A Escola Estadual de Educação Profissional Antônio Tarcísio Aragão esteve presente na Jornada Brasileira de Foguetes 2023, a qual foi realizada na Barra do Piraí, Rio de Janeiro. A classificação da escola se deu com a realização da MOBFOG ainda durante o primeiro semestre, onde os estudantes conseguiram os índices necessários para a Jornada Nacional.
É importante destacar também que a escola obteve 8 medalhas, sendo três de ouro e cinco de bronze na Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica que é uma das partes da competição.
Medalhistas da OBA 2023
Medalhistas de ouro:
ANA VIRGÍNIA RAMOS XIMENES
EMANUELLE SOUZA MARTINS
SAMARA LINHARES PAIVA
Medalhistas de Bronze:
CAIO EMANUEL GOMES PONTES
GIOVANA LINS CAMELO
JESSÉ PEREIRA FARIAS
RAFAELA ANDRADE DE ABREU
DAVI NASCIMENTO HONORATO
Participaram do evento o professor Alex Farias, os estudantes Alessandro Rodrigues e Gabrielle Farias. A equipe conseguiu um excelente lançamento de seu foguete com 141,60 metros recebendo menção honrosa pela participação.
Abaixo alguns registros da Jornada Brasileira de Foguetes:
Um cometa foi descoberto por duas equipes independentes e vai aparecer no céu noturno no dia 13 de outubro de 2014. Chamado de C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), o corpo celeste é tão brilhante que poderá ser visto a olho nu.
Astrônomos do Purple Mountain Observatory, na China, fizeram a primeira observação da estrela no dia 9 de janeiro. Uma outra equipe da África do Sul, sem saber da observação feita pelos chineses e utilizando o telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS) também confirmou a trajetória do cometa. Por isso, o cometa leva o nome de ambas equipes.
Estimativas dos astrônomos apontam que o cometa viaja em torno do sol a 290 mil km/h e vai ganhar uma magnitude de -0,2. Este último dado sugere que o brilho gerado por ele será tão intenso que poderá ser visto a olho nu da Terra.
Vale ressaltar que não é surpresa que cometas não respondem às expectativas estipuladas. Isso porque alguns deles acabam se partindo à medida que se aproximam do Sol. A incidência de calor na superfície gelada faz com que eles se quebrem.
A regra segundo a qual os minerais se formam através de processo de longa duração e são, por isso, bens não renováveis, tem uma notável exceção nos fulguritos.
Dá-se o nome de fulgurito (popularmente pedra-de-corisco ou pedra-de-raio) o material formado pela fusão de minerais ou rochas pela ação de um raio. Ao atingir o chão, a altíssima temperatura da descarga elétrica funde o material que encontra e pode, nesse processo, formar uma nova substancia mineral. É um processo natural e inorgânico, que produz uma substancia sólida, homogênea e de composição química definida. Não tem, é verdade, estrutura cristalina, mas assemelha-se à obsidiana e aos tectitos, justificando-se portanto seu estudo junto com os demais minerais.
Quando o raio cai sobre a areia e esta é - como a imensa maioria das areias - formada de quartzo, surge um mineral chamado lechatelierita. É uma substância fácil de identificar porque ocorre na forma de tubos alongados, com poucos centímetros de diâmetro e algumas dezenas de centímetros de comprimento, de cor clara, rugosos e foscos por fora, mas lisos e brilhantes internamente. Alguns fulguritos chegam a atingir 20 m de comprimento e diâmetro de 6,2 cm, mas o usual é se encontrar peça menores mesmo porque ela se quebra facilmente. A espessura da parede costuma ter 1 a 5 mm.
No Rio Grande do Sul, há um local particularmente rico em fulguritos desse tipo. Fica em São José do Norte, no litoral sul do Estado. Ali, a queda de raios nas dunas é tão freqüente que facilmente se encontram pedaços de lechatelierita com 10 cm de comprimento em média O Geól. Lauro Calliari, professor da FURG (Fundação Universidade de Rio Grande), diz que, dependendo da direção do vento, fica mais fácil ainda a coleta de amostras.
Mas, cabe perguntar, por que caem tantos raios ali. O Prof. Lauro explica que sob os cômoros de areia há grande concentração de minerais de ferro e manganês, na forma de grãos de areia, o que atrai as descargas.
Apesar da freqüência do fenômeno, os moradores não se acostumaram e vivem temerosos com a possibilidade de serem atingidos por descargas elétricas nas tempestades.
Uma equipe do Museu de Geologia esteve pronta para visitar o local no ano passado, mas precisou desistir à última hora em razão de outros compromissos, Iremos lá, porém, na primeira oportunidade que surgir. Se não chover, é claro.
