domingo, 25 de agosto de 2013

Sondas espaciais registram atividade do Sol


Imagem 22/33: mai.2013 - O Observatório Solar Dinâmico (SDO, na sigla em inglês), da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), registrou intensa atividade do astro nesta quarta-feira (1º). O Sol liberou massa da sua atmosfera durante 2 horas e meia, criando grandes ondas solares, mas sem riscos de atingir os satélites de comunicação da Terra. Cada ejeção de massa coronal pode liberar mais de 1 bilhão de toneladas de partículas no espaço a uma velocidade de 1,6 milhão de quilômetros por hora MAIS Nasa/SDO

Fonte: UOL noticias

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Quantas vezes o Homem pisou na Lua?

O Homem já pisou na Lua seis vezes, todas em missões dos EUA.
Foi em 20 julho de 1969 que fizemos a primeira alunissagem (sim, chama-se “alunissagem”!). Os astronautas que colocaram os pés em solo lunar foram Neil Armstrong e Edwin Eugene “Buzz” Aldrin Jr. Lua cheia
Depois disso, mais dez pessoas, em cinco missões, chegaram ao nosso satélite natural, de acordo com a NASA.
Missões e astronautas que desceram na Lua:
  1. Julho de 1969 – Missão Apollo 11 – Neil Armstrong e Edwin Eugene “Buzz” Aldrin Jr.
  2. Novembro de 1969 – Missão Apollo 12 – Charles “Pete” Conrad e Alan Bean
  3. Fevereiro de 1971 – Missão Apollo 14 – Alan Shepard e Edgar Mitchel
  4. Julho de 1971 – Missão Apollo 15 – David Randolph Scott e James Irwin
  5. Abril de 1972 – Missão Apollo 16 – John Watts Young e Charles Duke
  6. Dezembro de 1972 – Missão Apollo 17 – Eugene Cernan e Harrison Schimitt

terça-feira, 20 de agosto de 2013

'Água em pó' pode tornar a seca um problema do passado

Veja os destaques de Meio Ambiente (2013)223 fotos

223 / 223
Agosto - Batizado de "Chuva Sólida", o pó é capaz de absorver enormes quantidades de água para liberar o líquido aos poucos, permitindo que as plantas sobrevivam a um período de seca. Um litro de água pode ser absorvido por apenas 10 gramas do produto, que é um tipo de polímero especial criado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na década de 1970. "Ele funciona encapsulando água e pode durar oito a dez anos no solo, dependendo da qualidade da água", explica o engenheiro químico Sérgio Jesus Rico Velasco Divulgação
Enquanto a ONU afirma que a maior parte da água usada no planeta vai para a irrigação, pesquisadores estão desenvolvendo uma série de ideias para fazer render mais a água utilizada na agricultura.
Nas últimas semanas, muitos se empolgaram com um produto que afirmam ter potencial para superar o desafio global de se cultivar em condições áridas.
Denominado "Chuva Sólida", ele é um pó capaz de absorver enormes quantidades de água e ir liberando o líquido aos poucos, para que as plantas possam sobreviver em meio a uma seca.
Um litro de água pode ser absorvido por apenas 10 gramas do material, que é um tipo de polímero absorvente orginalmente criado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).
Nos anos 1970, o USDA desenvolveu um produto superabsorvente feito de um tipo de goma. Ele foi usado principalmente na fabricação de fraldas.
Ampliar

