quarta-feira, 24 de abril de 2019

Livro sobre educação brasileira será lançado nesta quinta-feira (25) na FACED

Imagem: A obra, com 234 páginas, aborda discussões e práticas sobre a educação brasileiraSerá lançado nesta quinta-feira (25), às 19h, no Auditório Valnir Chagas (Rua Waldery Uchôa, 1, Benfica), da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal do Ceará, o livro Tríade: história e memória, relações raciais e avaliação na educação brasileira.
A obra, com 234 páginas, aborda discussões e práticas sobre a educação brasileira, perpassando os três eixos temáticos de pesquisa – história e memória, relações raciais e avaliação – que justificam a constituição da tríade que dá título ao trabalho.
O livro conta com a participação de autores professores-pesquisadores do Ceará e do Rio Grande do Norte, dando visibilidade a pesquisas concluídas ou em andamento. A organização é de Adriano Ferreira de Paulo, José Melinho de Lima Neto e Karlane Holanda Araújo, doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFC. A publicação é da editora Imprece.
Interessados podem adquirir o livro na ocasião do lançamento ou posteriormente, em contato direto com os organizadores, através do e-mail triadenaeducacao@gmail.com.
Fonte: Equipe de organizadores do livro – e-mail: triadenaeducacao@gmal.com

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Não, a física quântica não sugere que a realidade objetiva não existe



Sobre a notícia da BBC, publicada com o título de “Existe a realidade? O experimento que indica que, no nível quântico, não há fatos objetivos”, transcrevo o comentário do astrofísico relativístico e filósofo científico Gustavo Esteban Romero:


Fatos objetivos

O experimento não estabelece que não há “fatos objetivos”. Estabelece que certos fatos dependem do sistema de referência em que são medidos. Isso não é “subjetivo”, mas relativo. Na física clássica, a mesma coisa acontece quando uma propriedade tem um valor em relação a um sistema de referência e outro diferente em outro sistema. Relativo não é igual a subjetivo.

Emaranhamento quântico

No que diz respeito ao emaranhamento quântico, é uma consequência de que as equações da mecânica quântica são lineares e, portanto, vale para elas o princípio de superposição. As equações de Maxwell também o são, e é por isso que a luz pode se sobrepor para formar, por exemplo, um laser. Na eletrodinâmica, o que é superposto são as intensidades, mas na quântica são os estados. Um sistema pode ser visto como uma mistura de estados em um marco de referência e como um estado simples em outro. Isso não significa que não exista uma realidade subjacente. O sistema tem energia em todos os sistemas de referência.

Teoria quântica que diz que duas realidades podem coexistir é comprovada em experimento



A física quântica, como sabemos, é um reino totalmente diferente e estranho da física. Lá, coisas estranhas e inimagináveis no nível normal da física acontecem, como o entrelaçamento quântico e outros fenômenos. E por incrível que pareça, as coisas acabaram de ficar mais estranhas. Um experimento acaba de comprovar uma questão que tem intrigado os cientistas que estudam este campo da física há anos: será que duas versões da realidade podem existir ao mesmo tempo? Os físicos dizem que a resposta para essa pergunta é afirmativa – pelo menos no mundo quântico.


O experimento colocou em prática uma teoria: dois indivíduos observando o mesmo fóton poderiam chegar a diferentes conclusões sobre o estado desse fóton – e, no entanto, ambas as suas observações estariam corretas. Pela primeira vez, os cientistas replicaram as condições descritas neste experimento mental. Seus resultados, publicados em 13 de fevereiro, confirmaram que, mesmo quando os observadores descreviam estados diferentes no mesmo fóton, as duas realidades conflitantes poderiam ser ambas verdadeiras.


“Você pode verificar as duas”, confirma Martin Ringbauer, um dos co-autores do estudo e pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Física Experimental da Universidade de Innsbrück, na Áustria.
Mas como isso é possível?
A ideia desconcertante de duas realidades coexistindo é de Eugene Wigner, vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1963. Em 1961, Wigner introduziu um experimento mental que ficou conhecido como “amigo de Wigner”. Começa com um fóton – uma partícula de luz. Quando um observador em um laboratório isolado mede o fóton, ele descobre que a polarização da partícula – o eixo no qual ela gira – é vertical ou horizontal. Entretanto, antes que o fóton seja medido, ele exibe as duas polarizações de uma só vez, conforme ditado pelas leis da mecânica quântica; ele existe em uma “superposição” de dois estados possíveis.

