetros da Terra.
A expectativa será se, em Fevereiro de 2023, o 2011 AG5 passará ou não através de uma região no espaço que os astrônomos chamam de "buraco de fechadura", medindo 365 quilômetros de diâmetro.
Se ele passar por essa região, a atração gravitacional da Terra poderá influenciar a órbita do asteroide o suficiente para trazê-lo de volta para uma rota de colisão, que ocorreria em 05 de fevereiro de 2040.
Se o asteroide não passar pelo buraco da fechadura, um impacto em 2040 será descartado.
"Dado o nosso entendimento atual da órbita deste asteroide, há apenas uma chance muito remota de que esta passagem pelo buraco de fechadura ocorra," disse Lindley Johnson, do programa NEO, da NASA (Near-Earth Object Observation, observação de objetos próximos à Terra).
Estado de atenção
"Embora haja um consenso geral de que há apenas uma chance muito pequena de que poderíamos estar lidando com um cenário de impacto real para este objeto, continuaremos atentos e prontos para tomar medidas se as observações adicionais indicarem que ele está garantido," disse Johnson.
Vários anos atrás, um outro asteroide, chamado Apophis, foi considerado uma ameaça, com uma possibilidade de impacto semelhante prevista para 2036.
Observações adicionais, feitas entre 2005 e 2008, cientistas da NASA refinaram seus cálculos da trajetória do asteroide, mostrando uma probabilidade significativamente reduzida de um impacto com a Terra.
Embora os cientistas esperem que o mesmo ocorra com o 2011 AG5, eles reconhecem a pequena chance de que as probabilidades calculadas aumentem com os resultados das observações a serem feitas entre 2013 e 2016.
De acordo com os especialistas que participaram do evento, mesmo se essas chances aumentarem, haverá tempo suficiente para planejar missões para mudar o curso do asteroide.
Fonte: Inovação Tecnológica

Câmera de 50 gigapixels supera visão humana em 5 vezes



Câmera de 50 gigapixels supera visão humana em 5 vezes
A câmera captura múltiplos níveis de detalhamento da imagem, graças ao seu design parecido com o olhos dos insetos. [Imagem: Duke University/ISP]
Visão superhumana
Enquanto os astrônomos se esforçam para criar a maior câmera digital do mundo, que irá equipar o telescópio LSST, outra equipe resolveu adotar uma técnica mais conta.
Juntando 98 câmeras digitais comuns, e mais um punhado de circuitos disponíveis no comércio, eles criaram uma câmera capaz de capturar nada menos do que 50 gigapixels de informação de uma cena.
Cobrindo um campo de visão de 120 graus, cada imagem alcança uma resolução 5 vezes maior do que um ser humano com visão perfeita consegue enxergar.
Isso porque a câmera não capta uma exposição única. Em vez disso, ele faz fotos em múltiplas escalas, compondo não apenas uma imagem grande, mas uma imagem com múltiplos níveis de detalhamento.
Torna-se assim possível fazer zooms na imagem, mostrando detalhes que um ser humano não conseguiria enxergar estando na mesma posição que a foto foi tirada.
"Cada uma das microcâmeras captura informação de uma área específica do campo de visão," explica David Brady, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. "Um programa costura todas essas informações em uma única imagem muito detalhada."
Câmera de 50 gigapixels supera visão humana em 5 vezes
A câmera tem dimensões dignas dos seus gigapixels: quase um metro de largura por meio metro de profundidade, dos quais a parte óptica ocupa apenas 3%. [Imagem: Duke University/ISP]
Câmeras gigapixel
A abordagem é um pouco diferente de uma outra câmera na classe gigapixel, aGigaPan.
design parece inspirado no olho dos insetos, com a objetiva ficando no ponto focal de um domo, por trás do qual estão fixadas as câmeras individuais.
"Embora novos projetos de lentes multiescala sejam essenciais, a barreira primária para criar câmeras gigapixel populares é a necessidade de baixo consumo de energia e circuitos integrados mais compactos, não a óptica," disse Brady.
De fato, o protótipo tem dimensões dignas dos seus gigapixels: quase um metro de largura por meio metro de profundidade, dos quais a parte óptica ocupa apenas 3%.
Ou seja, mesmo com toda a miniaturização, ela não vai caber no bolso tão cedo. Ainda assim, o próprio design representa um feito de miniaturização elogiável.
"Uma objetiva compartilhada captura a luz e a roteia para as microcâmeras ao seu redor, de forma parecida com que uma rede de computadores envia informações para os computadores individuais. Cada uma pega uma visão diferente e trabalha em seu pequeno pedaço do problema," disse Michael Gehm, da Universidade do Arizona, responsável pelo desenvolvimento do software que executa esse trabalho.
Bibliografia:

