quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

11/12/2009 - 14h36


Por Carlos Madeiro
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.

Carlos Madeiro/UOL
Segundo Luiz Carlos Molion, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU




Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O meteorologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.
UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.
UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.
UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.
UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.
UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.
UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.
UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.
UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.
UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.
UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.
UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.
UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.
UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.
UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.
UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de  Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.
UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.
UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.
 
Fonte:

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mortes Por raio no Brasil

Os Números (SURPREENDENTES) de Mortes por Raios no Brasil
Estatísticas inéditas revelam que vítimas são mais numerosas que estimativas supõem, sendo os homens os mais afetados
por Iara Cardoso
OSMAR PINTO JUNIOR
São Paulo lidera o número de mortes por raios entre os estados da federação, seguido por Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
NO BRASIL OCORREM 132 MORTES POR ANO devido a descargas elétricas atmosféricas, os raios, o que nos coloca na quinta posição de fatalidade entre os países com estatísticas confiáveis. E a probabilidade de um homem ser atingido por uma dessas descargas, curiosamente, é dez vezes maior que a de uma mulher. Além disso, a probabilidade de ser vítima de um raio na fase adulta é o dobro da representada tanto por jovens quanto idosos. Viver na zona rural ou urbana também altera essas chances. Na área rural, a probabilidade de receber uma descarga é dez vezes maior.

Esses são alguns dos resultados do levantamento de mortes por raios da década – dados de 2000 a 2009 – elaborado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estudo reuniu pela primeira vez informações de diversos órgãos brasileiros como Elat/Inpe do Ministério da Ciência e Tecnologia, Departamento de Informações e Análise Epidemiológica (CGIAE) do Ministério da Saúde, Defesa Civil, veículos de imprensa e dados de população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Brasil é um dos poucos países que dispõe de um mapeamento detalhado das circunstâncias das mortes por descargas elétricas atmosféricas, o que pode contribuir significativamente para aperfeiçoar as regras nacionais de proteção contra o fenômeno. Nos Estados Unidos, a circunstância que mais provoca mortes por raios são as atividades esportivas ou de recreação, como pescar, acampar e jogar golfe, diferentemente do Brasil. Uma análise sociológica permite deduzir que essa diferença está atrelada principalmente ao fato de os Estados Unidos serem um país desenvolvido e o Brasil estar ainda em desenvolvimento. Assim, atentar para a proteção de pessoas jogando golfe não seria a melhor forma de
fazer uma campanha de proteção nacional. O ideal é instruir a população a não realizar atividades agropecuárias (causa principal das fatalidades no Brasil), assim como orientar as pessoas a não permanecerem próximas aos meios de transporte, sob árvores e em campo de futebol durante as tempestades. Outras circunstâncias também apresentam percentuais comparativos distintos no
Brasil e Estados Unidos.