Uma vez que a pessoa no laboratório mede o fóton, a partícula assume uma polarização fixa. Mas para alguém de fora daquele laboratório fechado que não conhece o resultado das medições, o fóton não medido ainda está em estado de superposição. A observação desta pessoa de fora e, portanto, sua realidade, divergem da realidade da pessoa no laboratório que mediu o fóton. No entanto, nenhuma dessas observações conflitantes é considerada errada, de acordo com a mecânica quântica.

Estados alterados

Durante décadas, esta proposta bizarra de Wigner foi apenas uma interessante experiência mental. Mas nos últimos anos, avanços importantes na física finalmente permitiram que especialistas colocassem a proposta de Wigner à prova. “Os avanços teóricos foram necessários para formular o problema de uma maneira testável. Então, o lado experimental precisou de desenvolvimentos no controle de sistemas quânticos para implementar algo assim”, explica Ringbauer ao portal Live Science.
ingbauer e seus colegas testaram a ideia original de Wigner com um experimento ainda mais rigoroso que duplicou o cenário. Eles designaram dois “laboratórios” onde os experimentos aconteceriam e introduziram dois pares de fótons emaranhados, o que significa que seus destinos estavam interligados, de modo que saber o estado de um automaticamente informa o estado do outro. Os fótons da configuração eram reais. Quatro “pessoas” no cenário, chamadas de “Alice”, “Bob” e um “amigo” de cada um, não eram reais, mas representavam observadores do experimento.
Os dois amigos de Alice e Bob, que estavam localizados “dentro” de cada um dos laboratórios, mediam um fóton em um par entrelaçado. Isso quebrou o emaranhamento e colapsou a superposição, o que significa que o fóton medido existia em um estado definido de polarização. Eles gravaram os resultados em memória quântica – copiados na polarização do segundo fóton.
Alice e Bob, que estavam “fora” dos laboratórios fechados, foram então apresentados a duas escolhas para realizar suas próprias observações. Eles podiam medir os resultados de seus amigos armazenados na memória quântica e, assim, chegar às mesmas conclusões sobre os fótons polarizados, mas também poderiam conduzir sua própria experiência entre os fótons emaranhados. 
Neste experimento, conhecido como experimento de interferência, se os fótons atuam como ondas e ainda existem em uma superposição de estados, Alice e Bob veriam um padrão característico de franjas claras e escuras, onde os picos e vales das ondas de luz adicionam ou cancelam uma à outra. Se as partículas já tivessem “escolhido” seu estado, eles veriam um padrão diferente do que se elas não tivessem. Wigner havia proposto previamente que isso revelaria que os fótons ainda estavam em um estado emaranhado.
Os autores do novo estudo descobriram que, mesmo em seu cenário duplicado, os resultados descritos por Wigner eram válidos. Alice e Bob puderam chegar a conclusões sobre os fótons que eram corretas e prováveis ​​e que ainda diferiam das observações de seus amigos – que também eram corretas e prováveis, de acordo com o estudo.

Outras regras


A mecânica quântica descreve como o mundo funciona em uma escala tão pequena que as regras normais da física não se aplicam mais. Segundo Ringbauer, especialistas que estudam o campo já ofereceram inúmeras interpretações do que isso significa durante várias décadas. No entanto, se as medidas em si não são absolutas – como essas novas descobertas sugerem – isso desafia o próprio significado da mecânica quântica.