Multiscale gigapixel photography
D. J. Brady, M. E. Gehm, R. A. Stack, D. L. Marks, D. S. Kittle, D. R. Golish, E. M. Vera, S. D. Feller
Nature Physics
Vol.: 486, 386-389
DOI: 10.1038/nature11150
Fonte: Inovação Tecnológica

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Físicos propõem existência de Universo paralelo



Físicos propõem existência de Universo paralelo
O desaparecimento repentino de nêutrons, que não pode ser explicado pela física atual, pode ser o sinal da existência de um universo-espelho. [Imagem: Andrey Prokhorov/Site Inovação Tecnológica]
Partículas-espelho
Uma anomalia no comportamento de partículas subatômicas comuns pode ser o sinal da existência de partículas-espelho, que transitam entre o nosso Universo e um universo paralelo.
O fenômeno também poderia oferecer uma explicação para a matéria escura, como hoje os cientistas chamam um ponto de interrogação que representa a massa que parece estar faltando no Universo.
Dois cientistas italianos usaram a hipótese da existência das partículas-espelho para explicar uma anomalia nos experimentos, onde os nêutrons parecem desaparecer.
A existência dessa matéria-espelho tem sido sugerida em vários contextos científicos nos últimos tempos, incluindo a procura de candidatos adequados para explicar a matéria escura.
Os físicos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti, da Universidade de L'Aquila, reanalisaram os dados experimentais obtidos pelo grupo de pesquisa de Anatoly Serebrov, no Instituto Laue-Langevin, França.
Mistério dos nêutrons que desaparecem
Eles mostraram que a taxa de perda de nêutrons livres muito lentos parece depender da direção e da intensidade do campo magnético aplicado.
Essa anomalia não pode ser explicada pela física conhecida.
Os cientistas acreditam que a perda de nêutrons pode ser interpretada à luz de um mundo paralelo hipotético formado por partículas-espelho.
Físicos propõem existência de Universo paralelo
Os nêutrons parecem estar oscilando na fronteira entre dois universos paralelos, indo e voltando de um para o outro. [Imagem: Berezhiani/Nesti]
Cada nêutron teria a capacidade de fazer uma transição para esse seu gêmeo invisível, e voltar, oscilando de um mundo para o outro.
A probabilidade dessa transição foi calculada como sendo dependente da presença de campos magnéticos.
Assim, o mundo invisível das partículas-espelho poderia ser detectado experimentalmente.
Essa oscilação nêutron-espelho-nêutron pode ocorrer em uma escala temporal de poucos segundos, segundo os pesquisadores.
Matéria escura
A possibilidade desse desaparecimento rápido de nêutrons - muito mais rápido do que o decaimento de nêutrons, com seus 10 minutos de duração - embora surpreendente, não pode ser excluído pelos atuais limites experimentais e astrofísicos.
Esta interpretação é sujeita à condição de que a Terra possui um campo magnético espelho da ordem de 0,1 Gauss.
Tal campo pode ser induzido por partículas-espelho flutuando na galáxia - algo como a matéria escura.
Hipoteticamente, a Terra poderia capturar a matéria-espelho por meio de interações fracas entre as partículas comuns e as partículas desses mundos paralelos.
Fonte: Inovação Tecnológica

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Robô-criança aprende a falar conversando com as pessoas