Pesquisadores do Inpe conseguiram capturar o momento exato em que um raio interage com vários para-raios em São José dos Campos (SP)
Com uma câmera de vídeo ultrarrápida (e a sorte de estar no lugar certo e na hora exata), o físico Marcelo Saba, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e o meteorologista Diego Rhamon, doutorando em Geofísica Espacial, captaram uma imagem impressionante da descarga de um raio – mostrando detalhes de sua conexão com vários para-raios localizados nas imediações.
Em razão da extrema raridade do registro, ele foi reproduzido na capa da Geophysical Research Letters (GRL), uma das mais importantes revistas científicas da área, onde foi publicado um artigo que descreve o trabalho – que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
A imagem foi captada em uma noite de verão, em São José dos Campos (SP), quando um raio descendente de carga negativa se aproximava do solo com a velocidade de 370 km/s.
No instante em que a descarga estava a apenas algumas dezenas de metros do solo, vários para-raios e saliências de edifícios situados na região produziram descargas positivas ascendentes, competindo para conectar-se com o raio que descia.
Marcelo Saba, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Saba explica que a imagem final anterior à conexão foi obtida 25 milionésimos de segundo antes do impacto do raio sobre um dos prédios. Foi essa captura espetacular que os editores da GRL estamparam na capa da publicação.
Detalhes sobre a captura
Segundo o pesquisador, a câmera captou 40 mil imagens por segundo. Rodado em superslow motion, o vídeo mostra como os para-raios atuam e, também, que os raios podem ser muito perigosos se esses equipamentos de proteção não estiverem corretamente instalados.
Isso porque, apesar de haver mais de 30 para-raios nas proximidades, o raio não se conectou com nenhum deles, mas, sim, com a chaminé de um forno localizado na cobertura de um dos edifícios. “Uma falha na instalação deixou essa área desprotegida. E o impacto de uma corrente de 30 mil amperes produziu nela um estrago impressionante”, disse Saba.
Em média, 20% dos raios são constituídos por trocas de carga elétrica entre as nuvens e o solo. Os 80% restantes são compostos por descargas elétricas no interior das nuvens.
Quase todos os que tocam o solo são raios descendentes: começam na nuvem e vêm para o chão. Raios ascendentes também existem, mas são raros. E só acontecem a partir de estruturas altas, como topos de montanhas, arranha-céus, torres e antenas.
A depender da carga que transferem ao solo, os raios podem ser ainda classificados como negativos ou positivos.
Segundo Saba, os raios podem alcançar até 100 km de comprimento e transportar correntes da ordem de 30 mil amperes. “Isso equivale à corrente utilizada por 30 mil lâmpadas de 100 watts funcionando juntas. Em alguns casos, a corrente pode chegar a 300 mil amperes”, disse o cientista, acrescentando que a temperatura de um raio, de 30 mil graus Celsius, é cinco vezes maior do que a temperatura da superfície do Sol.
Como os raios se formam
Tudo começa com a eletrificação das nuvens, decorrente do atrito entre partículas de gelo, gotículas de água e granizo. Esse atrito libera cargas e cria polaridades entre regiões distintas das nuvens, com diferenças de potencial elétrico que variam de 100 milhões a 1 bilhão de volts.
Imagem: Pedro Turrini Neto – Shutterstock
“É preciso levar em conta que as nuvens de tempestades são estruturas enormes, que têm sua base a 2 ou 3 km do solo e cujo topo pode alcançar até 20 km de altitude”, explica Saba. “Seus diâmetros vão entre 10 e 20 km”.
A forma ramificada dos raios é devida ao fato de que as cargas elétricas buscam o caminho mais fácil, ou seja, que oferece menor resistência, e não o caminho mais curto, que seria a linha reta.
O caminho mais fácil, geralmente em zigue-zague, é determinado por diferentes características elétricas da atmosfera, que não é homogênea. “Um raio composto de várias descargas pode durar até 2 segundos. No entanto, cada descarga dura apenas frações de milésimos de segundo”, acrescenta Saba.
Segundo ele, o para-raios não atrai nem repele os raios. Também não descarrega as nuvens, como se pensava antigamente. Ele, simplesmente, oferece ao raio um caminho fácil e seguro até o solo.
Como se proteger dos raios
Como nem sempre é possível contar com a proteção de um para-raios, e o verão é a época em que ocorre a maioria das descargas elétricas atmosféricas, convém considerar as recomendações do pesquisador:
As tempestades acontecem mais à tarde do que de manhã;
Assim, cuidado com as atividades ao ar livre nas tardes de verão;
Ao ouvir um trovão, busque abrigo;
Nunca fique embaixo de árvores ou postes nem sob coberturas precárias;
No caso de não haver um local robusto para se proteger, fique dentro do carro e espere a tempestade passar;
Se não houver carro nem qualquer outro lugar onde se abrigar, fique de cócoras com os pés juntos;
Nunca fique de pé nem deitado;
Dentro de casa, evite o contato com eletrodomésticos e o uso de telefone com fio.
