quinta-feira, 19 de julho de 2012

Planetas poderão ser vistos a olho nu


Caso você não esteja acostumado a acordar cedo, vale abrir uma exceção nesta domingo, 13. Entre as 3h30 e as 5h haverá uma conjunção planetária entre Vênus,
Júpiter e a estrela Aldebaran (a supergigante vermelha e a mais brilhante da constelação de Touro). O fenômeno é também chamado de alinhamento dos planetas e poderá ser visto a olho nu.
“Uma conjunção planetária ocorre quando os astros estão angularmente próximos no céu, na mesma direção. Neste domingo, as pessoas poderão ver esse alinhamento na condição mais favorável de observação. Depois disso, a própria movimentação orbital faz com que a posição do alinhamento seja gradativamente desfeita”, explica o diretor do Observatório Astronômico Antares, órgão vinculado à Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Paulo Poppe.
A previsão é que os planetas e a estrela poderão ser vistos até a próxima sexta-feira,  20 de julho, mas no dia 15, em especial, terão a companhia da Lua em fase minguante.
Segundo Poppe, a visualização dependerá das condições climáticas. “A observação depende de alguns fatores, mas ao olhar para o céu no horário indicado, as pessoas vão notar que há três objetos bem brilhantes facilmente, uma vez que se trata dos planetas mais brilhantes do sistema solar e a estrela Aldebaran também é bastante luminosa”, diz.
De acordo com o professor Jair Barroso, do Observatório Nacional, os astros poderão ser vistos no horizonte nascente, isto é, no lado leste, onde “nasce” o Sol, mas estarão com pouca elevação. “As regiões mais próximas do Equador, como o Norte do País, poderão ver o fenômeno com mais facilidade”, afirma.
Barroso explica que o fator longitude afeta o melhor horário para se observar a conjunção. “Tomando como referência a hora de Brasília (fuso de 3h), cidades da costa nordeste assistirão bem aos astros entre as 4h30 e as 5h. Já as cidades a oeste do meridiano de Brasília, e dentro do mesmo fuso horário, verão melhor um pouco mais tarde, entre as 5h30 e as 6h”, esclarece.
O professor ainda ressalta que o horizonte nascente precisa estar livre de obstáculos, como edifícios e morros. “Sugiro que todos os educadores e estudantes acompanhem o fenômeno até mesmo após o dia 15 de julho, pois o evento é extremamente didático. Além de despertar o interesse pela ciência, a observação desse acontecimento permite uma melhor compreensão em relação aos movimentos da Terra e dos astros no Universo. Além disso, todos assistirão a um verdadeiro espetáculo ao ver a “dança” dos dois planetas com seus “colegas celestes”, incentiva.
Posição
O astrônomo e professor adjunto do Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) João Batista Garcia Canalle explica que o alinhamento vai durar alguns dias. Segundo ele, na mesma direção, mas do lado oposto à estrela Aldebaran e mais próximo de Júpiter, os mais atentos poderão se deslumbrar com a beleza das plêiades, grupo de estrelas da constelação de Touro. E bem à direita da conjunção, poderão ver as famosas Três Marias da constelação de Órion.
“Os mais felizardos serão os moradores de pequenas cidades ou zonas rurais, já que as luzes das cidades grandes ofuscam o brilho dos astros”, lembra.
Segundo Canalle, Vênus é o que mais se destacará no céu. “Júpiter terá um tom ligeiramente amarelado e estará num ponto mais alto em relação aos outros astros da conjunção. Ela terá uma luz bem cinzenta. Isso é causado pelo reflexo da luz do Sol na Terra. E com a presença dos planetas e da brilhante Aldebaran, o céu terá uma beleza única”, reforça o astrônomo e coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Ainda segundo Barroso, no dia 21 de agosto, poderá se ver a conjunção entre Marte, a estrela Espiga (15ª estrela mais brilhante) e Saturno.

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