Robô-criança aprende a falar conversando com as pessoas
O robô iCub, batizado de DeeChee, comporta-se como uma criança entre 6 e 14 meses de idade. [Imagem: Lyon et al./Plos One]
Primeiras lições de vida
Em 2008, pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, começaram a ensinar um robô a falar da mesma forma que os pais ensinam uma criança.
Em 2010, o robô já havia aprendido a interagir emocionalmente, demonstrando algumas expressões faciais pré-determinadas.
Agora, finalmente os cientistas parecem estar se aproximando de seu objetivo inicial.
Programado com comportamentos típicos de crianças entre 6 e 14 meses de idade, o robô desenvolveu o que os pesquisadores chamaram de "princípios linguísticos rudimentares", ao interagir com um participante humano.
Robô que aprende a falar
Os participantes humanos que interagiram com o robô não eram pesquisadores envolvidos no projeto, eram voluntários que usaram suas próprias palavras, em vez de termos predefinidos.
Os pesquisadores orientaram os voluntários a conversarem com o robô como se estivessem conversando com uma criança pequena.
O resultado é que, em poucos minutos, o robô deixa de balbuciar sílabas aleatórias, como fora programado, e passa a produzir fonemas inteligíveis, chegando a pronunciar o nome de algumas formas e cores.
O resultado é significativo, dadas as limitações próprias do software: o robô é programado para emitir fonemas. Assim, ele sempre vai pronunciar uma sílaba, já que não há forma de fazê-lo pronunciar consoantes desacompanhadas de vogais.
Isso limita o desenvolvimento de um falar mais aprimorado, mas foi bastante bom para uma criança em seus primeiros balbucios.
Aquisição da linguagem
Caroline Lyon e seus colegas afirmam que, além do desenvolvimento dos próprios robôs, o estudo pode ser útil para o entendimento da aquisição da linguagem em humanos, um assunto até hoje altamente controverso.
"Sabe-se que as crianças são sensíveis à frequência dos sons na fala, e esses experimentos mostram como essa sensibilidade pode ser modelada e contribuir para o aprendizado de palavras pelo robô," afirmou