Saba diz que uma pessoa atingida por raio pode sobreviver – e as chances aumentam quando a pessoa é prontamente atendida. “A parada cardíaca é a única causa de óbito. Nesse caso, o atendimento recomendado é a ressuscitação cardiopulmonar”, orienta.
A luz da distante galáxia Sparkler foi detectada no primeiro campo profundo do Telescópio James Webb e pode nos ensinar como nossa própria Via Láctea devorou outras galáxias para crescer.
A impressão de um artista da Via Láctea em sua juventude, cercada por aglomerados globulares. (Créditos: James Josephides, Universidade de Swinburne)
Uma brilhante galáxia canibal descoberta pelo Telescópio Espacial James Webb parece ser uma imagem espelhada “muito antiga” da Via Láctea e pode ajudar os astrônomos a entender como nossa galáxia tomou forma, revelou um novo estudo.
Localizada a 9 bilhões de anos-luz da Terra, a galáxia recebeu o nome de “Sparkler” em homenagem às galáxias anãs e duas dúzias de aglomerados globulares – enxames de milhões de estrelas unidas pela gravidade – que brilham ao seu redor. De acordo com os autores do estudo, a galáxia está devorando vorazmente esses objetos próximos para crescer cada vez mais.
O frenesi de alimentação cósmica foi descoberto no Primeiro Campo Profundo do Webb – a visão mais profunda e detalhada do Universo já capturada, e a primeira imagem colorida do Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês). Lançada em julho de 2022, a imagem mostra a galáxia Sparkler como uma linha laranja distorcida cercada por pontos de luz. Agora, uma análise publicada em 26 de dezembro na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society revelou que a galáxia está crescendo canibalizando seus vizinhos – muito parecido com a jovem Via Láctea.
“Parece que estamos testemunhando, em primeira mão, a formação desta galáxia à medida que aumenta sua massa – na forma de uma galáxia anã e vários aglomerados globulares”, disse o principal autor Duncan Forbes, professor de astrofísica na Universidade de Tecnologia de Swinburne, Austrália, em um comunicado. “Estamos entusiasmados com esta oportunidade única de estudar a formação de aglomerados globulares e de uma Via Láctea infantil, numa época em que o Universo tinha apenas um terço de sua idade atual.”
Cintilando dentro da constelação de Volans no céu do sul, a distante luz de Sparkler levou 9 bilhões de anos para chegar até nós; chegando ao Telescópio Espacial James Webb depois que a atração gravitacional de distorção do espaço-tempo do aglomerado de galáxias SMACS 0723 atuou como uma lente gigantesca para colocá-la em foco.
O primeiro campo profundo do Webb é a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo distante até hoje. (Créditos: NASA, ESA, CSA e STScI)
Este tempo de viagem significa que a luz revela a galáxia como era apenas 4 bilhões de anos após o Big Bang. Neste ponto da história antiga do nosso universo, o Sparkler tinha apenas 3% da massa da Via Láctea, mas nos dias atuais, os cientistas esperam que o gigante voraz tenha devorado tanto que cresceu para igualar o tamanho da nossa própria galáxia.
Os cientistas pensam assim porque observaram algumas semelhanças importantes entre Sparkler e a nossa própria Via Láctea. Ao analisar os aglomerados globulares que cercam Sparkler, os cientistas descobriram que os enxames de estrelas se assemelham a versões mais jovens dos cerca de 200 aglomerados globulares vistos ao redor da Via Láctea. E o consumo ativo do Sparkler de uma galáxia anã próxima é outro paralelo notável ao passado monstruoso de nossa galáxia – a evidência para a qual vemos nos vestígios remanescentes de estrelas e aglomerados de galáxias fragmentadas espalhadas fora de nosso disco galáctico.
Os cientistas ainda não têm certeza de como as estrelas se agruparam em aglomerados globulares, mas o Sparkler oferece um vislumbre dos enigmas cósmicos quando eram jovens.
“A origem dos aglomerados globulares é um mistério de longa data, e estamos entusiasmados que o JWST possa olhar para trás no tempo para vê-los em sua juventude”, disse o co-autor Aaron Romanowsky, professor de astronomia na Universidade Estadual de San Jose, Califórnia, EUA, no comunicado.
Com a semelhança do Sparkler com a nossa própria galáxia plenamente estabelecida, os pesquisadores agora querem usar imagens mais profundas para detectar mais aglomerados ao redor da galáxia distante e aprender ainda mais sobre como ela e a nossa própria galáxia surgiram.