Na década passada, no Brasil, morreram 1.321 pessoas atingidas por raios, número muito acima das estimativas disponíveis antes do estudo (as menos conservadoras indicavam cerca de 100 mortes). O que essas vítimas tinham em comum eram as atividades que praticavam quando foram atingidas pelas descargas. Exatos 19% das vítimas eram trabalhadores rurais que recolhiam animais ou se ocupavam de plantações com enxadas, pás e facões. A segunda circunstância mais comum foi estarem próximas aos meios de transportes (14%), cujas estruturas metálicas elevam a chance de receber descarga. Aqui convém ressaltar que refugiar-se no interior de um veículo, como um automóvel ou avião, é seguro. A sorte de um piloto e seu copiloto em 2008, no interior de São Paulo, poderia ter sido diferente se eles tivessem seguido essa recomendação. Ambos perceberam a aproximação de uma tempestade com o avião pousado em uma fazenda e buscaram abrigo sob uma das asas e morreram atingidos por um raio.                                                                                                                 
USO DE TELEFONE
Permanecer no interior de uma casa sem os devidos cuidados também foi causa de mortes (14%) na última década. O estudo revela uma conclusão interessante. Apesar de 85% das mortes terem ocorrido ao ar livre quando esses dados são relacionados a diferentes circunstâncias, a porcentagem em cada uma delas é próxima à categoria “dentro de casa”. Esse fato revela que permanecer dentro de casa não é tão seguro quanto se pensava. A maioria das vítimas atingidas por raios em domicílios estava falando ao telefone com fio, descalça em casa com chão de terra batida ou ainda próxima a antenas, lâmpadas, geladeiras, janelas e televisores. A categoria “sob árvore” ficou em terceiro lugar com 12%, seguida por “campo de futebol”, com 10%.O estudo traz outro resultado interessante, evidenciando que as circunstâncias em que ocorrem mortes por raios apresentam variações significativas em diferentes regiões do Brasil.
É possível perceber que características de determinadas regiões ficam evidentes nos percentuais das mortes por raios. A atividade agropecuária, por exemplo, atinge o maior percentual na região Sul, a mais tradicional do país nessa área. Já as regiões Norte e Nordeste apresentam os percentuais mais altos para a circunstância dentro de casa, provavelmente indicando que muitas casas nessa região são de chão
de terra batida, que as torna muito menos seguras. Outros dois dados que chamam a atenção são: o índice de 20% de mortes devido à circunstância “telefone” (telefone com fio ou celular conectado ao carregador) no Centro-Oeste, que é quase nulo em outras regiões, e o percentual de mortes no Norte “em campos de futebol”, também alto quando comparado a outras regiões.

As mortes por ano sofreram variações significativas na última década. Os valores máximos ocorreram em 2001 e 2008, coincidentemente em anos associados ao La Niña, fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado por um esfriamento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial. Essa associação, no entanto, merece ser mais investigada nas próximas décadas.

Considerando a população média durante esse período (180 milhões), a probabilidade também média de morrer atingido por um raio é de 0,8 por milhão por ano. Esse índice está entre os valores estimados para os países desenvolvidos (cerca de 0,3 morte por milhão por ano) e os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos (6 mortes por milhão por ano). Essa probabilidade, entretanto, é uma média e não corresponde à chance de uma pessoa morrer atingida por um raio em dada circunstância., Se uma pessoa está ao ar livre durante uma forte tempestade, por exemplo, esta probabilidade pode ser da ordem de um para mil em vez de um para milhão. Na Austrália, a probabilidade de morte por raio é igual à do Brasil, com base em dados de 1980-1989. Já nos Estados Unidos, a probabilidade é muito menor – 0,2 por milhão por ano – com base em dados de 2000-2006.
Em termos de estações do ano, a maior parte das mortes ocorreu no verão. Na verdade, 77% das mortes se deram no verão e na primavera, períodos do ano em que se registrou cerca de 80% dos raios no Brasil. O 5 de março de 2003 foi a data em que se registrou o maior número de fatalidades nos últimos dez anos (cinco mortes). Considerando apenas dia e mês, os cinco dias ao longo do ano que tiveram mais mortes nos últimos 10 anos vão do dia 16 a 20 de fevereiro, com 47 mortes.

Do total de mortes na década, 81% foram homens e 19% mulheres. A faixa etária com maior número de mortes vai dos 20 aos 39 anos (43%), seguida pelo grupo de 0 a 19 anos, com 27%. Nos Estados Unidos, as porcentagens de mortes por raios em homens e mulheres são semelhantes às do Brasil: 82% são homens e 18% mulheres. Quando os dados são distribuídos nas diferentes faixas etárias, os valores encontrados para os Estados Unidos também são próximos aos do Brasil.