Fonte: Inovação Tecnológica

Óptica de raios gama: lente de silício derruba teoria


Com informações do Instituto Max Planck - 12/06/2012

Óptica de raios gama: lente de silício refrata altas energias
As lentes para as altas energias dos raios gama são bem diferentes do vidro transparente de uma lupa: elas são feitas de silício ou ouro. [Imagem: Institut Laue/Langevin]
Revolução na óptica
Cientistas derrubaram um pressuposto fundamental da física: mesmo a radiação de energia extremamente alta, como os raios gama, é refratada em materiais apropriados.
Com isto, o grupo da Universidade Ludwig-Maximilians e do Instituto Max Planck de Óptica Quântica abriu um novo capítulo na óptica, refutando uma suposição fundamental da física teórica considerada válida há décadas.
Em experimentos com raios gama, eles provaram que estas ondas eletromagnéticas altamente energéticas podem ser focalizadas por lentes, como a luz convencional.
A descoberta torna possível um grande número de novas aplicações, da medicina à pesquisa de novos materiais.
Refração de alta energia
Instrumentos ópticos, comotelescópios e microscópios baseiam-se na refração da luz: em um meio como o vidro, as ondas eletromagnéticas propagam-se mais lentamente do que no ar ou no vácuo, e são, portanto, refratadas - por exemplo, para o plano focal de uma máquina fotográfica.
O índice de refração, que depende do material da lente e da frequência das ondas, descreve a intensidade do efeito: quanto mais se desvia de 1, mais forte será a refração dos feixes de luz.
Os físicos assumiam que a radiação eletromagnética com uma energia muito maior do que a do espectro visível não poderia ser refratada com lentes. Eles haviam calculado que o índice de refração nessa região do espectro é quase exatamente 1 para todos os materiais.
Em meados da década de 1990, contudo, descobriu-se que os raios X também são refratados por lentes de berílio ou de carbono, abrindo o caminho para a óptica dos raios X.
Dietrich Habs e seus colegas agora demonstraram que isto também se aplica à energia ainda maior dos raios gama.
Para isso, basta usar espelhos de ouro ou de silício, o que marca o início da óptica dos raios gama.
Óptica de raios gama: lente de silício refrata altas energias
Este é o equipamento usado para inaugurar o campo da ópticas de raios gama. [Imagem: ILL/ Bernhard Lehn]
Refração dos raios gama
Os átomos de silício têm 14 prótons em seu núcleo, gerando um forte campo elétrico quando são atingidos pelos raios gama, explica o Dr. Habs.
"Um número extremamente elevado de pares de elétrons e pósitrons estão constantemente sendo criados neste campo. E, apesar de existirem por um período extremamente curto, eles ainda podem interagir com a radiação gama," afirma
Esta é a fonte da inesperada refração dos raios gama.
Mais inesperada ainda mais que os físicos teóricos não apenas não vislumbravam o efeito, eles haviam supostamente "provado" que ele não poderia existir.
Mas parece que seus métodos de aproximação matemática falham devido aos fortes campos nos arredores dos núcleos atômicos.
A aproximação não era assim tão ruim, já que a refração obtida nos raios gama é muito pequena, na faixa de um milionésimo de grau.
Mas a equipe afirma que isso poderá ser ampliado usando-se um material com maior número de prótons: eles planejam começar imediatamente a testar lentes de ouro, que tem 79 prótons.
Medicina e baterias
O Dr. Habs já está de olho em aplicações concretas de sua descoberta:
"Pacientes que sofrem de desordens maníaco-depressivas muitas vezes tomam medicação de lítio - mas ninguém sabe exatamente como essas drogas funcionam no cérebro. No futuro, poderemos usar raios gama para fazer imagens tridimensionais com uma resolução na faixa de micrômetros, e olhar onde o lítio se acumula e por que isso tem um efeito sobre a psique," diz ele.
O lítio também é essencial nas baterias recarregáveis, e cientistas do mundo todo estão tentando descobrir formas de evitar seu desgaste e aumentar sua densidade energética.
O pesquisador afirma que quer observar o que causa o desgaste dos eletrodos das baterias de lítio em detalhes com raios gama, a fim de otimizá-las e tornar possível a adoção ampla dos carros elétricos.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Campanha pelo direito à educação pede ampliação do acesso de crianças a pré-escola


Educação
Movimento realizado na capital federal, tem como objetivo alertar as autoridades sobre a falta de creches no país, e a falta de qualidade nas creches existentes
Com o tema EducaçãoInfantil de Qualidade, a Campanha Nacional pelo Direito à Educaçãopromoveu nesta quarta-feira o Ato Público Lúdico, no Parque da Cidade, na região central da capital federal. O objetivo foi chamar a atenção das autoridades para a necessidade de garantia do acesso a creches e a pré-escolas de qualidade.
O ato marcou o encerramento da Semana de Ação Mundial, uma iniciativa da Campanha Global pela Educação que, desde 2003, ocorre simultaneamente em mais de 100 países, como forma de pressionar líderes mundiais e políticos para que cumpram os tratados e as leis nacionais e internacionais. “No Brasil, durante a semana, foram distribuídos materiais de apoio para 150 municípios e foram realizadas várias atividades com pinturas, palestras e teatro sobre o direito de educação infantil de qualidade”, destacou a coordenadora executiva da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Iracema Nascimento.
Ela lembrou que o direito ao ensino infantil está previsto na Constituição de 1988. “A educação infantil foi incluída como a primeira etapa da educação básica, e por isso estamos lutando para ser efetivada, que não fique só reconhecida no papel. O maior problema que estamos enfrentando é a falta de creches, as que existem não têm qualidade adequada”. Segundo Iracema, pesquisas mostram que crianças que passam pela educação infantil têm maior capacidade de aprendizagem.
De acordo com a coordenadora de Educação Infantil da Secretaria de Educação do Distrito Federal (DF), Edna Barroso, o número de estabelecimentos destinados à essa etapa de ensino é insuficiente para atender a toda demanda. Segundo ela, este ano serão construídas no DF 31 unidades voltadas a crianças até 5 anos.

