quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CARTAZ MOSTRA QUEM TRAIU OS PROFESSORES E A EDUCAÇÃO DO CEARÁ E DEPUTADO DIZ QUE ATO DE PROFESSORES É COVARDE


"Deputado diz que ato dos professores é covarde"

"A afixação de cartazes nas escolas, citando os deputados que votaram a favor do reajuste salarial foi criticada na tribuna"


" O deputado Ronaldo Martins (PRB) solicitou, ontem, durante pronunciamento na assembleia Legislativa, que a Mesa Diretora da casa tome uma iniciativa em relação a afixação de cartazes nas escolas do Estado com fotos de 34 deputados " que teriam votado contra o aumento dos vencimentos dos professores..."


Trechos da matéria do Dario do Nordeste


Fonte : Blog Falação






Resposta à mensagem do nobre deputado

Concordo com excelentíssimo senhor deputado Ronaldo Martins ao afirmar que os vencimentos oferecidos aos professores do estado do Ceará ainda não são compatíveis com o que um profissional de tal importância para a sociedade merece. O mesmo em sua declaração a este jornal diz não entender o porquê dos professores terem colocado nas escolas o nome dos deputados que votaram a favor do piso do ensino médio. 
Vou esclarecer. A votação feita naquele dia fatídico e que nunca será esquecido pela categoria dos professores, naquele dia em que estes profissionais foram agredidos em sua própria casa - já que a Assembléia Legislativa é a casa do povo -, naquele mesmo dia em que foram chamados por alguns deputados de marginais, arruaceiros, preguiçosos, baderneiros, foi votado um projeto de lei que fere alguns princípios da própria lei estadual. A constituição cearense de 1989 em seu art. 226 inciso I que diz: “piso salarial único para todo o magistério, de acordo com o grau de formação”. Ao separar as tabelas, cria-se, automaticamente, dois pisos, o dos professores que possuem ensino médio e o daqueles que possuem licenciatura. O inciso II do mesmo artigo afirma que um projeto de lei referente ao salário dos professores do magistério só pode ser enviado à AL depois de ser discutido com a categoria, o que não ocorreu. Assim a lei foi ferida em dois incisos do mesmo artigo. Portanto, essa lei – já que foi aprovada, é inconstitucional. Essa lei foi enviada à AL na quarta-feira (28/09) para ser votada ‘a toque de caixa’ no outro dia, quinta-feira. Dessa forma não houve tempo hábil para ser avaliada por nenhuma das comissões, daí não perceberem sua inconstitucionalidade.
 
A justificativa dada por alguns dos deputados que votaram a favor de sua aprovação, assim que foi aprovada a, demonstrou que não sabiam do teor da mesma. Uma honorável deputada chegou a dizer que pediu ajuda a um colega para entendê-la, e olha que só eram duas folhas. Ainda bem que existem os vídeos das sessões da assembléia para comprovar o que digo.
Agora, caro deputado, eu também digo "não conseguir compreender a lógica "irresponsável" com que vem sendo tratada" a categoria dos professores. Hoje já são 2 de novembro, quase um mês depois do retorno às aulas, e o governo ainda não apresentou uma proposta elaborada por ele à categoria. Gostaria também de lembrar que a categoria, graças a um pacote de um antigo governador, já perdeu vários direitos: o biênio, o qüinqüênio e também a gratificação por trabalhar em áreas de risco, entre outros.
Diferente da nota que foi postada pelo governo em outro jornal, o ganho mensal de um professor que entrou no último concurso por 200h, já incluindo o vale alimentação, é de R$1490,00 (segundo o meu último contracheque). Bem abaixo da média do salário sonhada por mim, de R$ 2600,00  tão enfatizada na postagem referida acima.
Além disso, a dura realidade e o salário baixo já expulsaram mais de 30% dos professores que assumiram o cargo no último concurso.
Falar mal de um professor enquanto se está andando em um carro da assembléia, trabalhando em um ar-condicionado e recebendo uma gratificação para se comprar um paletó mensal, que é maior do que o salário da maioria dos professores da rede pública, é fácil, difícil é ser um.


Professor :  Francisclay Morais.

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