A maior parte das mortes no Brasil ocorreu na zona rural (61%), contra 26% na zona urbana, 8% no litoral e 5% em rodovias. Considerando a população urbana e rural, a probabilidade de morte por raio no meio rural (0,7 por milhão por ano) é dez vezes maior que na zona urbana (0,07 por milhão por ano). Em termos de estados, São Paulo foi a unidade da federação com maior número de mortes (230), 17% do total, seguido pelo Rio Grande do Sul (106), Minas Gerais (99), Mato Grosso do Sul (89) e Goiás (80). Já a probabilidade mais alta de morte por raio considerando as respectivas populações está no estado do Tocantins (4,6 por milhão por ano), seguida por Mato Grosso do Sul (4,3 por milhão por ano). As menores probabilidades estão na Paraíba e Sergipe (0,1 por milhão por ano), desconsiderando o Amapá, onde não houve registros de mortes. No estado de São Paulo, a probabilidade de morrer atingido por raio é de 0,6 por milhão por ano. Nos Estados Unidos, o estado com maior número de fatalidades por raios é a Flórida, com uma média de 12,6 mortes por ano (período de 1990 a 2003) e a probabilidade de morrer atingido por raio é de 0,8 por milhão por ano.

A incidência média de raios por ano no Brasil na última década foi de cerca de 57 milhões. O estado do Amazonas registrou o maior valor, com cerca de 11 milhões de raios. São Paulo registrou cerca de 2,3 milhões de raios por ano. Em relação a municípios, Manaus apresentou o maior número de fatalidades (16 casos), seguido por São Paulo com (14). O número de fatalidades não corresponde diretamente ao valor anual da incidência de raios no Brasil ponderado pela população de cada estado. Isso sugere que outros fatores, além da incidência de raios, devem ser considerados.

Alguns desses fatores provavelmente são as diferentes proporções da população urbana e rural em cada estado, devido à diferença da probabilidade de morrer atingido nas áreas rurais e urbanas, e também pelos hábitos de vida da população, distintos em cada região do país. Outro fator relevante é o fato de que as mortes por raios diminuem quando a população se torna mais ciente dos riscos.
O Sudeste, no Brasil, foi a região onde mais pessoas morreram (29% do total), seguido pelas demais regiões praticamente empatadas: Centro-Oeste (19%), Norte (18%), Nordeste (18%) e Sul (17%). Considerando a população de cada região, a probabilidade de morte por raio varia de 0,5 a 2,2 por milhão por ano.
   

 Iara Cardoso Iara Cardoso é jornalista com pós-graduação em jornalismo científico pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Fez especialização em cinema digital na New York Film Academy (NYFA)/Universal Studios e em jornalismo para TV Digital no canal NBC News/NYFA.   Disponível em : http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/os_numeros__surpreendentes__de_mortes_por_raios_no_brasil_3.html                                                                                                                                    

quarta-feira, 22 de junho de 2011

solstício de verão e de inverno

Sol atinge o trópico de     Câncer e é inverno no     hemisfério Sul 

   

  Exatamente às 14h16 dessa terça-feira, a Terra completa mais uma etapa em sua jornada ao redor do Sol. Nesta hora os raios solares atingirão a máxima declinação desde a linha do equador e fará com que noite seja a mais longa do ano. Prepare-se: o inverno chegou ao hemisfério Sul do planeta!





  Também chamado de solstício de junho ou de inverno, a data também marca a chegada do verão no hemisfério norte, onde o Sol atingirá a menor declinação, tornando esta a noite mais curta e o dia mais longo do ano.
Ao contrário do que muitos pensam, as estações do ano nada tem nada a ver com a aproximação maior ou menor entre a Terra e o Sol. O solstício é causado por dois fenômenos astronômicos e naturais: a translação da Terra ao redor do Sol e a inclinação do eixo terrestre.