“Parece que, em contraste com a física clássica, os resultados das medições não podem ser considerados verdade absoluta, mas devem ser entendidos em relação ao observador que realizou a medição. As histórias que contamos sobre mecânica quântica têm que se adaptar a isso”, diz ele ao Live Science.
“O método científico baseia-se em fatos, estabelecidos através de medições repetidas e acordados universalmente, independentemente de quem os observou. Na mecânica quântica, a objetividade das observações não é tão clara”, diz Maximiliano Proietti, outro dos co-autores do estudo, no artigo publicado no jornal pré-impresso AirXiv.
É como se a máxima “ver para crer” não fosse suficiente para este bizarro e sensacional campo da física. [Live ScienceNY PostInquisitr]


Disponível em: https://hypescience.com/duas-realidades-coexistem-em-experimento-quantico/

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Os asteroides podem mesmo colidir com a Terra? É possível evitar ?

Quase todos os dias a imprensa mundial lança notícias sobre asteroides que passarão próximos à Terra. Algumas delas dão conta de que o impacto será fulminante e acontecerá em breve.
Filmes de ficção e aventura, como "Impacto Profundo" colaboram para disseminar o pânico, fazendo parecer líquido e certo que de fato uma colisão está a caminho.
Afinal de contas, isso tudo é ficção ou existe mesmo essa possibilidade?
Para responder essa pergunta, é importante saber primeiro o que é um asteroide e onde eles estão. É isso o que veremos na primeira parte desta matéria.

Os asteroides
Asteroides são rochas irregulares cuja maioria orbita uma região do espaço entre Marte e Júpiter, conhecida como "Cinturão de Asteroides". Elas existem aos milhares e por serem muito pequenas, não são considerados planetas.
Pelo menos dezesseis desses objetos têm um diâmetro maior que 240 km e um deles, o maior de todos e batizado de Ceres(foto), tem um diâmetro de aproximadamente 1000 km.
Atualmente é aceito pela maioria dos cientistas que essas rochas são fragmentos de um planeta que não chegou a se formar, mas seus pedaços permanecem orbitando o Sol.
Os asteroides não estão presentes apenas no "Cinturão de Asteroides", mas também orbitam outras regiões do sistema solar e já foram descobertos desde o interior da órbita da Terra até para além da órbita de Saturno.
A grande maioria no entanto, orbita entre Marte e Júpiter e se permanecessem no seu lugar, praticamente não representariam riscos. No entanto, diversos mecanismos podem fazê-los sair de suas órbitas.
Como exemplo, a colisão entre os próprios asteroides ou a forte atração gravitacional de Júpiter pode modificar a trajetória alguns deles, deslocando-os do Cinturão para uma nova órbita, capaz de cruzar a órbita terrestre.

Apolos, Amor e Atens
Outro grupo de asteroides, conhecidos por Apolos, Amor e Atens, circulam em regiões distintas do Sistema Solar. Estes objetos representam um risco muito mais imediato do que os do Cinturão, já que suas órbitas naturais cruzam a órbita da Terra.
Por cruzarem nossa órbita, alguns desses objetos já atingiram nosso planeta em tempos passados. Um exemplo real dessa colisão com a Terra é a cratera formada pelo Meteoro Barringer, próximo a Winslow, no Arizona, EUA, visto abaixo.
Os asteroides Aten ficam na maior parte do tempo entre o Sol e a Terra, o que significa que vários deles cruzam a órbita do nosso planeta.
Os astrofísicos acreditam que existam milhares de asteroides Aten, mas apenas 550 foram descobertos, já que é praticamente impossível observá-los a partir da Terra.
Os asteroides são objetos pequenos e de baixa reflexão, tornando impraticável sua detecção pelos telescópios em Terra. Em outras palavras, alguns desses corpos podem chegar muito próximo de nós sem que ningúem os veja.
Esse problema está sendo contornado pelas grandes agências espaciais, que estão usando satélites para fazer uma verdadeira varredura espacial, medindo posições com grande precisão. Além do mais, os satélites podem olhar regiões próximas ao Sol sem qualquer dificuldades, impossível daqui da Terra.
O maior problema é que ninguém, da NASA, a agência espacial americana, ou da ESA, a agência européia, sabe exatamente quantos asteroides existem. Nenhum astrofísico, em nenhum observatório, pode responder com certeza essa pergunta.
Recentemente, usando dados obtidos pelo satélite infravermelho ISO( Infrared Space Observatory),da ESA, os astrônomos concluíram que existe cerca de 2 milhões de asteroides com mais de 1 quilômetro de comprimento situados no Cinturão de Asteroides, mas o número exato é uma incógnita.

