quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nota de esclarecimento para a população cearense a cerca da greve (paralisação) geral dos professores estaduais do estado do Ceará.



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Esta nota visa esclarecer dúvidas e má interpretações por parte da mídia e da população em geral sobre o movimento grevista estabelecido em boa parte dos municípios cearenses, onde professores das escolas estaduais aderiram a uma paralisação total e indeterminada a favor do devido reconhecimento de seus direitos sociais e trabalhistas.
È preciso antes de tudo explicar que greve e paralisação são conceitos diferentes, greve é todo conjunto de manifestações: passeatas, reuniões, e principalmente a recusa a alguma situação , proposta ou imposição contrária às suas convicções de uma categoria profissional, étnica, estudantil, cultural ou social.
Uma destas possíveis manifestações, e a última a ser tentada é a paralisação do serviço normalmente exercido pela categoria e tudo amparado por lei federal. No caso dos professores a paralisação se efetiva na não prestação do ato do ensino.É óbvio que a paralisação por fazer parte da greve não implica em abandono da profissão,e a greve dos professores amparada por lei estando totalmente lícita e ao invés de aulas , antes que mentes chamadas maldosas façam qualquer insinuação afirmando que nós ficaremos de braços cruzados, como em férias fora de época, saibam que pelo contrário estaremos em reuniões internas , externas(ou seja com os setores da sociedade que desejarem explicações e com o governo ),em passeatas, apitaços,publicidade do movimento e até para aqueles que crêem em Deus em orações e para aqueles que não crêem com a torcida e apoio moral e presencial.Pois paralisar é um ato que chama atenção para a importância destes trabalhadores onde de tudo é esperado e pouco se reconhece de seus esforços, pois só se paralisa aquilo que se move , e a educação move a sociedade,mas os seus condutores(os professores) como qualquer outro trabalhador se alimentam,se vestem, tem família, tem contas a pagar, sonhos a realizar e uma velhice a se preparar ,e o seu combustível é o seu salário, sem combustível suficiente não se chega ao destino desejado.
É noticiado um aumento salarial pra os profissionais da educação, ou seja, os professores, e é percebido que as notícias giram em torno de uma recusa ou discordância por parte destes professores a este aumento , mas é necessário que a população compreenda que de fato a proposta do governo estadual do Ceará prevê um aumento, mas um aumento considerável no início da carreira , mas uma quase estagnação, ou seja, um quase congelamento deste salário no decorrer da carreira, dos anos,jamais uma categoria profissional recusaria um aumento à toa, mas não entrando em detalhes técnicos, não desgastando a população com tabelas e números, pois é possível caso interesse terem acesso às informações totais no próprio site do governo, ou no do sindicato dos professore: APEOC onde poderão ver com os próprios olhos aquilo que chocou a todos nós professores( e há boatos de que não era a proposta final do governo então por quê para contrariarem a greve afirmam que estão nos dando um aumento e bons benefícios?) , podemos explicar o que ocorre através de uma comparação,uma comparação como qualquer outra é uma aproximação não sendo totalmente igual aquilo que queremos transmitir,mas torna facilmente visível para todos o que informamos.
Nossa comparação é a seguinte: Imagine que o salário mínimo no Brasil fosse de 500 reais e que fosse proposto um aumento imediato para 800 reais, um aumento de 60%, seria uma festa para todos não é? , mas Imagine agora que após este aumento, no próximo ano o salário aumentasse para 820 reais e no outro para 840, e assim por diante de 20 em 20 reais, um aumento fixo e muitíssimo menor que o inicial, imaginem como sentiriam, é fácil perceber que à longo prazo estaríamos diante de prejuízos e não de ganhos reais.