A figura acima ajuda a compreender o fenômeno. Para dar uma volta ao redor do Sol, a Terra leva 365 dias e mais seis horas. Durante essa viagem, a inclinação do eixo não muda e sempre parece apontar para a mesma posição no espaço. Essa inclinação, que é de 23.5 graus, faz com que os hemisférios recebam a incidência de raios solares de forma diferente durante o ano.
Durante o solstício de inverno a inclinação do eixo é mínima no hemisfério Sul (lado direito do gráfico), fazendo com que as regiões abaixo da linha do Equador fiquem menos expostas aos raios do Sol. Ao mesmo tempo, o hemisfério Norte do planeta estará sendo mais favorecido, com maior incidência solar. Ou seja, enquanto nós comemoramos a chegada do inverno, os habitantes do hemisfério norte comemoram o início do verão.
Pelo gráfico é possível ver que a situação se inverte no mês de dezembro, quando teremos o Solstício de Verão, marcando o início da temporada da estação quente abaixo do equador e o início do inverno no hemisfério norte.





Trópicos
As linhas dos trópicos de Câncer e Capricórnio vistas em um mapa foram definidas em função dos solstícios. Durante o solstício de inverno no hemisfério Sul os raios de Sol incidem perpendicularmente à Terra na linha do trópico de Câncer, lá no hemisfério norte. Isso se inverte no mês de dezembro, quando ocorre o solstício de verão no hemisfério Sul. Neste dia os raios solares atingem a Terra perpendicularmente à linha do trópico de Capricórnio.
Direitos Reservados
É vedada a utilização deste texto

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Curiosidades

Por que a cerveja congela ao pegarmos no meio da garrafa?

Certamente vocês já ouviram falar que quando vai se tirar uma garrafa de cerveja que estava na geladeira não se pode pegar no meio da garrafa para que a cerveja não congele.
Mas por que isso acontece? segue explicação:
A cerveja, nada mais é do que uma solução aquosa. Na água nós temos as substâncias responsáveis pelo sabor e odor dissolvidas, juntamente com o álcool e o gás carbônico. Ao ser engarrafada, a pressão interna aumenta, abaixando o ponto de congelamento. A presença do álcool também abaixa o ponto de congelamento, mas por estar presente em pequena quantidade (aproximadamente 5% na cerveja), altera pouco. A mistura de todas estas substâncias é que explica porque a cerveja não congela em temperatura bem abaixo da de congelamento da água, sendo possível encontrá-la no estado líquido mesmo abaixo de 0 ºC.
Nesta condição, a cerveja encontra-se em um estado metaestável, e um simples choque mecânico favorece o processo de cristalização. Este processo dividi-se em duas etapas: nucleação e crescimento dos cristais. A primeira etapa consiste na formação inicial do cristal (cluster) a partir de uma organização definida dos átomos. Na seqüência, há então o crescimento deste cluster segundo a organização definida na etapa anterior, gerando os cristais maiores.
É justamente este fenômeno que ocorre na cerveja. A agitação mecânica permite que termodinamicamente sejam nucleados os primeiros cristais de sólido e, então o fenômeno se propaga solidificando todo o líquido super-resfriado. Aconselha-se retirar a cerveja lentamente e sem movimentos bruscos, molhar a garrafa em água corrente para evitar este fenômeno.
Alguns outros fenômenos devem ser ainda considerados. Um deles seria o calor transmitido pela mão ao pegar na garrafa, provocando uma pequena expansão do gás presente líquido no interior, o que seria em outras palavras, uma perturbação ao estado de equilíbrio interno. Logo, temos o fenômeno de nucleação e crescimento de cristais ocorrendo.
Cerveja Congelada 2
Cerveja Congelada 2
Além disso, é importante lembrar que a água se expande ao se congelar e tem sua temperatura de congelamento diminuída quando a pressão aumenta. Neste sentido, fica fácil entender porque ocorre aquele desperdício (derramamento) quando a cerveja começa a congelar – nesse momento a pressão diminui, logo a temperatura de congelamento aumenta. O resultado? Cerveja congelada sendo derramada!
Ótima explicação não é?

Créditos:  Fabrício M. de Oliveira – Bacharel e Licenciado em Química pela UFV-MG e Mestre em Agroquímica pela UFV-MG.

