segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Quais são os riscos existenciais para a humanidade?

Quais são os riscos existenciais para a humanidade?
"A biologia sintética, a inteligência artificial e a nanotecnologia são exemplos de áreas que podem criar os riscos novos mais sérios."[Imagem: US Department of Energy]









Risco existencial
Que riscos ameaçam o futuro da humanidade nos próximos cem anos? E o que devemos fazer para nos proteger contra eles?
Mais um grupo de pesquisadores se dispôs a abordar essas questões. O programa de pesquisa Risco Existencial para a Humanidade será conduzido por uma equipe multidisciplinar das universidades de Tecnologia de Chalmers e Gotemburgo, na Suécia.
De acordo com esse crescente grupo de pesquisadores, não basta nos concentrarmos nos riscos atualmente colocados sobre a mesa - guerra nuclear e mudanças climáticas. Há muitos outros perigos que também devem ser abordados, como vírus sintéticosinteligência artificial descontrolada ou declínios dramáticos na produção mundial de alimentos.
Abordagem holística
De acordo com o professor Olle Haggstrom, os cientistas não costumam adotar abordagens holísticas para os problemas, mas eles têm uma importante responsabilidade de fazer isso. "Através do nosso programa de pesquisa, nós vamos trabalhar juntos para avançar o estado do conhecimento em relação aos riscos existenciais. Nós deveremos fazer uma avaliação abrangente de todas as ameaças e propor estratégias para lidar com elas," disse ele.
Haggstrom defende que os riscos existenciais - riscos que ameaçam todo o futuro da humanidade - são maiores hoje do que 50 anos atrás. Isso seria principalmente um efeito colateral do desenvolvimento tecnológico incrivelmente rápido e da disseminação global do conhecimento nas últimas décadas.
"A biologia sintética, a inteligência artificial e a nanotecnologia são exemplos de áreas que podem criar os riscos novos mais sérios. Ou seja, exatamente as mesmas áreas que são algumas das mais promissoras para resolver muitos dos problemas da humanidade e aumentar a prosperidade no mundo," disse Haggstrom.
Evitar os problemas, não a tecnologia
Um elemento importante do programa de pesquisa será a realização de discussões entre especialistas de várias partes do mundo sobre como reduzir os riscos dessas novas tecnologias sem bloquear as enormes possibilidades que elas oferecem.
"Nós queremos desenvolver um conhecimento de ponta, mas é igualmente importante comunicar o conhecimento já disponível para um público mais amplo," finalizou o pesquisador.

Outros esforços nesse sentido incluem o Instituto do Futuro da Humanidade, na Universidade de Oxford, e o Centro para o Estudo do Risco Existencial, na Universidade de Cambridge, ambas no Reino Unido, além do Grupo AI100, da Universidade de Stanford, nos EUA, focado nos riscos da inteligência artificial.
Fonte: Inovação Tecnológica

Senhas são armazenadas na roupa sem eletrônica

Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Senhas são armazenadas na roupa de forma invisível e sem eletrônicos
Além do remendo usado para abrir esta porta, a equipe fabricou gravatas, cintos, colares e pulseiras com os tecidos magnetizados. [Imagem: Dennis Wise/University of Washington]
Senha na roupa
O conceito de tecidos inteligentesroupas eletrônicas apresenta, ao menos até agora, um pressuposto básico: a incorporação de circuitos eletrônicos nos tecidos e nas roupas - da forma menos intrusiva possível, é certo.
Mas dá para fazer roupas que lhe ajudem a interagir com toda a parafernália tecnológica sem precisar incorporar novos equipamentos eletrônicos nos tecidos.
Foi o que demonstraram Justin Chan e Shyamnath Gollakota, da Universidade de Washington, nos EUA.
Eles criaram tecidos sem qualquer componente eletrônico ou sensor integrados, e os utilizaram para tecer acessórios de vestuário que armazenam dados - como senhas ou códigos de identificação, por exemplo.
Os dados podem ser lidos usando um leitor específico ou um componente já incorporado na maioria dos celulares, sendo então usados para habilitar aplicativos de navegação ou de acesso.
"Este é um design totalmente isento de eletrônicos, o que significa que você pode passar o tecido inteligente ou colocá-lo na máquina de lavar e secar. Você pode pensar no tecido como um disco rígido - você está realmente fazendo esse armazenamento de dados nas roupas que você está vestindo," disse Gollakota.
Senhas são armazenadas na roupa de forma invisível e sem eletrônicos
Os tecidos podem ser magnetizados em casa, com um ímã comum, e depois lidos pelo magnetômetro presente na maioria dos celulares. [Imagem: Justin Chan/Shyamnath Gollakota]
Dados magnéticos em tecidos
Inúmeros protótipos de roupas inteligentes incorporam fios ou malhas eletricamente condutoras na trama do tecido. O que os dois pesquisadores perceberam é que esses tecidos condutores também têm propriedades magnéticas, que podem ser manipuladas para armazenar informações visuais ou dados digitais, como letras e números.
Eles então usaram máquinas de costura comuns para bordar tecidos com fios condutores já disponíveis comercialmente, cujos pólos magnéticos começam em uma ordem aleatória. Usando um ímã, esses pólos podem ser alinhados fisicamente em uma direção "positiva" ou "negativa", o que pode ser interpretado como os 0s e 1s dos dados digitais.
Esses dados podem ser lidos por um magnetômetro, um instrumento que mede a direção e a força dos campos magnéticos e que está incorporado na maioria dos celulares. "Estamos usando algo que já existe em um smartphone e usa quase nada de energia, então o custo de ler esse tipo de dado é insignificante," disse Gollakota.
Em outro teste, usando um leitor específico, o código de acesso para uma porta eletrônica foi armazenado em um remendo de tecido costurado na manga de uma camisa. A porta foi destrancada passando remendo à frente do leitor, composto por uma série de magnetômetros.
Como acontece com alguns sistemas de acesso temporário por cartão magnético já usados comercialmente, a intensidade do sinal magnético do tecido enfraquece cerca de 30% ao longo de uma semana, mas ele pode ser remagnetizado e reprogramado várias vezes. Em outros testes de estresse, o remendo de tecido manteve seus dados mesmo após a lavagem, secagem e passagem a ferro a temperaturas de até 160º C.

Bibliografia:

Data Storage and Interaction using MagnetizedFabric
Justin Chan, Shyamnath Gollakota
UIST 2017 Proceedings
http://smartfabrics.cs.washington.edu/smartfabrics.pdf
Fonte: Inovação Tecnológica