Alfabeto Egipício

Escrita no Antigo Egito

Os símbolos de escrita no Antigo Egito, também conhecida como escrita hieroglífica, eram tão detalhados e trabalhados para a época, que são estudados até os dias atuais. Assim como nos campos da arquitetura, engenharia e medicina, a forma de escrita e leitura no Antigo Egito era impressionante, principalmente considerando o período histórico.
Os hieróglifos podem ser lidos como imagens, símbolos de figuras ou símbolos sonoros. Seu nome significa ‘escultura sagrada’ e eles são divididos em três tipos:
  • Logogramas: Palavras representadas por um único símbolo, tanto no som como no significado.
  • Fonogramas: Representam um som ou uma série de sons.
  • Determinativos: Representam as desinências verbais de palavras. É a forma de transformar, ‘andar’ em ’andando’, por exemplo.
Resultado de imagem para alfabeto egito antigo

Feitos por artesãos com cinzel e martelo, os hieróglifos a princípio eram feitos apenas em espaços como monumentos, templos, tumbas e documentos importantes. Os símbolos utilizados na escrita cotidiana eram mais simples e de mais fácil aplicação.
Além de existir um símbolo para cada letra (imagem acima), a escrita no Antigo Egito também tinha símbolos para palavras, nomes próprios e situações cotidianas.
Símbolos cotidianos. Da esquerda para a direita: Homem, Mulher, Criança, Deus, Deusa, Terra Estrangeira, Tempestade, Água, Vento, Planta, Pássaro e Peixe.

É interessante perceber a delicadeza e o detalhamento de cada traço. A leitura e a escrita funcionavam para documentar o cotidiano da época e até hoje são formas de conhecer essa civilização.
Com o tempo, a escrita foi se popularizando e expressando individualidade. Existem registros da 1ª dinastia (séc. 2925 – séc. 2775 AC) que já trazem imagens de pessoas (não  necessariamente os Faraós) com nomes ou títulos. Também é possível ler descrições de imagens, explicando o que está retratado, como uma espécie de legenda.

Números

Os números também fazem parte da escrita no Antigo Egito. Cada figura representa um numeral e é a forma que a sociedade tem de documentar diversas situações.
Na imagem percebe-se uma lógica na criação de vários numerais, como o 5, o 6 e o 9, representados por bastões na quantidade dos números, enquanto outros números como o 7 e o 2 são representados deforma mais complexa.

Amuletos

Os amuletos podem ser encontrados em diversos registros da escrita no Antigo Egito. Eles representam proteção e têm uma conotação religiosa.
Amuletos. Da esquerda para a direita: Um Milhão, Vida, Ouro, Pilar de Osíris, Proteção, Nó de Ísis, Existência, Olho de Hórus e Frescor.
 Você percebe a riqueza das ilustrações? O uso das cores? Incrível, não? Nossa dica é ampliar a imagem para perceber cada detalhe.
Fontes:
disponivel em: https://www.descobriregipto.com/escrita-no-antigo-egito/ 

