quarta-feira, 15 de julho de 2015

Nasa confirma chegada da Sonda New Horizons a ponto mais próximo de Plutão

Criado em 11/07/15 19h13 e atualizado em 14/07/15 12h08
Por Edgard Matsuki Edição:Leyberson Pedrosa e Amanda Cieglinski Fonte:Portal EBC

Nunca na história deste universo, um veículo espacial chegou tão longe. Nessa terça-feira (14), a sonda New Horizons, que saiu da Terra no ano de 2006, ficou a exatos 12.472 km (7.750 milhas) de Plutão. De acordo com a agência espacial americana (Nasa), responsável pela missão, o fato inédito ocorreu às 8h49 (horário de Brasília).
Plutão
Creative Commons - CC BY 3.0 - Plutão - Divulgação / Nasa

A conquista foi muito comemorada por cientistas presentes na sede da Nasa, que informaram que apenas por volta das 22h será possível saber se a sonda resistiu ao sistema de Plutão. A chance de impacto da sonda com meteoritos e destroços, segundo a Nasa, é de 1 em 10 mil. De acordo com os cientistas, a possibilidade é considerada alta.  
Lançada pela Nasa, a New Horizons tem como objetivo trazer informações sobre o planeta-anão (entenda por que Plutão é um planeta-anão) e vai completar uma rota de 4,77 bilhões de km.
Desde quando a New Horizons saiu da Terra, foram apresentadas imagens que revelaram detalhes de Saturno e Netuno. Quando começou a se aproximar de Plutão, a sonda já fez imagens do planeta-anão. Em uma delas, foi revelada uma cor avermelhada de Plutão. Em outra revelava Charon (a maior lua) orbitando sobre o planeta-anão. Há, ainda, a imagem que mostrava as duas faces do planeta.

Sonda New Horizon capta imagens de Plutão e de sua lua Charon
Creative Commons - CC BY 3.0 - Sonda New Horizon capta imagens de Plutão e de sua lua Charon
Fonte: Nasa


Experiência inédita


Cientistas da Nasa comemoram aproximação máxima da Sonda New Horizons de Plutão
Creative Commons - CC BY 3.0 - Cientistas da Nasa comemoram aproximação máxima da Sonda New Horizons de Plutão - Bill Ingalls/ NASA
Além de ser a primeira missão que explorou Plutão, a Nasa aponta que a New Horizons quebrou alguns recordes. É a primeira a chegar a um planeta congelado anão, a explorar o Cinturão de Kuiper (área onde fica Plutão), a primeira desde 1970 a explorar um planeta desconhecido e a nave mais rápida da história: a velocidade chegou até a 21 km/s.

Inforgráfico New Horizon
Creative Commons - CC BY 3.0 - Inforgráfico New Horizon
Adaptação de infografia da NASA
Mas a Nasa não gastou cerca de US$ 720 milhões apenas para quebrar recordes. De acordos com pesquisadores da área, a chegada da New Horizons vai auxiliar nos estudos sobre e sobre como era a vida na Terra há bilhões de anos. Para o professor de física da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Soares, essa é a principal contribuição da New Horizons. “É difícil dizer como era a Terra há 4 bilhões de anos. Como Plutão não teve modificações por conta da distância do Sol, é possível ter um panorama de vida há milhões de anos”, explica.
O pesquisador do Observatório Nacional Júlio Camargo diz que as imagens e informações enviadas para a Terra vão servir como ponto de partida para novos trabalhos sobre os planetas: “Sem dúvida, a ciência planetária vai se beneficiar com os dados divulgados”.
Já o engenheiro aeroespacial italiano Steffano Scutti levanta que a New Horizons fecha a primeira etapa em relação a exploração espacial no sistema solar: “Agora todos os planetas clássicos foram visitados pelo menos por uma vez”. Ele também destaca que a missão deve reservar mais novidades depois de passar por Plutão: “Vale lembrar que a missão não é só para visitar Plutão, mas também descobrir outros objetos do Cinturão de Kuiper”.