Cerca de 40% da população mundial ficará sem água até 203016 fotos

6 / 16
Fazendeiro derrama água que ele coletou de um poço sobre sua plantação de melão, na cidade de Taguig, nas Filipinas, nesta sexta-feira (22), Dia Mundial da Água. Segundo o Conselho Mundial da Água, a mudança climática resulta em secas mais longas e enchentes mais intensas, afetam diretamente o sistema hídrico do planetaLeia mais Cheryl Ravelo/Reuters
Potencial
Mas um engenheiro químico mexicano chamado Sérgio Jesus Rico Velasco via no produto um potencial que ia além de deixar bebês sequinhos.
Ele então desenvolveu e patenteou uma versão diferente da fórmula, que pode ser misturada com o solo para reter a água.
O engenheiro vem vendendo a "Chuva Sólida" no México há cerca de 10 anos. Sua empresa afirma que o governo mexicano testou o produto e concluiu que a colheita poderia ser ampliada em 300% quando ele era misturado ao solo.
Segundo Edwin González, vice-presidente da empresa Chuva Sólida, o produto agora vem atraindo um interesse cada vez maior, já que crescem os temores por falta de água.
"Ele funciona encapsulando água e pode durar 8 a 10 anos no solo, dependendo da qualidade da água. Se você usar água pura, ele dura mais."
A empresa recomenda usar cerca de 50 quilos do produto por hectare (10 mil metros quadrados), mas essa quantia custa cerca de US$ 1.500 (o equivalente a R$ 3.500).
Segundo Gonzalez, a "Chuva Sólida" é natural e não prejudica o solo, mesmo após ser usada por vários anos. Ele afirma que o produto não é tóxico e que, ao se desintegrar, o pó se torna parte das plantas.
'Sem evidências'
No entanto, nem todos estão convencidos de que a "Chuva Sólida" é uma solução válida para o problema da seca. A professora Linda Chalker-Scott, da Universidade do Estado de Washington, afirma que esses produtos não são novidade.
"E não há evidência científica que sugira que eles armazem água por um ano.", disse ela à BBC. "Outro problema prático é que esse gel pode também causar problemas. Isso porque à medida que eles secam, ele vai sugando a água ao redor dele mais vigoorosamente. E assim ele desvia a água que iria para a raiz das plantas."
Segundo ela, usar adubo de lascas de madeira produz o mesmo efeito e é significantemente mais barato.
González, no entanto, tem uma opinião diferente: "Os outros concorrentes não duram três ou quatro anos. Os únicos que duram tanto são os que usam sódio em suas formulas, mas eles não absorvem tanto."
Apesar do fato de que a ciência ainda não estar totalmente confiante nos benefícios de produtos como esse, González afirma que sua empresa recebeu milhares de pedidos vindos de locais áridos, inluindo Índia e Austrália. Ele também recebeu encomendas do Reino Unido, onde secas não chegam a ser um problema.

sábado, 17 de agosto de 2013

Terra é ameaçada por 1.400 asteroides, revela mapa da Nasa

A Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) divulgou nesta semana um mapa retratando órbitas de 1.400 asteroides classificados como 'potencialmente perigosos'. As rochas gravitam próximas à órbita da Terra e também às de Vênus, Mercúrio, Marte e Júpiter.

LEIA MAIS

  • Nasa/Esa/Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
    Álbum reúne imagens de asteroides, cometas e meteoros que passam pela Terra
  • Arte/UOL
    Veja até onde o homem chegou no espaço
Mas, apesar do uso do termo "perigosos", o mapa não deve ser motivo para gerar pânico na Terra, avisa a Agência.
"Os asteroides retratados são classificados como perigosos porque são razoavelmente grandes, com até 140 metros de extensão, e porque devem passar relativamente perto da Terra, a 7,5 milhões de quilômetros", explica comunicado.
A Nasa ressalta que nenhum desses mais de mil asteroides representa uma ameaça de impacto real ao planeta nos próximos 100 anos. Além disso, as estatísticas mostram que a probabilidade de grandes corpos caírem por aqui ocorre uma vez a cada 10 mil anos.
O mapeamento de asteroides é feito com frequência pelos cientistas e já ajudou o órgão norte-americano a detectar 95% dos asteroides que poderiam por a Terra em perigo - neste caso, rochas espaciais que têm pelo menos 1 quilômetro de extensão.
"Ao observar continuamente a rota desses asteroides podemos perceber quando suas órbitas são redefinidas e fazer previsões mais precisas sobre possíveis aproximações do planeta e eventual impacto", afirma a Agência.
Ampliar