Aprofunda-se o mistério do metano perdido de Marte

Aprofunda-se o mistério do metano perdido de Marte
A sonda espacial TGO realizou a medição mais precisa já feita dos gases-traço na atmosfera marciana. [Imagem: ESA/ATG]
Metano e tempestade em Marte
As mais precisas observações já feitas em busca do metano perdido de Marte não encontraram nada.
A missão conjunta da ESA-Roscosmos (agências espaciais da União Europeia e Rússia), chamada TGO (ExoMars Trace Gas Orbiter), chegou ao planeta vermelho em outubro de 2016 e passou mais de um ano empregando a técnica de frenagem aerodinâmica necessária para atingir a sua órbita científica de duas horas, 400 km acima da superfície de Marte.
Assim, a principal missão científica do TGO começou no final de abril de 2018, apenas alguns meses antes do início da tempestade global que tomou conta de Marte e que levaria à perda do robô Opportunity.
Isso permitiu fazer observações únicas, com a TGO acompanhando o início e o desenvolvimento da tempestade e monitorando como o aumento de poeira afetou o vapor de água na atmosfera - importante para entender a história da água em Marte ao longo do tempo.
Todas as observações da tempestade condizem com os modelos de circulação global e com a presença de água na forma de gelo em Marte, nas baixas concentrações já conhecidas. Mas os resultados com o metano foram bem diferentes.
Aprofunda-se o mistério do metano perdido de Marte
A sonda TGO trouxe dados ricos sobre a tempestade global em Marte e fez um mapa detalhado dos minerais ricos em moléculas de água - mas o metano não apareceu. [Imagem: ESA]
Mistério do metano de Marte
Dois espectrômetros - NOMAD e ACS - a bordo da TGO fizeram medições de gases-traço na atmosfera marciana. Os gases-traço compõem menos de um por cento da atmosfera em volume, e exigem técnicas de medição altamente precisas para determinar as suas impressões digitais exatas.
A presença desses gases é normalmente medida em "partes por bilhão por volume" (ppbv). Por exemplo, o inventário de metano da Terra mede 1.800 ppbv, o que significa que, para cada milhar de milhão de moléculas, 1.800 são metano.
Os resultados da TGO encontraram um limite superior de 0,05 ppbv de metano em Marte, ou seja, 10 a 100 vezes menos metano do que todas as detecções relatadas anteriormente. O limite de detecção mais preciso, de 0,012 ppbv, foi obtido a 3 km de altitude.
"Temos dados belíssimos de alta precisão que detectam sinais de água, dentro da faixa de onde esperamos ver o metano, mas ainda podemos reportar um modesto limite superior que sugere uma ausência global de metano," disse Oleg Korablev, do Instituto de Pesquisas Espaciais da Rússia e responsável pelo espectrômetro ACS.
Relatos de metano na atmosfera marciana têm sido intensamente debatidos porque as detecções foram muito esporádicas no tempo e na localização e, muitas vezes, caíram no limite de detecção dos instrumentos.
A sonda Mars Express, em 2004, indicou a presença de metano no valor de 10 ppbv. Telescópios baseados na Terra também registraram medições transitórias de até 45 ppbv, enquanto o robô Curiosity sugeriu um nível basal de metano que varia com as estações entre 0,2 e 0,7 ppbv - com alguns picos mais altos - na cratera Gale.
"Nós preferimos não criticar os resultados de outros; nós apenas podemos reivindicar a precisão dos nossos resultados. Nós apenas relatamos os dados e deixamos para os teóricos tentarem explicar o que está acontecendo," disse Korablev.

Bibliografia:

Martian dust storm impact on atmospheric H2O and D/H observed by ExoMars Trace Gas Orbiter
Ann Carine Vandaele et al.
Nature
Vol.: To be published
DOI: 10.1038/s41586-019-1097-3

No detection of methane on Mars from early ExoMars Trace Gas Orbiter observations
I.G. Mitrofanov et al.
Nature
DOI: 10.1038/s41586-019-1096-4

Neutron Mapping of Mars with High Spatial Resolution: First Results of FREND experiment of the ExoMars Project
I.G. Mitrofanov et al.
Proceedings of the Russian Academy of Science
Vol.: To be published
Fonte: Inovação Tecnológica

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Veja a 1ª imagem de um buraco negro da história, um 'monstro' maior que o Sistema Solar

A primeira imagem da história de um buraco negro: ele está cercado pelo brilho de gases atraídos pela gravidade
© EHT Collaboration A primeira imagem da história de um buraco negro: ele está cercado pelo brilho de gases atraídos pela gravidade

Astrônomos registraram a primeira imagem da história de um buraco negro, que está localizado em uma galáxia distante da Terra.
O buraco negro tem 40 bilhões de quilômetros de diâmetro – cerca de 3 milhões de vezes o tamanho de nosso planeta – e é descrito pelos cientistas como um "monstro".
Essa região está 500 quinquilhões de quilômetros de distância da Terra e foi registrada por uma rede de oito telescópios ao redor do mundo.
Informações mais detalhadas serão divulgadas ainda nesta quarta-feira (10) na publicação científica Astrophysical Journal Letters.
O professor Heino Falcke, da Universidade Radboud, na Holanda, que propôs o experimento, disse à BBC News que o buraco negro foi achado na galáxia batizada de M87.
"O que nós vemos é maior que o tamanho de nosso Sistema Solar inteiro", afirmou.
"Ele tem uma massa 6,5 bilhões de vezes maior que a do Sol. E estimamos que seja um dos maiores que já tenham existido. É absolutamente monstruoso, um campeão peso-pesado dos buracos negros do Universo."