Cinco fatos sobre a passagem da New Horizons em Plutão

Nesta terça-feira (14), o veículo espacial New Horizons vai fazer um voo pela órbita de Plutão (saiba como será o voo neste link). Para ajudar você a entender detalhes sobre a missão, o Portal EBC preparou uma lista de cinco fatos sobre o evento:
1 - Data marca 50 anos de exploração a Marte
O dia 14 de julho não foi escolhido à toa pela Nasa para o voo sobre Plutão. A data marca exatos 50 anos da primeira missão não-tripulada interplanetária da Agência Espacial Norte-Americana. Em 14 de julho de 1965, a sonda Mariner explorou Marte.
2 - Viagem não vai mudar entendimento sobre Plutão ser planeta-anão
Por mais que as informações que venham de Plutão sejam úteis, uma coisa é certa: a missão da New Horizons não fará Plutão voltar a ser considerado um planeta. “O que fazia Plutão ser um planeta era justamente a falta de informações sobre o assunto. Com as informações da missão, o posto de planeta-anão deve se reforçar”, diz o professor Ivan Soares, da UnB.
3 – Acompanhamento da missão só por simuladores
Dada a distância da missão e a dificuldade do envio de informações para a Terra, não haverá transmissões de imagens ao vivo da New Horizons. Acompanhar a missão só será possível por meio de um simulador no site oficial da missão (clique aqui). A página mostra eventos importantes da missão e a distância que a nave está da Terra e de Plutão.
4 – Distância da New Horizons para Plutão será bem pequena
Os 12 mil km de distância da New Horizons para Plutão serão menores do que o raio da Terra. A título de comparação, é semelhante à distância entre São Paulo e Dubai. A distância é muito menor do que a da sonda para a Terra: 4,77 bilhões de km.
5 – New Horizons é o veículo espacial mais rápido do mundo
Com velocidade alcançada de 21 km por segundo (quando passou por Júpiter), a New Horizons é até o momento o veículo espacial mais rápido já criado. A velocidade da sonda possibilitou que ela chegasse à Lua em nove horas de viagem. Só para ter uma ideia, se já estivesse em aceleração e fosse de São Paulo ao Rio, a New Horizons demoraria cerca de 20 segundos para fazer a viagem.

Disponível em: 
http://www.ebc.com.br/tecnologia/2015/07/sonda-new-horizons-chega-em-plutao-apos-nove-anos-e-meio-de-viagem

    sexta-feira, 10 de julho de 2015

    Primeira “fotografia” da luz como partícula e onda





    Crédito: Fabrizio Carbone/EPFL
    A mecânica quântica nos diz que a luz pode se comportar simultaneamente como onda e partícula. No entanto, nunca houve um experimento em que se conseguiu capturar ambas as naturezas da luz ao mesmo tempo; o mais perto que conseguimos foi ver ou onda ou partícula, mas sempre em vezes diferentes. Tomando uma mudança radical, cientistas do EPFL conseguiram a primeira captura de imagem da luz se comportando como onda e partícula. O trabalho inovador foi publicado na Nature Communications.
    Quando a luz ultravioleta atinge uma superfície metálica, é causa uma emissão de elétrons. Albert Einstein explicou esse efeito fotoelétrico propondo que a luz – que pensava-se ser apenas uma onda – era também um fluxo de partículas.
    O experimento foi montado da seguinte forma: Um pulso de laser é disparado contra um pequeno nanofio metálico. O laser energiza as partícula do nanofio, fazendo-os vibrar. A luz viaja por esse fio em duas direções possíveis, como carros em uma estrada. Quando as ondas se encontram elas formam uma nova onda que parece ficar no lugar. Essa onda parada se torna a fonte de luz do experimento, irradiando ao redor do fio.
    É aqui que vem o truque do experimento: Os cientistas dispararam um fluxo de elétrons próximo ao nanofio, usando-os para gerar uma imagem da onda de luz parada. Assim que os elétrons interagiam com a luz confinada no fio, eles ou aceleravam ou desaceleravam. Usando o microscópio ultrarrápido para gerar a imagem da posição onde ocorria a mudança da velocidade, a equipe de Carbone agora podia visualizar a onda, que agia como a impressão digital da natureza-onda da luz.
    Enquanto esse fenômeno mostrou a “parte onda” da luz, simultaneamente demonstrou seu aspecto de partícula. Enquanto os elétrons passavam próximos à onda, eles “acertavam” os fótons. Como mencionado acima, isso afeta suas velocidades. Essa mudança na velocidade aparece como uma troca de “pacotes” de energia (quanta) entre elétrons e fótons. A ocorrência desses pacotes de energia mostra que a luz no nanofio age como partícula.
    “Esse experimento demonstra que, pela primeira vez, nós podemos filmar a mecânica quântica – e sua natureza paradoxal – diretamente,” disse Fabrizio Carbone. Além disso, a importância desse trabalho pioneiro pode se estender além da ciência fundamental e para futuras tecnologias. Como Carbone explica: “Ser capaz de gerar imagens e controlar fenômenos quânticos na escala dos nanômetros abre um novo caminho em direção da computação quântica.”
    Disponível em: 
    http://www.universoracionalista.org/primeira-fotografia-da-luz-como-particula-e-onda/