Pois è assim que nós professores estamos nos sentindo, decepcionados com o governo estadual do Ceará, até mesmo atordoados, este é o nosso motivo, não estamos em greve em busca de fortuna, pois já sabíamos que não há faríamos na educação pública, mas esperávamos que nossa já tão mal paga profissão pudesse nos proporcionar pelo menos uma velhice mais segura, mas desta forma não desfrutaremos nem novos , nem velhos de segurança alguma,pois não é por salário que lutamos, mas sim pelo nosso PCC(PLANO DE CARGOS E CARREIRAS), ou seja, das regras que dirigem os aumento de salários e de outros benefícios, pois quem cala consente, e nós não nos calaremos diante de tal injustiça, já explicamos a parte principal do projeto governamental que rejeitamos , um aumento no início para depois passarmos 15, 20 anos praticamente com o mesmo salário, será que o governo se esqueceu que professores também são seres humanos?
No momento em que mais se fala em guerra contra os problemas na educação é que o estado do Ceará vai deixar os soldados desta guerra: os professores sem armas?
Não somos contra o governo, mas somos contra uma proposta ridícula, humilhante, e sem coração que nos atinge.
Fazemos o apelo de que todos os nossos companheiros professores que ainda não aderiram que o façam,pois devemos lealdade não para com propostas degradantes, não para governos, mas para com o futuro de nossos alunos e ás vezes é preciso de pulso para realizarmos o justo, se não pararmos agora para exigirmos nossos direitos, com que cara transmitiremos os ideais de justiça, igualdade e esperança para eles, se nos acovardássemos como alguns de nossos colegas.
Pedimos para os estudantes que também participem, pois mesmo que seus professores não entrem em paralisação, sem alunos não poderão lecionar, e mesmo que alguns alunos presenciem as aulas, se a maioria não fizer por colaborarem com uma greve legal como a nossa,dentro da lei, estes tem o direito a reposição delas assegurado,pois a educação é feita para os estudantes.Após a paralisação( que esperamos que dure o mínimo possível , a depender do bom senso do governo estadual) cada dia será reposto , este é o prejuízo do movimento que atinge alunos e professores,mas não julguem mal o professor,pois esta foi a nossa última escolha, e todos alunos e professores estarão juntos nesta reposição,serão os professores que mais desgaste terão, pois em greve atuarão na luta e depois irão repor as aulas independentemente de lograrem êxito ou não na greve,e o governo continuará com seus belos salários, e doces férias.
Esperamos que a greve terminasse o mais rápido possível, mas isto depende não de nós, mas do nosso governador, é preferível que paralisemos para chamarmos a atenção e possamos garantir nossos direitos do que haja uma verdadeira diáspora de professores para outros empregos, ou outros estados, deixando nossos filhos com falta de professores para algumas matérias, com já ocorre em diversos locais no Ceará.
O desânimo com a proposta do governo nos atingiu e desestimula nossos alunos e estudantes universitários que planejavam seguir esta nobre carreira, pois nós mesmos agora duvidamos dela, que diremos aos outros sobre o futuro do professor no Ceará, mentiremos? Pressionem, mas não através de ofensas, mas de exigências nossos deputados estaduais, e até os federais e o próprio governador e coordenadores das CREDES regionais, COMO? Através de telefonemas ou através de e-mails e dos FALE CONOSCO dos sites da Assembléia legislativa do Ceará, da Câmara dos Deputados federal, da SEDUC_Ceará e dêem apoio ao nosso movimento pedindo , ou melhor exigindo um Plano de cargos e carreira justo e decente para o professor do nosso estado, a pressão de todos nós professores,estudantes,pais, mães,avós,cidadãos é nossa força.Se vocês depositam nestes profissionais a confiança na educação de seus filhos, da mesma forma depositem no nosso movimento grevista sua confiança, ou seja, a confiança em nossa luta.Agradecemos desde já pela atenção e nos desculpem pela paralisação, não a fazemos por vontade ou vaidade,mas por pura e simples necessidade.
Movimento Grevista dos Professores do Estado do Ceará
GREVE GERAL - INTERIOR E CAPITAL

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