Imagens do mês (agosto/2013)41 fotos

8 / 41
Astrônomos colombianos descobriram que o cinturão de asteroides do Sistema Solar, que fica entre Marte e Júpiter, abriga um enorme "cemitério" de cometas - e que, ao menos, 12 cometas ficaram ativos na última década nessa região (ilustração central). Segundo Ignacio Ferrin, os cometas podem "voltar" à vida devido à proximidade com o Sol, causando uma vigorosa atividade no cinturão (ilustração inferior) Leia mais Ignacio Ferrin/University of Antioquia


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quanto tempo levaria para teletransportar um ser humano?

Com informações da Universidade de Leicester - 13/08/2013

Quanto tempo levaria para teletransportar um ser humano?
Os dados transferíveis de um ser humano seriam representados pelos pares de DNA que formam os genomas de cada célula. [Imagem: Konrad Summers/Wikimedia Commons]
Novos recordes de teletransporte quântico têm sido batidos regularmente.
Mas teletransportar fótons é uma coisa, e teletransportar objetos grandes - um ser humano por exemplo - é outra bem diferente.
Contudo, os recentes avanços nos experimentos já permitem fazer uma pergunta básica: quanto tempo e energia seriam necessários para enviar os dados para se teletransportar um ser humano?
Quatro estudantes de física da Universidade de Leicester, no Reino Unido, aceitaram o desafio e fizeram os cálculos.
Apesar das muitas aproximações necessárias, eles concluíram que a energia necessária para teletransportar as informações pretensamente necessárias para reconstruir uma pessoa vai depender da largura de banda - quanto maior a pressa, maior será o consumo de energia.
Bits humanos
Os estudantes investigaram o teletransporte de uma pessoa a partir de um local na superfície da Terra para um ponto específico em uma órbita circular diretamente acima.
Para iniciar o teletransporte, cada ser humano a ser teletransportado teria que ser traduzido em termos de dados transferíveis.
Em um nível básico, os estudantes assumiram que os dados transferíveis de um ser humano seriam representados pelos pares de DNA que formam os genomas em cada célula.
Os dados totais para cada célula humana somariam cerca de 1010 bits.
Como era muita informação, o grupo assumiu que as informações de uma célula seriam suficientes para reconstruir qualquer outro tipo de célula no corpo.
Mas o cérebro exigiria mais cuidado, presumem eles. Assim, por via das dúvidas, acharam melhor teletransportar o cérebro célula por célula.
Isso elevou a quantidade de informações a serem transmitidas para cerca de 2,6 x 1042 bits.
Quanto tempo levaria para teletransportar um ser humano?
Experimentos já demonstraram que a ação fantasmagórica à distância é, no mínimo, 10.000 vezes mais rápida que a luz, podendo até mesmo ser instantânea. [Imagem: Juan Yin et al.]
Rompendo as premissas
De posse da quantidade de bits representativos de um ser humano, faltava calcular o tempo necessário para teleportar a pessoa para o espaço.
Assumindo que a largura de banda disponível estaria ao redor de 30 GHz, o teletransporte de um ser humano levaria 4,85 x 1015 anos.
Como se calcula que o Universo tenha cerca de de 14 bilhões de anos (14 x 109 anos de idade), levaria cerca de 350 mil vezes mais do que a idade do Universo para teletransportar a informação de uma única pessoa.
Assim, com base apenas nesses dados bastante básicos, provavelmente seria mais rápido ir andando do que esperar pela construção de uma máquina de teletransporte.
Contudo, o estudo de fenômenos ainda pouco compreendidos, como a chamadaação fantasmagórica à distância, tem mostrado que a largura de banda para transmissão de bits sequenciais pode estar para o teletransporte assim como entalhar caracteres em pedras está para a edição de textos em um computador - ou talvez mais do que isso:
Além disso, protocolos de teletransporte que já começam a ser desenvolvidos mostram possibilidades de otimização suficientes para, em breve, testar o conceito em uma transmissão real para o espaço - por enquanto, apenas com fótons.
Bibliografia:

Teleportation
Declan Roberts, James Nelms, David Starkey, Suzanne Thomas
Journal of Physics Special Topics
Vol.: 11, No 1
https://physics.le.ac.uk/journals/index.php/pst/article/view/558
Fonte: Inovação Tecnológica

Pólos magnéticos do Sol estão prestes a inverter

Com informações da NASA - 07/08/2013

Pólos magnéticos do Sol estão prestes a inverter
A inversão de polaridade magnética do Sol é um fenômeno natural que ocorre a cada 11 anos, seguindo os ciclos solares.[Imagem: NASA]
Inversão periódica
Algo realmente marcante está prestes a acontecer no Sol.
Segundo medições de observatórios da NASA, o campo magnético do Sol está prestes a inverter.
"Parece que estamos há não mais do que três a quatro meses de uma inversão de campo completa," disse o físico solar Todd Hoeksema, da Universidade de Stanford. "Esta mudança terá um efeito cascata em todo o Sistema Solar."
O campo magnético do Sol muda de polaridade aproximadamente a cada 11 anos, sempre no pico de cada ciclo solar.
A próxima reversão irá marcar o ponto médio do ciclo solar 24 - metade do "máximo solar" já terá passado, e vamos nos encaminhando para a metade final.
Isso significa que o atual "máximo solar" será na verdade bem "mínimo" - um dos mais fracos nos últimos 100 anos.
Pólos magnéticos do Sol estão prestes a inverter
Durante a inversão de campo, a corrente elétrica induzida pelo campo magnético solar fica ondulada, criando uma forma tridimensional da chamada espiral de Parker. [Imagem: PD-LAYOUT/PD-USGOV-NASA]
Influência solar
"Os campos magnéticos polares do Sol enfraquecem, vão a zero e, em seguida, emergem novamente com a polaridade oposta. Esta é uma parte normal do ciclo solar," esclarece o também físico solar Phil Scherrer.
Normal, mas a inversão do campo magnético do Sol é, literalmente, um grande evento.
A influência magnética do Sol (também conhecida como a "heliosfera") estende-se por bilhões de quilômetros além de Plutão. A mudança a polaridade causará ondulações magnéticas que alcançarão até as sondas Voyager, já na fronteira do espaço interestelar.
Na verdade, essas ondulações representam uma proteção mais forte - para a Terra por exemplo - contra os raios cósmicos, que chegam do espaço interestelar.
Conforme a inversão total do campo magnético solar se aproxima, os dados dos observatórios mostram que os dois hemisférios do Sol estão fora de sincronia.
"O pólo norte do Sol já mudou de sinal, enquanto o pólo sul está correndo para recuperar o atraso," disse Scherrer. "Em breve, no entanto, os dois pólos terão revertido, e a segunda metade do máximo solar estará em andamento."

Fonte: Inovação Tecnológica

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Google homenageia Erwin Schrödinger