    quinta-feira, 9 de julho de 2015

    Aluno ganha medalha por remédio contra gripe à base de acerola e caju

    Helyson Lucas criou uma polpa de frutas que previne e combate a gripe.

    Estudante ganhou prêmio internacional pela ideia e pretende comercializar.

    Do G1, em São Paulo
    Um estudante cearense juntou conhecimento popular e científico para desenvolver o projeto de um antiviral à base de frutas que ganhou medalha de bronze em uma feira nos Estados Unidos. Helyson Lucas Bezerra, de 19 anos, misturou extrato de acerola, de goiaba e de caju com óleo de romã e criou uma polpa rica em vitamina C. Ele diz que seus testes comprovaram que ele ajuda na prevenção e no tratamento da gripe.
    O projeto batizado de “Ação sinergética de antiviral natural” começou a ser desenvolvido em 2013 por iniciativa do estudante.

    “A gripe atinge bastante toda a minha escola e a minha cidade, sem ter bons medicamentos que pudessem combatê-la de forma eficaz e barata”, conta Helyson, que faz o curso técnico em meio ambiente do Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Limoeiro do Norte.
    Helyson diz que o antiviral criado com a polpa das frutas é capaz de reduzir os sintomas da gripe em pouco tempo, aumentar os leucócitos (glóbulos brancos) no sangue e destruir o vírus de forma mais rápida. Segundo o estudante, quem tomar seu composto “tem uma chance maior de recuperação [da gripe] em relação a outros medicamentos”.
    A ideia da combinação de frutas veio da população local. Ele aplicou um questionário como parte da pesquisa. O estudante tirou a fórmula para o composto a partir das frutas mais comuns que as pessoas afirmaram usar para combater os sintomas da gripe.
    “Pensei em juntar todas, procurar por novas substâncias e vi que elas trabalham melhor juntas do que separadas, que era como a população usava”, comenta Helyson.
    O estudante Helyson Lucas Bezerra apresentando seu projeto na feira de ciências Intel ISEF, em Pittsburg, nos Estados Unidos, em maio deste ano (Foto: Arquivo pessoal)O estudante Helyson Lucas Bezerra apresentando seu projeto na feira de ciências Intel ISEF, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, em maio deste ano (Foto: Arquivo pessoal)
    Métodos
    Com a polpa feita, Helyson recorreu à comunidade novamente para testar sua criação. Ele elaborou três análises diferentes: uma com pessoas que só utilizavam acerola, goiaba e caju para combater os sintomas da gripe, outra com quem apenas fazia gargarejo com as sementes de romã e uma terceira com pessoas que usavam a combinação dos dois métodos.
    “Depois dessas entrevistas, constatei que quem utilizava as frutas com a semente da romã tinha uma resposta superior [do que a dos outros dois métodos]”.
    Prêmio nos EUA
    Com o projeto do antiviral, Helyson ganhou em maio a medalha de bronze na competição de ciência Intel ISEF, na categoria biomedicina e ciência da saúde, em Pittsburgh, nos Estados Unidos. A próxima feira que o estudante vai participar é a Genius Olympiad, em Nova York, em julho de 2016.
    Os resultados positivos da pesquisa fazem Helyson pensar em comercializar seu composto como alimento, na forma de polpa, ou em forma de medicamento, isolando as substâncias benéficas contra a gripe de cada fruta. Mas, antes, é preciso patentear a ideia. “Como ela já é bastante utilizada de forma autônoma, pretendo divulgar mais e o próximo passo é conseguir mais apoio para a patente”, afirma.

