segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

BA: vai a 94 o número de homicídios desde início da greve da PM

Manifestante é atingido por bala de borracha em confronto com as tropas federais

Subiu para 94 o número de homicídios registrados pela Superintendência de Telecomunicações das Polícias (Stelecom) durante a greve dos policiais militares, que começou no último dia 31. Nesta segunda-feira, segundo a Stelecom, cinco pessoas foram assassinadas em Salvador e região metropolitana.
Quatro crimes aconteceram no mesmo local, na rua dos Lírios, em Camaçari. À 1h45 foram assassinados Luís Cláudio dos Santos Cerqueira, 25 anos, e outro homem não identificado. Uma horas depois, foi registrada a morte de Danilo Bispo dos Santos, de idade não informada. Fábio Monteiro Leite, 29 anos, teve o óbito confirmado às 4h49.
O número de assassinatos contabilizados durante a greve da PM é mais da metade dos 172 homicídios registrados em todo mês de fevereiro de 2011. A Stelecom também contabiliza 235 veículos roubados entre 31 de janeiro e hoje. Em fevereiro de 2011 foram 346 carros subtraídos.
Tensão na Assembleia Legislativa
Os policiais militares em greve passaram a noite em alerta, aguardando a possível invasão do local. Durante a madrugada não houve movimentação da Força Nacional, mas, a partir de 5h, viaturas da instituição passaram a circular no Centro Administrativo da Bahia (CAB), levantando a suspeita que a desocupação realmente iria acontecer.
O grupo está em alerta desde ontem, quando o presidente da AL, Marcelo Nilo, solicitou apoio do Exército para retirar os grevistas da Assembleia até a meia-noite de domingo, o que não ocorreu.

A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.
Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.
Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.
Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.
A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Fonte:Terra

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