Gatinhos, um sucesso em vídeos fofos, agora na página inicial do Google, na homenagem do buscador a Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger.
Google homenageia Erwin Schrödinger (reprodução)
Google homenageia Erwin Schrödinger (reprodução)
A página inicial do Google traz uma arte que remete a um importante experimento mental feio por Erwin Schrödinger, chamado de Gato de Schrödinger.
“Qualquer um pode mesmo montar casos bem ridículos. Um gato é trancado dentro de uma câmara de aço, juntamente com o dispositivo seguinte (que devemos preservar da interferência directa do gato): num tubo contador Geiger há uma pequena porção de substância radioativa, tão pequena que talvez, no decurso de uma hora, um dos seus átomos decaia, mas também, com igual probabilidade, talvez nenhum se decaia; se isso acontecer, o tubo contador liberta uma descarga e através de um relé solta um martelo que estilhaça um pequeno frasco com ácido cianídrico. Se deixarmos todo este sistema isolado durante uma hora, então diremos que o gato ainda vive, se nenhum átomo decaiu durante esse tempo. A função-Ψ do sistema como um todo iria expressar isto contendo em si mesma o gato vivo e o gato morto simultaneamente ou dispostos em partes iguais. É típico destes casos que uma indeterminação originalmente confinada ao domínio atómico venha a transformar-se numa indeterminação macroscópica, a qual pode então ser resolvida pela observação direta. Isso previne-nos de tão ingenuamente aceitarmos como válido um “modelo impreciso” para representar a realidade. Em si mesma esta pode não incorporar nada de obscuro ou contraditório. Há uma diferença entre uma fotografia tremida ou desfocada e um instantâneo de nuvens e bancos de nevoeiro”, escreveu Schrödinger.
Schrödinger foi um físico teórico austríaco famoso por suas contribuições à Mecânica Quântica, especialmente a Equação de Schrödinger, pela qual recebeu o Nobel de Física em 1933. Propôs o experimento mental conhecido como o Gato de Schrödinger e participou da 4ª, 5ª, 7ª e 8ª Conferência de Solvay. Deu ainda grande atenção aos aspectos filosóficos da ciência, bem como a conceitos filosóficos, à ética e às religiões orientais e antigas. Sobre sua visão religiosa, ele era ateu.

Gato de Schrödinger

O Gato de Schrödinger é um experimento mental, frequentemente descrito como um paradoxo, desenvolvido pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1935.
O experimento mental do Gato de Schrödinger consiste em um gato preso dentro de uma caixa sem transparências, junto a um frasco de veneno e um contador Geiger ligados por relés, e um martelo. O contador Geiger será acionado ou não. Se for, transmitirá movimento através dos relés; o martelo baterá no frasco de veneno quebrando-o e o gato morrerá. Mas se o contador não acionar, o martelo não quebrará o frasco e o gato permanecerá vivo. Esse experimento mental foi proposto por Erwin Schrödinger em 1935 para demonstrar os estados de superposição quântica: só saberemos se o gato está vivo ou morto se abrirmos a caixa, mas se isso for feito, alteraremos a possibilidade do gato estar vivo ou morto. O princípio desta está intrinsecamente ligado ao Princípio da Incerteza de Heisenberg. O estado de superposição quântica acontece quando for desconhecido o estado de um corpo. Se não pudermos identificá-lo, diremos que este corpo está em todos os estados. Não poderíamos inferir, por exemplo, que o gato não está em estado nenhum, já que foi colocado dentro da caixa e sabemos que ele está lá [wiki].