Antigravidade: Ondas de som têm massa negativa

Antigravidade: Ondas de som têm massa negativa
Os mesmos fônons envolvidos na massa das ondas sonoras podem explicar como o calor pode ser manipulado como se fosse luz.[Imagem: Martin Maldovan]
Massa das ondas sonoras
As ondas sonoras são uma forma de antigravidade porque têm massa negativa.
Esta é a conclusão impressionante de um trio de físicos teóricos dos EUA, Itália e Suíça.
"Nós demonstramos que, de fato, as ondas sonoras carregam massa - em particular, massa gravitacional. Isto implica que uma onda sonora não só é afetada pela gravidade, mas também gera um minúsculo campo gravitacional, um aspecto não apreciado até agora. Nossas descobertas são também válidas para meios não-relativísticos, e podem ter implicações experimentais intrigantes," disse Angelo Esposito, da Universidade de Colúmbia, nos EUA.
A teoria assume condições newtonianas, o que significa dizer que o efeito não está relacionado à teoria quântica ou à equivalência de energia e massa conhecidas da relatividade. Em outras palavras, mesmo ignorando a relatividade geral, que associa energia e massa, as ondas sonoras continuam transportando uma pequena quantidade de massa, de acordo com a teoria.
Isto ocorre graças aos fônons, unidades quânticas das ondas de som, que interagem com um campo gravitacional de uma forma que "exige" que elas transportem massa à medida que se movem.
Para uma onda sonora de 1 watt e duração de 1 segundo viajando na água, por exemplo, a quantidade de massa seria de cerca de 0,1 miligrama. "É simplesmente uma fração da massa total do sistema que viaja com a onda, sendo deslocada de um lugar para outro," disse Esposito.
Em termos mais gerais, os cálculos indicam que, para ondas sonoras comuns na maioria dos materiais, a massa transportada é igual à energia da onda sonora multiplicada por um fator que depende da velocidade do som e da densidade de massa do meio.
Antigravidade: Ondas de som têm massa negativa
Também ainda não se sabe se os átomos de antimatéria caem para cima ou para baixo. [Imagem: Chukman So]
Antigravidade
O mais intrigante é que a massa transportada pelas ondas sonoras revela-se negativa. Quando as ondas sonoras entram em um material, elas fazem uma "sangria", uma depleção de massa, e não uma adição de massa. Assim, ondas sonoras em um campo gravitacional devem flutuar um pouco para cima, como um objeto flutuante na água - uma espécie de antigravidade.
Os três pesquisadores não têm ainda uma explicação física clara dos seus resultados matemáticos. "Nós temos confiança nos resultados porque a matemática que descreve sólidos e fluidos é muito semelhante. Mas tentar interpretar esses resultados no nível microscópico para sólidos é atualmente confuso," disse Alberto Nicolis.
De fato, explicar como a massa flui parece razoável nos líquidos, onde uma parte das partículas do meio pode viajar na direção contrária ao movimento da onda sonora. Mas como isso pode ocorrer nos sólidos é algo ainda aberto à imaginação.
Mas o trio afirma que sua teoria deve ser testável em experimentos com átomos ultrafrios, ou possivelmente em observações de terremotos, que geram fortes ondas sonoras através da crosta terrestre - a massa associada a elas pode chegar a 100 bilhões de quilogramas, o que poderia ser registrado em sensores sensíveis de monitoramento gravitacional.

Bibliografia:

Gravitational Mass Carried by Sound Waves
Angelo Esposito, Rafael Krichevsky, Alberto Nicolis
Physical Review Letters
Vol.: 122, 084501
DOI: 10.1103/PhysRevLett.122.084501
Fonte: Inovação Tecnológica