Fonte: Correio do Brasil

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dois terços dos brasileiros não sabem o que é consumo sustentável


Por clipping
Dois em cada três brasileiros não sabe o que significa o termo consumo sustentável. A constatação é da pesquisa O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável,  divulgada nesta quarta-feira (6) pelo Ministério do Meio Ambiente. Um terço acha que consumo sustentável significa evitar desperdício de água e energia, enquanto que 9% acreditam que se trata de consumir produtos que façam bem à saúde e 3% que seja comprar produtos mais baratos.
Entre aqueles que disseram saber do que se trata, 54% disseram que consumo sustentável é consumir produtos que não agridam o meio ambiente nem a saúde humana.
A pesquisa mostrou que 81% dos brasileiros ficariam motivados para comprar produtos cultivados organicamente e 85% para adquirir produtos fabricados de forma ambientalmente correta. Mas não faria diferença para 14% das pessoas comprar produtos orgânicos ou, para 12%, adquirir produtos ambientalmente corretos.
Sobre a coleta seletiva de resíduos, a pesquisa constatou que 52% dos entrevistados disseram não fazer separação de lixo em suas casas para reciclagem. Um número muito maior (86%) de brasileiros, no entanto, entende que separar o lixo pode ajudar na proteção do meio ambiente.
Os brasileiros também disseram ter conhecimento de outras medidas importantes para ajudar na proteção do ambiente: reduzir o consumo de energia elétrica (61% dos brasileiros), eliminar o desperdício de água (58%), reduzir o consumo de gás em casa (22%) e participar de mutirões de reflorestamento ou limpeza (15%) entre outros.
A sondagem ainda mostrou que 63% dos brasileiros dizem economizar bastante água, 29% adotam algumas medidas para reduzir o consumo de água e 6% pretendem fazer economia desse bem. A pesquisa O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável foi realizada pelo instituto CP2 em abril deste ano.
Preocupação com o meio ambiente -Aproximadamente 13% dos brasileiros dizem ter preocupação com o meio ambiente. O percentual é mais do que o dobro do registrado há seis anos (6%). De acordo com o levantamento, o meio ambiente está em sexto lugar na lista de preocupações dos brasileiros, ficando atrás de saúde/hospitais (81%), violência/criminalidade (65%), desemprego (34%), educação (32%) e políticos (23%). Há seis anos, o meio ambiente aparecia na 12ª colocação, à frente apenas de reforma agrária e dívida externa. Em 1992, ano da primeira pesquisa, o tema era sequer citado.
“Isso é resultado de um maior acesso à informação. Mas o meio ambiente também é visto como problema, e não como uma oportunidade”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O principal problema ambiental citado pelos brasileiros é, desde a primeira pesquisa, o desmatamento de florestas (neste ano, com 67%). Outros principais problemas são a poluição de rios e lagoas (47%), a poluição do ar (36%), o aumento do volume do lixo (28%), o desperdício de água (10%), a camada de ozônio (9%) e mudanças do clima (6%).
Também são citados como problemas: extinção de animais/plantas (6%), falta de saneamento (3%), poluição por fertilizantes (3%), consumo exagerado de sacolas plásticas (3%) e falta de conscientização ambiental da população (2%).
Rio+20 e o desconhecimento – A menos de duas semanas para o início da Conferência da ONU Rio+20, 78% dos brasileiros afirmaram nunca terem ouvido falar sobre o evento. De acordo com a mesma pesquisa, 53% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre o termo desenvolvimento sustentável, tema da conferência que reunirá uma centena de chefes de Estado e de Governos nos próximos dias 20, 21 e 22, no Rio de Janeiro. 
A Rio+20 será realizada 20 anos depois da Cúpula da Terra de 1992, que sentou as bases do desenvolvimento sustentável e também foi realizada no Rio de Janeiro. (Fonte: G1) 
E para quem ainda não viu, repasso abaixo uma mensagem sobre o assunto em questão. Não é bem uma comemoração nessa Semana do Meio Ambiente. É acima de tudo um alerta e uma prova concreta do que a humanidade está fazendo com o planeta. Acesse o vídeo pelo link abaixo, reflita bem e tire suas conclusões.