    Fonte: G1

    segunda-feira, 6 de julho de 2015

    Satélite Gaia faz foto inédita da Via Láctea

    • Divulgação ESA
      A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou nesta sexta-feira (3) uma imagem diferente da Via Láctea feita pelo satélite Gaia, cuja missão é elaborar um mapa 3D da galáxia e produzir um catálogo de 1 bilhão de estrelas A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou nesta sexta-feira (3) uma imagem diferente da Via Láctea feita pelo satélite Gaia, cuja missão é elaborar um mapa 3D da galáxia e produzir um catálogo de 1 bilhão de estrelas
    A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou nesta sexta-feira (3) uma imagem diferente da Via Láctea feita pelo satélite Gaia, cuja missão é elaborar um mapa 3D da galáxia e produzir um catálogo de 1 bilhão de estrelas.

    A imagem, na qual também aparecem as galáxias vizinhas conhecidas como Nuvens de Magalhães, mostra a Via Láctea de perfil, de modo que as regiões mais brilhantes da foto indicam uma maior concentração de estrelas.

    "As regiões mais escuras correspondem a densas nuvens interestelares de gás e pó que absorvem a luz das estrelas ao interpor a linha de visão. Esse é plano galáctico, ou seja, a projeção no céu do disco galáctico, uma estrutura plana de 100 mil anos luz de diâmetro e grossura de apenas 1.000 anos luz", explicou a ESA em comunicado.

    Além do plano só são visíveis alguns poucos objetos, especialmente as Nuvens de Magalhães - Grande e Pequena - duas galáxias anãs que orbitam a Via Láctea, na parte inferior direita da imagem.
    Ampliar

    Fotos mostram a Terra vista do espaço182 fotos

    182 / 182
    1º.jul.2015 - O microssatélites da ESA (agência espacial europeia) Proba-1 capturou imagem dos picos de montanhas localizadas na Antártida. O período de uso do satélite foi prorrogado de dois para 11 anos. O cume mais alto visto na imagem é o local da base belga Princesa Elisabeth, a primeira estação polar ecológica no continente do sul, isto é, que não emite poluentes. O cume é atingido por ventos de até 300 km/h, de modo que a base é alimentada por turbinas eólicas suplementadas com painéis solares. Fundada em 2009, a base é mantida no lugar por âncoras que se estendem a vários metros para dentro da rocha. Com menos de um metro cúbico, o Proba-1 é o primeiro satélite da na série destinado voo de teste de novas tecnologias espaciais ESA
     
    Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2015/07/03/satelite-gaia-faz-foto-inedita-da-via-lactea.htm?cmpid=fb-uolnot