Disponível em:
http://www.quimicalizando.com/curiosidades/por-que-a-cerveja-congela-ao-pegarmos-no-meio-da-garrafa

terça-feira, 14 de junho de 2011

Crepúsculo com Eclipse

Crepúsculo com eclipse
Na noite de 15 de junho, observadores de várias partes do mundo terão a oportunidade de observar um eclipse total da Lua
por Paulo S. Bretones
Wikimedia Commons

. O eclipse será visível em toda a América do Sul, África, Europa, Oceania, Antártida e Ásia exceto a parte norte.

Denomina-se eclipse ao obscurecimento parcial ou total de um corpo celeste em virtude da interposição de um outro. A palavra eclipse vem do grego ekleipsis, que significa abandono, desmaio, desaparecimento. É uma das raras chances de observar-se um espetáculo tão belo da natureza. Embora os eclipses solares ocorram em maior número, vemos com mais freqüência os lunares, pelo fato de os últimos serem observados em áreas consideravelmente superiores à metade da Terra.

Os eclipses lunares ocorrem quando a Lua penetra no cone de sombra da Terra, o que só pode acontecer na fase de Lua cheia pelo seguinte: A Terra gira ao redor do Sol num plano. Por exemplo, supondo que o Sol esteja no centro da face superior de uma mesa, a Terra se move em torno do Sol no nível desta superfície. Ao mesmo tempo a Lua gira em torno da Terra, mas o plano de órbita lunar é inclinado um pouco mais de 5º em relação à face da mesa. Embora a Terra projete sempre a sua sombra não a percebemos porque geralmente a Lua passa acima ou abaixo da sombra. Assim, quando a Lua cruza o plano da órbita da Terra, ou seja, passa por um nodo, e além disso o Sol, a Lua e a Terra ficam alinhados, ocorre um eclipse lunar. A sombra da Terra projetada no espaço se estende em forma cônica por cerca de 1,38 milhão de quilômetros. À distância de aproximadamente 360 mil quilômetros, onde está a Lua, o diâmetro da sombra tem cerca de 9 mil quilômetros. Além de uma parte escura, chamada umbra ou apenas sombra, a sombra da Terra tem uma parte cinzenta denominada penumbra. Mas é a sombra que dá o efeito de beleza ao fenômeno, pois a penumbra na maioria das vezes é imperceptível.

Na tarde de 15 de junho, quando a Lua estiver ainda abaixo do horizonte, e, portanto ainda não terá nascido no horizonte leste, às 15h22min, a Lua cheia começará a "mergulhar" na sombra da Terra. Às 16h22min a Lua estará toda coberta pela sombra de nosso planeta.

No Brasil, para observadores em São Paulo, para considerarmos uma média, a Lua irá nascer eclipsada às 17h25min e o pôr do Sol ocorrerá às 17h27min. Devido ao horário deste evento, a Lua eclipsada não terá tanto contraste com o fundo do céu por conta da claridade do crepúsculo. Em outras palavras, não veremos a Lua cheia nascer bem brilhante como de costume, porque ela estará dentro da sombra da Terra.

Mesmo assim será um fenômeno raro e um desafio tentarmos observar a Lua nascendo totalmente eclipsada e o Sol se pondo do outro lado do horizonte.

Mais tarde, às 18h02min quando a Lua começará a sair da sombra estará a cerca de 7 graus de altura sobre o horizonte até que às 19h02min sairá por completo e estará novamente toda iluminada pelo Sol, quando estará a cerca de 19 graus do horizonte.

Os eclipses lunares já foram mais importantes para a pesquisa astronômica. Eles forneceram a primeira prova de que a Terra é redonda, foram utilizados no estudo da alta atmosfera do nosso planeta, no estudo da rotação da Terra, no tamanho e distância do nosso satélite além de variações em seu movimento. Além disso, os eclipses podem contribuir com a História na determinação de datas que se deram em tempos remotos.


Neste ano temos ao todo 4 eclipses sendo 2 eclipses da Lua e 4 eclipses do Sol. Destes, apenas o eclipse lunar de 15 de junho será visível no Brasil.