    Semana do Meio Ambiente





EM ALGUMA ILHA DO PACÍFICO

Atenção! Algumas imagens são chocantes...

O vídeo que vão ver (3:55) mostra uma ilha em pleno oceano Pacífico, 
a
2.000 km de qualquer costa.


Esta ilha é desabitada, não há senão pássaros, no entanto... vejam o que se 
passa!

Cliquem em: 
http://www.midwayfilm.com


Um vídeo que todos deveriam ver para dele tirar algumas conclusões sobre o futuro do nosso planeta...
 


Trânsito de Vênus ajudará a encontrar exoplanetas habitáveis



Trânsito de Vênus
O par de trânsitos de Vênus 2004/2012 só se repetirá a partir de 2017. [Imagem: NASA]
Última chance
Cientistas e astrônomos amadores de todo o mundo preparam-se para observar o planeta Vênus passando à frente do Sol.
É o chamado trânsito de Vênus.
Do ponto de vista da Terra, em nosso Sistema Solar apenas Vênus e Mercúrio apresentam trânsitos, porque o fenômeno ocorre apenas quando um planeta passa diretamente entre o Sol e a Terra.
Como o plano orbital de Vênus não está alinhado exatamente com o da Terra, o fenômeno, é muito raro, e vem sempre aos pares, com os pares alternando hiatos de 105,5 e 121,5 anos.
O trânsito de Vênus ocorrerá nos próximos dias 5 e 6 de junho, com uma duração de quase 7 horas.
O par 2004-2012 só se repetirá a partir de 2117. Ou seja, se você não vê-lo desta vez, precisará de muita sorte para ter outra chance nesta vida.
Trânsitos planetários
Os trânsitos planetários tornaram-se mais famosos depois que os astrônomos começaram a utilizá-los para detectar exoplanetas: medindo pequenas variações no brilho das estrelas, é possível deduzir quando há um planeta orbitando ao seu redor, no momento em que ele passa entre a estrela e a Terra.
Mas os cientistas querem tirar mais informações desses fenômenos.
Usando o trânsito de Vênus será possível testar técnicas que estão sendo desenvolvidas para analisar a composição, a estrutura e a dinâmica da atmosfera desses planetas extrassolares.
Trânsito de Vênus ajudará a encontrar exoplanetas habitáveis
Em 2004, um observador de muita sorte conseguiu colocar na mesma imagem um avião e o planeta Vênus em trânsito. Este é um quadro de um filme, já que a coincidência durou apenas uma fração de segundo. [Imagem: Detlef Koschny]
Agora que os exoplanetas já são calculados em bilhões - os conhecidos já se contam aos milhares - os cientistas querem encontrar planetas que possam abrigar vida semelhante à nossa. Para isso, é essencial medir o oxigênio em suas atmosferas.
E, pela primeira vez, será possível observar o trânsito de Vênus simultaneamente da Terra e do espaço, usando os telescópios Kepler e Corot.
Mais do que isso, graças à sonda Venus Express, da ESA, a agência espacial europeia, que está em órbita de Vênus, será possível aferir com muita precisão as técnicas de observação que serão testadas.
Trânsitos históricos
Os trânsitos de Vênus têm também um grande interesse histórico, porque foram uma oportunidade para os astrônomos medirem o tamanho do Sistema Solar.
Os trânsitos do século XVIII permitiram aos astrônomos calcular a distância da Terra ao Sol. Isso foi feito medindo o tempo que Vênus demorava para atravessar o disco solar, de vários pontos do globo, e depois usando cálculos de triangulação.
Foi durante o trânsito de 1761 que os astrônomos perceberam uma coroa de luz em volta do limite escuro do planeta, concluindo daí que Vênus tem uma atmosfera.
Sondas espaciais, como a Venus Express, mostraram que essa atmosfera é densa e absolutamente inóspita: imperam o dióxido de carbono e o nitrogênio, com nuvens de ácido sulfúrico.
Trânsito de Vênus ajudará a encontrar exoplanetas habitáveis
No Brasil, o trânsito de Vênus somente poderá ser visto parcialmente no extremo oeste do país. [Imagem: M. Zeiler]
Assistindo ao trânsito de Vênus
O trânsito de 2012 só será visível completamente no oeste do Pacífico, leste da Ásia, leste da Austrália e nas latitudes muito ao norte.
No Brasil, o fenômeno somente poderá ser visto parcialmente no extremo oeste do país.
Nos Estados Unidos, o trânsito começará na tarde de 5 de junho. Para a maior parte da Europa, o Sol irá nascer em 6 de junho com o trânsito quase terminado.
Para aferir seus instrumentos e suas técnicas de observação, os cientistas responsáveis pela sonda Venus Express escolheram a localidade de Spitsbergen, no círculo polar Ártico.
Como o Sol nunca se põe em Spitsbergen em junho, será uma oportunidade única de observar o trânsito por completo.
"Durante o trânsito, a Venus Express irá fazer importantes observações da atmosfera de Vênus, que serão comparadas com as de telescópios em terra para ajudar os caçadores de exoplanetas a testar as suas técnicas," disse Hakan Svedhem, membro da equipe.