    quarta-feira, 1 de julho de 2015

    Isso explica porque o ensino na Finlândia é um dos melhores do mundo

    Em todos os rankings mundiais de educação, a Finlândia costuma figurar entre os primeiros colocados. Mas o que o gélido país nórdico faz de diferente para conseguir dar uma formação tão boa as suas crianças e adolescentes?
    Segundo esta reportagem especial do britânico The Guardian sobre educação, a grande diferença está na formação dos professores e na importância que é dada à profissão. Na capital Helsinki, uma escola de educação primária conveniada à universidade local funciona como uma espécie de laboratório, em que os professores-estudantes podem aplicar todas as teorias que aprendem em aula. E curiosamente, são essas escolas-laboratório as mais buscadas pelos pais das crianças.
    educacao-finlandia3
    Escola-laboratório de Viikki. Foto por David Crouch/The Guardian
    Para dar aula em uma série do ensino fundamental, todo professor passa por um mestrado com duração de 5 anos, sendo metade do tempo aplicado em pesquisas e teoria e a outra metade em práticas – de forma semelhante ao período de residência pelo qual passam os médicos brasileiros. No período de aula, os professores-estudantes têm total liberdade para dar as aulas e lidar com a classe e, ao fim do período, eles se encontram com um tutor, com o qual podem desconstruir situações pedagógicas. “Essa é uma das forma de mostrarmos o quanto nós respeitamos os professores. É tão importante quanto treinar médicos“, afirma Kimmo Koskinen, diretor da escola-laboratório Viikki, em Helsinki.
    finlandia-2
    Foto por Oulu Winter School
    Mas não só só os professores-estudantes que têm liberdade na hora de ensinar. Desde os anos 90, a influência do governo na pauta do ensino é mínima, permitindo que cada escola desenhe o currículo que julga mais adequado, sem que haja qualquer tipo de inspeção. Mas para ter toda essa flexibilidade, a qualidade dos professores é mais do que necessária. “Os professores precisam ter essa educação de alta qualidade para que saibam usar essa liberdade que lhes é dada e aprendam a solucionar problemas com base na pesquisa. A coisa mais importante que nós os ensinamos é a tomar decisões pedagógicas e serem capaz de fazer julgamentos por si“, explica Leena Krokfors, professora de pedagogia da Universidade de Helsinki.
     filandia3
    Foto por RIITTA SUPPERI/KEKSI/TEAM FINLAND

    Disponível em:http://www.hypeness.com.br/2015/06/por-que-o-ensino-na-finlandia-e-um-dos-melhors-do-mundo/ 

    Motor e gerador alimentados pela evaporação da água

    Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/06/2015

    Motor e gerador funcionam com evaporação da água
    O movimento de pistão é gerado pela série de fitas postas sobre um pequeno depósito de água. [Imagem: Xi Chen/Columbia University]
    Energia da evaporação
    Pesquisadores da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, demonstraram que é possível construir motores alimentados pela evaporação da água.
    Eles construíram um motor rotativo que impulsiona um carrinho de brinquedo e um motor-gerador acionado por um pistão que gera eletricidade suficiente para acender um LED, ambos acionados pela umidade gerada pela evaporação de uma pequena quantidade de água.
    A ideia de Xi Chen e seus colegas é que essa técnica possa ser escalonada para grandes dimensões, gerando "energia verde" a partir de grandes geradores flutuantes instalados no mar ou em represas.
    "A evaporação é uma força fundamental da natureza. Ela está em todos os lugares, e é mais potente do que outras forças, como as do vento e das ondas," disse o professor Ozgur Sahin, coordenador da equipe.
    Empurrado por esporos
    Os equipamentos não funcionam diretamente da água se vaporizando na atmosfera, mas seguindo um mecanismo baseado no comportamento de esporos bacterianos, que incham e se encolhem em resposta a variações na umidade - foram usados esporos de Bacillus subtilis.
    Para construir o motor flutuante a pistão, os esporos foram colados nos dois lados de uma fita plástica flexível, perfeitamente espaçados, mas de forma que os esporos de um lado da fita correspondam aos espaços vazios do outro lado.
    Quando o ar seca os esporos, eles encolhem, curvando a fita onde estão fixados, fazendo-a ondular e encurtar. Se um dos dois lados da fita estiver ancorado, ela puxa o que estiver preso do outro lado. Inversamente, quando o ar fica úmido, os esporos incham, fazendo a fita se distender, liberando a força e gerando o movimento de pistão.
    O resultado é um novo tipo de músculo artificial que é controlado alterando a umidade no seu entorno. Vários deles foram postos lado a lado no interior de um cilindro plástico e de um sistema fechado de persianas, no interior dos quais a evaporação varia a umidade do ar, movimentando os mecanismos.
    Motor a evaporação
    Motor e gerador funcionam com evaporação da água
    As pequenas fitas curvam-se pelo movimento dos esporos (observe sua distensão na parte direita do mecanismo), movimentando o carro. [Imagem: Xi Chen/Columbia University]
    O motor rotativo parece mais dinâmico e tem um projeto mais simples, sendo construído com pequenos pedaços de fita com esporos apenas na extremidade.
    O invólucro é fechado de um lado e aberto do outro, de forma que as fitas com esporos fiquem, ora no ar seco, ora no ambiente úmido, o que faz com que o músculo artificial contraia em uma parte e se distenda na outra, gerando um mecanismo rotativo contínuo - a equipe batizou o motor de "moinho de umidade".
    Posto sobre um carrinho em miniatura, o motor move o veículo em baixa velocidade, mas de forma praticamente contínua.
    Para cima e avante
    Nos experimentos, uma superfície de oito centímetros quadrados de água produziu uma média de 2 microwatts de energia, embora a equipe relate ter medido picos de até 60 microwatts.
    Fazendo os cálculos, os pesquisadores estimam que uma versão com mais esporos e fitas com propriedades mais adequadas - eles usaram poliimida - poderá gerar mais energia por área do que uma fazenda eólica de aerogeradores.
    Bibliografia:

