terça-feira, 13 de setembro de 2011

AS BRECHAS DA CORRUPÇÃO



A menos de três anos para a abertura da Copa do Mundo de 2014, o País ainda não tem nem mesmo uma estimativa certa sobre os custo do Torneio que corre o risco de explodir e ficar muito além das contas iniciais previstas pelo governo federal. O Portal da Transparência do governo, montado pela Controladoria-Geral da União, estima que a Copa custará R$ 23,4 bilhões. Já para a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, que tem acordo de cooperação técnica com a Confederação Brasileira de Futebol e o Ministério do Esporte, órgãos diretamente envolvidos com a realização dos jogos, estima em ao menos R$ 112 bilhões o custo total do Mundial, e em R$ 84,9 bilhões, se considerado o recorte feito pelo Portal da Transparência, com o cálculo incluindo só aeroportos, portos, segurança, arenas e mobilidade urbana.
O próprio Ministério Público Federal julga que, do jeito que as negociações estão sendo conduzidas, a situação é ruim para o Brasil e há, sim, o risco iminente de uma explosão de custos. Entre os principais fatores que trazem preocupação em relação ao custo da Copa, estão a falta de transparência nos investimentos, a precariedade dos projetos, os atrasos nas obras e a qualidade das garantias que serão os arrimos de financiamentos e o uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), o polêmico sistema que deve ser usado para acelerar o processo licitatório. Sobre a RDC, há o risco ainda de que o Regime seja considerado inconstitucional, como desejam alguns juristas.
Ainda está vivo na memória dos brasileiros o absurdo que foram os custos dos jogos Pan-Americanos, que extrapolaram em dez vezes o previsto e cujas contas, quatro anos após o término do evento, nunca foram fechadas. É preciso fechar a brecha para os corruptos de todos os escalões que utilizam essas ocasiões apenas como uma fonte de enriquecimento ilícito à custa do dinheiro do contribuinte brasileiro.

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