- Apu Gomes/Folhapress
Gastos por aluno inferiores à média da OCDE (Cooperação e Desenvolvimento Econômico), baixa taxa de pessoas com ensino superior, expressivas diferenças salariais por gênero e escolaridade, má remuneração de professores e falta de computadores. Esses são alguns fatores divulgados por um estudo nesta terça-feira (24) que demonstram por que o Brasil ainda vai mal na área da educação.
Segundo os dados do "Education at a Glance 2015", 14% da população entre 25 e 64 anos tinham ensino superior completo em 2013. O índice é bem abaixo da média dos países da OCDE, que é de 34%. No mesmo ano, 76% dos jovens entre 20 e 24 anos não estavam estudando.
Tal diferença de escolaridade aumenta, e muito, a discrepância salarial entre os brasileiros. Para se ter uma ideia, 60% daqueles que têm mestrado ou doutorado ganham mais que o dobro da média da população ativa no país. Em países desenvolvidos, essa diferença é bem menor: Na Finlândia, por exemplo, é 18% -- a média da OCDE é de 28%.
Ou seja, as vantagens financeiras da pós-graduação são maiores em países com menores taxas de pessoas com esse nível de escolaridade. É o caso do Brasil, Chile, Colômbia, Hungria e México.
Ser homem ou mulher ainda influencia no salário de profissionais com a mesma qualificação. O Brasil, junto com o Chile, tem a maior diferença salarial de gêneroentre todos os países e parceiros da OCDE.
Sala de aula
Na sala de aula, os problemas começam já na remuneração dos professores. Os salários iniciais da categoria estão entre os mais baixos entre todos os países e parceiros da OCDE -- inclusive de vizinhos da América Latina, como Chile, Colômbia e México.
A média salarial da OCDE para docentes da pré-escola, por exemplo, é mais que o dobro do que os professores ganham no Brasil. E a diferença só tende a aumentar nos níveis mais elevados de educação.
Outro problema encarado pelos professores é o alto número de alunos por sala. Seja nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, no ensino médio ou no ensino superior, o número de estudantes por professor está acima da média.
Segundo o estudo, salas com menos alunos permitem que os professores gastem menos tempo tendo de administrar a "bagunça" dos jovens. No Brasil, os docentes afirmam gastar 33% do tempo em sala resolvendo esse tipo de problema.
Entre 2003 e 2013, o Brasil teve um dos maiores aumentos no índice do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) que avalia recursos educacionais das escolas. Mas há ainda muito o que melhorar na infraestrutura: em 2012, por exemplo, o país tinha 22 alunos para cada computador, acima da média da OCDE (5 alunos por PC).
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