Pulsar superpesado desafia teoria de Einstein



Pulsar superpesado desafia teoria de Einstein
Pulsares são corpos celestes que giram muito rapidamente, uma espécie de farol espacial, com diferença que, enquanto os faróis marítimos emitem um feixe de luz, o pulsar emite um feixe de ondas de rádio. [Imagem: David A. Aguilar (CfA)/NASA/ESA]
Farol cósmico
A lista dos objetos mais densos do Universo acaba de ganhar um novo campeão verdadeiramente peso-pesado.
Astrônomos identificaram um pulsar do tamanho de uma pequena cidade do interior, mas pesando o equivalente a 2,04 vezes a massa do Sol - o recorde anterior era de 1,97 massa solar.
Isso tornaria o J0348+0432 um candidato ideal para testar a teoria da gravidade de Einstein, não fosse o fato de que sua mera existência faz a teoria de Einstein tremer nas bases.
Pulsares são corpos celestes que giram muito rapidamente, uma espécie de farol espacial, com diferença que, enquanto os faróis marítimos emitem um feixe de luz, o pulsar emite um feixe de ondas de rádio.
Eles são essencialmente estrelas de nêutrons muito pequenas e muito densas.
Os pulsares mais rápidos compõem sistemas binários com uma estrela ou uma anã-branca - ele aumenta sua velocidade roubando matéria de sua companheira. Depois de bilhões de anos, os dois acabam colidindo e se fundindo.
Ondas gravitacionais
Segundo a teoria da relatividade geral de Einstein, que descreve como a gravidade funciona, os dois corpos induzem ondulações muito fortes no espaço-tempo - as chamadas ondas gravitacionais.
Até hoje ninguém conseguiu observar uma onda gravitacional, mas os cientistas consideram muito fortes os indícios de que elas existam de fato.
O pulsar superpesado agora encontrado emite seu feixe de ondas de rádio a cada 39 milissegundos, fazendo par com uma pequena estrela, com 0,172 massa solar.
Isso torna o binário particularmente interessante para estudar a gravidade, devido à diferença de massa entre os dois. Algumas teorias alternativas da gravidade preveem que, em uma situação dessas, devem existir efeitos gravitacionais ocorrendo no interior do pulsar que não ocorreriam na pequena estrela companheira.
Se essas teorias estiverem corretas, a distância entre os dois objetos deve diminuir mais rapidamente do que aconteceria se o comportamento gravitacional puder ser explicado unicamente pela teoria de Einstein.
Especulações
Mas talvez nem seja preciso esperar por essas medições, já que só o volume extra do pulsar pode ser um problema para a relatividade geral.
Os pulsares empacotam suas massas solares em uma bola de não mais do que 20 ou 24 km de diâmetro.
As teorias que estudam o colapso dos átomos preveem que as estrelas de nêutrons não poderiam se espremer muito mais do que isso, ou colapsariam inteiras, transformando-se em um buraco negro.
"Se o próximo detentor do recorde se mostrar significativamente acima de 2 massas solares, então vamos ter que voltar à prancheta... possivelmente pensando em modificações na relatividade geral," afirma Feryal Ozel da Universidade Estadual do Arizona em Tucson.
Ozel está aguardando novas medições, que irão reduzir a incerteza sobre a massa do novo pulsar antes de ficar preocupada, "mas 2,04 massas solares está chegando ao ponto em que vamos precisar verificar tudo," disse ela.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Estresse em professores