    Scaling up nanoscale water-driven energy conversion into evaporation-driven engines and generators
    Xi Chen, Davis Goodnight, Zhenghan Gao, Ahmet H. Cavusoglu, Nina Sabharwal, Michael DeLay, Adam Driks, Ozgur Sahin
    Nature Communications
    Vol.: 6, Article number: 7346
    DOI: 10.1038/ncomms8346

    Fonte: Inovação Tecnológica

    A 300 km/s rumo a um disco rígido de nióbio

    Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/06/2015

    A 300 km/s rumo a um disco rígido de nióbio
    O nióbio, já bastante pesquisado no campo dos supercondutores, agora encontra seu espaço no campo da eletrônica. [Imagem: Yulin Chen]
    HD de nióbio
    Uma equipe do Instituto Max Planck de Físico-Química dos Sólidos, na Alemanha, descobriu que a resistência elétrica de um composto de nióbio e fósforo aumenta enormemente quando o material é exposto a um campo magnético.
    Este efeito, chamadomagnetorresistência gigante, é responsável pela grande capacidade de armazenamento dos discos rígidos modernos, mas até agora se acreditava que ele ocorria apenas em alguns materiais com uma estrutura muito complexa - e, por decorrência, difíceis de fabricar e caros.
    O fosfeto de nióbio (NbP), por sua vez, é um material simples, que pode ser fabricado muito facilmente a um custo muito mais baixo.
    Elétrons relativísticos
    Os discos rígidos modernos dependem do fenômeno da magnetorresistência gigante para alterar a resistência de um material expondo-o a um campo magnético. Para obter esse efeito, a indústria tem usado vários materiais empilhados uns em cima dos outros, em uma estrutura detalhada, quase uma filigrana.
    A surpresa é que o simples fosfeto de nióbio apresenta uma alteração da resistência por um fator de 10.000, o que o torna incrivelmente mais eficiente nessa tarefa.
    A resistência do fosfeto nióbio muda tão drasticamente sob um campo magnético porque o material tem portadores de carga super-rápidos, conhecidos como elétrons relativísticos, que se movem em torno de um milésimo da velocidade da luz, ou seja, a 300 quilômetros por segundo - alguns deles chegam a se comportar como se não tivessem massa.
    Magnetorresistência
    Os portadores de carga - os elétrons - são desviados em sua trajetória ao longo de um material por um fenômeno conhecido como força de Lorentz.
    Esta força provoca um aumento do percentual de elétrons que começam a fluir no sentido "errado" conforme o campo magnético aumenta, aumentando assim a resistência elétrica. É por isto que esta propriedade é conhecida como magnetorresistência.
    "O efeito que descobrimos no fosfeto de nióbio certamente poderá ser melhorado por meio de um projeto cuidadoso do material. Esta classe de materiais, portanto, tem um enorme potencial para futuras aplicações em tecnologia da informação," resumiu o professor Binghai Yan, coordenador do trabalho.
    Bibliografia:

    Extremely large magnetoresistance and ultrahigh mobility in the topological Weyl semimetal candidate NbP
    Chandra Shekhar, Ajaya K. Nayak, Yan Sun, Marcus Schmidt, Michael Nicklas, Inge Leermakers, Uli Zeitler, Yurii Skourski, Jochen Wosnitza, Zhongkai Liu, Yulin Chen, Walter Schnelle, Horst Borrmann, Yuri Grin, Claudia Felser, Binghai Yan
    Nature Physics
    Vol.: Published online
    DOI: 10.1038/nphys3372
    Fonte: Inovação Tecnológica