sábado, 3 de agosto de 2013

Lá vem o cometa do século, quiçá suicida


Cometa Ison fotografado pelo Telescópio Espacial Hubble em abril
Ele está sendo chamado por alguns de “o cometa do século”, diante do espetáculo que poderá nos dar em 2013. Mas talvez tudo não passe de um grande fiasco. Como todo cometa, só saberemos na hora. Que, no caso, deve ser lá para o fim de novembro. Se as previsões mais otimistas se confirmarem, talvez dê até para vê-lo à luz do dia.
O Ison foi descoberto em 24 de setembro do ano passado por dois astrônomos amadores, um na Bielorrússia e o outro na Rússia. Como ambos faziam parte de um grupo que, em inglês, é chamado de International Scientific Optical Network, o objeto acabou ganhando a sigla da rede como nome.
De cara, o cometa já tinha uma característica muito interessante. Sua rota parecia muito similar à de um outro objeto do mesmo tipo que teve importância histórica: um cometa visto no longínquo ano de 1680 e que foi fundamental para que sir Isaac Newton saísse do armário.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Não o armário que você está pensando –dizem as más línguas que o brilhante físico inglês morreu virgem–, mas o que dizia respeito a assumir a paternidade da lei da gravitação universal. Newton era um sujeito bem reservado (de fazer muita inveja aos nerds atuais) e tinha verdadeiro pavor de críticas. Então, quando fazia algum trabalho importante, de pronto guardava no armário. Literalmente.
Foi só quando Edmond Halley, um famoso astrônomo daquela época, perguntou casualmente se ele já havia calculado a trajetória do cometa de 1680 que Newton revelou já ter determinado que se tratava de uma parábola, conforme sugeriam as equações da gravitação que ele havia elaborado.
“Opa, opa, opa! Como assim, equações da gravitação?”, questionou Halley. Newton disse que devia ter o cálculo guardado em algum lugar, mas nunca o localizou. Em vez disso, rescreveu a coisa toda, e Halley ficou tão empolgado que o encorajou a elaborar mais. O que nasceu disso foram os “Principia Mathematica”, uma obra de três volumes que mudou para sempre a história da física.
Halley também foi um grande beneficiário do trabalho de Newton. Usando as equações, ele pôde prever a periodicidade de 76 anos do cometa que mais tarde levou seu nome –provavelmente o mais famoso desses objetos, embora tenha também produzido um fiasco em sua última aparição, em 1986 (eu estava de olho, e foi uma sem-gracice terrível).
A FONTE DOS COMETAS
O Ison pode muito bem ser um parente do cometa de 1680 –ou seja, um pedaço do mesmo objeto maior que deu origem também ao cometa visto no século 17. Ambos devem ser originários da nuvem de Oort, uma região cheia de restos da formação do Sistema Solar, muito além da órbita dos planetas. Se for esse o caso e os dois cometas forem parentes mesmo, estaremos observando algo como um tio-avô cósmico do trabalho de Newton.
Ou não. Para darmos essa boa olhada, ele vai precisar sobreviver ao seu encontro com o Sol. Em sua rota parabólica, o Ison vai passar a apenas 1,2 milhão de quilômetros da superfície solar em 28 de novembro de 2013. Isso é menos de um centésimo da distância entre a Terra e o Sol. E, como você pode imaginar, uma pedra de gelo (definição mais rasteira de cometa, um objeto de rocha e gelo remanescente da formação do processo de formação dos planetas) não deve se animar muito de passar tão perto assim de uma estrela fervilhante. Mesmo que tenha os respeitáveis 5 km de diâmetro estimados pelos astrônomos.
Das duas uma. Ou uma boa parte do gelo derrete e produz uma cauda fantástica, ou o cometa se despedaça e a graça vai toda embora. Veremos em novembro, a época que será melhor para vê-lo.
DICAS DE OBSERVAÇÃO
A ideia é procurá-lo na direção do nascente, pouco antes do nascer do Sol, umas duas semanas antes do chamado periélio (o ponto de máxima aproximação com o Sol), em 28 de novembro. Se o cometa atingir o brilho esperado, deve atingir o mesmo brilho de uma lua cheia e ser visível a olho nu mesmo à luz do dia no final de novembro.
Mas, claro, é extremamente complicado estimar o brilho de cometas. Pode ser que ele se despedace e nada se veja. O Telescópio Espacial Hubble, que não tem esse problema todo que nós temos com a atmosfera terrestre para ver o céu, já tirou uma foto bonitona dele em abril (é a que ilustra este artigo, lá em cima), quando ele estava ainda pelos arredores da órbita de Júpiter, em desabalada carreira na direção do interior do Sistema Solar.
E, apesar de cometas terem sido tratados historicamente como sinais de mau agouro durante as épocas mais supersticiosas de nossa civilização, não custa alertar: o objeto não traz perigo algum, não vai trombar com a Terra e promete apenas entreter e educar quem estiver disposto a caçá-lo no céu.

Fonte: UOL