Estresse em professores
Qualquer pessoa que se dispuser a fazer uma pesquisa na internet ou nas bases especializadas em publicações científicas ficará surpreso com a enorme quantidade de pesquisas que apontam a presença de estresse em professores. Algumas delas afirmam que 50% dos profissionais da educação apresentam sintomas associados às diversas fases do estresse, inclusive a de exaustão. Logo, o professor tem sido apontado como uma das maiores vítimas do estresse profissional, mais conhecido como Síndrome de Burnout. Esta síndrome caracteriza-se por um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional e é causada por circunstâncias concernentes às atividades profissionais, ocasionando sintomas físicos, afetivos, cognitivos e comportamentais. Inicialmente esta síndrome foi observada em cuidadores da área da saúde que desempenhavam função assistencial. A necessidade de doar-se intensamente a pessoas em situação de necessidade e dependência minava a saúde daquele que zelava por ela. Com o passar do tempo, a Síndrome de Burnout foi identificada em outras profissões, entre elas a de professor.
São inúmeras as causas do estresse profissional do professor: mudanças constantes de currículo; insegurança profissional; incerteza de obter aulas a cada novo semestre; acúmulo de funções que outrora eram realizadas pelas secretarias e por gestores especializados e, sobretudo, falta de reconhecimento. A desvalorização da profissão de professor pelo corpo discente ou pela própria sociedade é um dos maiores responsáveis por este distúrbio. A sensação de impotência do professor pode chegar a extremos, quando este se depara com problemas que não dependem apenas de sua ação para serem resolvidos, principalmente aqueles relativos à degradação do sistema educacional.
Alguns professores ainda afirmam ser bastante desgastante encontrar equilíbrio suficiente para mediar a relação entre os alunos. Sob estresse, ansiedade e muitas vezes quadros de depressão, é bastante penoso chamar a atenção, interromper a aula, motivar os alunos, intermediar conflitos etc. Curiosamente, a Síndrome de Burnout atinge professores motivados, que reagem a este desequilíbrio empenhando-se ainda mais. A desproporcionalidade entre o empenho do professor e os resultados obtidos por este reforça ainda mais sua frustração.
Contudo, e apesar de toda a gama de pesquisas que apontam para a existência deste problema, a solução não pode ficar somente a cargo das instituições de ensino. O estresse é um fato que atinge a todos nós e, portanto, cabe a cada indivíduo treinar habilidades para o gerenciamento de danos, obtenção de níveis mais satisfatórios de autocontrole, de identificação de pensamentos negativos, e de utilização de apoio social para esta finalidade. Estes são os primeiros passos e algumas das alternativas para conviver e se adaptar aos novos tempos na busca pelo bem-estar e melhor qualidade de vida.
Entre os principais sintomas do estresse destacam-se dificuldade de concentração, dores de cabeça e musculares, fadiga, ansiedade e depressão. Outro agravante são os problemas associados ao sono. Durante o processo do dormir ocorrem modificações fisiológicas e comportamentais importantíssimas que interferem nos processos cognitivos e de aprendizagem.