quinta-feira, 29 de junho de 2017

Planeta Dez: Dados indicam mais um planeta no Sistema Solar

Com informações da New Scientist -  

Planeta 10
Visualização artística do gelado Planeta Dez, que ainda deverá ser observado diretamente. [Imagem: Heather Roper/LPL]
Quintal desconhecido
Depois dos indícios da existência de um nono planeta no Sistema Solar - o ardentemente procurado Planeta Nove - agora novos dados indicam que o Sistema Solar pode ser ainda mais populoso do que se pensava.
Kathryn Volk e Renu Malhotra, da Universidade do Arizona, nos EUA, acabam de encontrar indícios da existência de um décimo planeta em nosso sistema - o Planeta Dez.
Os indícios surgiram quando as duas astrônomas rastreavam as regiões além de Netuno, no chamado Cinturão de Kuiper, que começa a partir das 55 unidades astronômicas (ua) - ou seja, 55 vezes mais longe do que a distância do Sol à Terra. Foi uma onda de descobrimento de um grande número de corpos celestes poucos brilhantes nessa região que ajudou a desclassificar Plutão como planeta.
Planeta Dez
Volk e Malhotra rastrearam vários objetos nessa região e verificaram que vários deles descrevem órbitas anômalas, com uma inclinação orbital de oito graus em média. Os efeitos observados, segundo elas, só podem ser explicados pela presença de um outro corpo celeste de grandes dimensões - um planeta.
"Não é o que esperaríamos se os únicos planetas do Sistema Solar fossem aqueles que já conhecemos. Isto significa adicionar um novo planeta - o Planeta Dez, assumindo que o Planeta Nove exista," disse Volk.
A técnica é a mesma usada para identificar o Planeta Nove, só que este deve estar a 700 ua e ter 10 vezes a massa da Terra. O Planeta Dez estaria bem mais perto, a 50 ua, e deve ser bem menor, mais ou menos do tamanho de Marte.
Planeta 10
O Planeta 10 estaria em uma órbita inclinada em relação ao Sol e aos planetas conhecidos. [Imagem: Heather Roper/LPL]
Fácil de ver
Ocorre que um planeta do tamanho de Marte localizado pouco depois de Netuno deve ser muito mais fácil de ser observado do que o distante Planeta Nove.
Na verdade, outros astrônomos, ao comentarem os resultados da pesquisa, afirmam ser difícil de acreditar que exista algo deste tamanho e tão próximo e que não tenha sido observado até hoje, embora o eventual planeta possa ser obscurecido por galáxias de fundo.
Os dados deverão ser confirmados - ou corrigidos - com a adição de novas observações de corpos do Cinturão de Kuiper. Esses dados poderão ser fornecidos pelo projeto OSSOS (Outer Solar System Origins Survey), que está rastreando milhares de objetos nessa região.
"Teria que ser um acaso muito grande para que este não seja um efeito real. Acreditamos que há um sinal real lá e isso implica um planeta adicional," disse Volk.

Bibliografia:

The curiously warped mean plane of the Kuiper belt
Kathryn Volk, Renu Malhotra
The Astronomical Journal
Vol.: Accepted paper
https://arxiv.org/abs/1704.02444
Fonte: Inovação Tecnológica

Homem deve voltar-se para o espaço, defende Stephen Hawking

Com informações da BBC -  

Homem deve voltar-se para o espaço, defende Stephen Hawking
As bases na Lua são um sonho antigo - mas continuam sendo um sonho, sem um projeto definido por falta de objetivos práticos.[Imagem: BBC]
Propósito para a humanidade
O físico britânico Stephen Hawking convocou países a enviarem astronautas à Lua até 2020. Para ele, é preciso também construir uma base lunar nos próximos 30 anos e enviar pessoas a Marte até 2025 - tudo isso pensando "no futuro da humanidade".
As previsões de Hawking almejam principalmente reacender programas espaciais globais, forjar novas alianças e dar à humanidade uma nova "sensação de propósito".
"Essa expansão para o espaço pode mudar completamente o futuro da humanidade", disse o físico britânico. "Tenho esperanças de que isso uniria países que competem entre si em torno de uma única meta, para enfrentar o desafio comum a todos nós. Um novo e ambicioso programa espacial serviria para engajar os mais novos e estimular o interesse deles em outras áreas, como astrofísica e cosmologia."
Futuro da humanidade
Questionado sobre se não seria melhor gastar o dinheiro disponível tentando resolver os problemas deste planeta, em vez de investi-lo no espaço, Hawking pontuou que é importante, sim, cuidar das questões urgentes daqui - mas agregou que pensar no espaço é importante para garantir o futuro da humanidade.
"Não estou negando a importância de lutar contra o aquecimento global e as mudanças climáticas aqui, ao contrário do que fez Donald Trump, que pode ter tomado a decisão mais séria e errada sobre esse tema que o mundo poderia esperar," disse - no início deste mês, o presidente norte-americano anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris, pacto climático que visa impedir o aumento das temperaturas globais.
No entanto, Hawking ressaltou que as viagens espaciais são essenciais para o futuro da humanidade, principalmente porque a Terra está sob ameaça - justamente por conta de problemas como o aquecimento global e a diminuição dos recursos naturais.
"Estamos ficando sem espaço aqui e os únicos lugares disponíveis para irmos estão em outros planetas, outros universos. É a hora de explorar outros sistemas solares. Tentar se espalhar por aí talvez seja a única estratégia que pode nos salvar de nós mesmos. Estou convencido de que os seres humanos precisam sair da Terra," afirmou o físico.
Mas, aparentemente, devemos ter cuidado com quem encontrarmos pelo caminho, já que Hawking também defendeu recentemente que a humanidade deve evitar contato com alienígenas.
Para o espaço e avante
O chefe da Agência Espacial Europeia (ESA), Jan Woerner, prevê a construção de uma base na Lua em 2024 e está colaborando com a Rússia para enviar uma sonda e testar um possível local para isso. A China já estipulou uma meta de enviar um astronauta à Lua em breve.
Já a NASA não tem planos de voltar à Lua por enquanto e vem focando seus esforços no plano de enviar astronautas a Marte até 2030. No entanto, se outras agências espaciais começarem a colaborar entre si para a construção de uma base lunar, seria difícil ver a NASA fora do empreendimento.
Para Hawking, o ponto principal é que não há futuro a longo prazo para nossas espécies na Terra: ele acha que seríamos atingidos por um asteroide novamente ou eventualmente engolidos pelo nosso próprio Sol. Ele ainda reforça que viajar para outros planetas distantes "elevaria a humanidade".
"Sempre que demos um novo salto, por exemplo a ida à Lua, unimos os povos e as nações, inauguramos novas descobertas e novas tecnologias", afirmou. "Deixar a Terra exige uma movimentação global, todos devem estar juntos nisso. Precisamos fazer renascer a empolgação dos primórdios das viagens espaciais, na década de 1960."

Para ele, a colonização de outros planetas já não é mais tema de ficção científica. "Se a humanidade quiser continuar (a viver) por mais milhões de anos, nosso futuro residirá na ousadia de ir onde ninguém mais ousou ir. Espero que seja para o melhor. Nós não temos outra opção."

Fonte : Inovação Tecnológica