As observações do eclipse total da Lua podem ser realizadas com binóculos, lunetas e telescópios de fraco aumento.

Para fotografar o eclipse com câmera digital, pode-se fixá-la num tripé, em modo de foco infinito, paisagem ou cenário (landscape). Como se pode verificar o resultado da imagem obtida, é fácil experimentar o tempo de exposição durante o eclipse. Na fase de totalidade, pode-se usar sensibilidade de ISO 100 ou 200 e exposições entre 1s a 5s. Também pode-se aumentar o ISO e diminuir o tempo de exposição.

Para exposições depois da totalidade, geralmente a câmera consegue se adaptar as condições de luz automaticamente, bastando apertar o botão de disparo para efetuar a foto nesta fase. Para as câmeras com opções manuais, pode-se usar exposições rápidas de 1/350 a 1/125 com ISO 100 para aberturas pequenas como 1:5,6 ou 1:8.

Em suma, pode-se utilizar mais de uma abertura e velocidade de disparo para garantir fotos de boa qualidade. Com a câmara fixa, apoiada em tripé, deve-se disparar manualmente em intervalos de três, cinco minutos ou mais.

É importante conhecer a trajetória aparente da Lua e fazer um ensaio na véspera para procurar o melhor local. Usando-se teleobjetivas, como o campo é limitado, é possível obter imagens maiores da Lua.

De qualquer forma, vale a pena reunir a turma, procurar um local alto e com o horizonte livre. Pode-se observar o pôr do Sol e tentar ver a Lua nascendo eclipsada, em contraste com a claridade do crepúsculo e ainda na sombra do nosso planeta. Com o passar do tempo, a Lua estará cada vez mais alta, irá saindo da sombra e voltará a estar cheia e totalmente iluminada pelo Sol.
Paulo S. Bretones Professor da Universidade Federal de São Carlos, é co-editor da Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia (RELEA) e autor de "Os Segredos do Sistema Solar" e os "Segredos do Universo", da Atual Editora.

domingo, 5 de junho de 2011

O Universo

Uma pergunta que sempre nos inquieta, é sabermos de onde viemos, apesar de parecer bem simples ela sempre nos intrigou, e ao longo de sua história a humanidade  e seus brilhantes estudiosos ainda não chegaram a conclusões definitivas, alguns procuram responder tal pergunta utilizando-se da  fé e conceitos religiosos , já outros passam, parte de suas vidas procurando por evidências ou fatos que sejam "irrefutáveis " , criando  explicações e teorias sobre tal assunto, como essa pergunta algumas outras ainda não tem uma resposta conclusiva entre elas a  origem do Universo pois com o passar do tempo e a medida que novos conhecimentos  são adquiridos  tais Teorias são modificadas ou algumas vão sendo  abandonadas pois mostram se ineficazes para o que antes parecia certo, é só  lembrarmos que apenas a alguns séculos acreditávamos que a Terra era plana ou que estávamos no centro do Universo acreditamos nisso por um longo tempo, porém  os fatos nos mostraram que não estávamos tão "corretos" assim tivemos que aceitá-los e revermos nossos conceitos. Portanto para perguntas como essa temos até algumas respostas que  provavelmente não serão validas para sempre mas  apenas enquanto não tivermos  algo que nos mostre o contrário...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Charges

Vamos! Vamos! Eu não viajei 4,35 anos-luz para você amarelar no último minuto!
Autor: Brian Zaikowski m.misterguy@comcast.net
Autor: Nick nick@lab-initio.com

– Hmmm, interessante. Agora, Thog, é a sua vez, entre ali para ver onde foram parar todos os meus outros alunos de pós-graduação.
Proto-Professor Algarth Zag, pioneiro nas pesquisas sobre o fogo
http://www.lab-initio.com/








Tirinha criada pelo cartunista Carlos Ruas e publicada em seu site "Um sábado qualquer...".
O autor mantém uma categoria, no site, com tirinhas protagonizadas por Albert Einstein.