Em estudo publicado na
'Nature', pesquisadores flagram estrela com um disco de poeira e gás onde um
novo exoplaneta está nascendo Cientistas observaram pela primeira vez o
processo de acumulação de partículas de poeira e gás que é responsável pela
formação de um novo planeta. Até hoje, entre os mais de 1.900 planetas
descobertos fora do Sistema Solar, nenhum havia sido flagrado em seu processo
de formação. O novo estudo foi publicado nesta quintafeira, 19, na revista
Nature.
Quando uma estrela
nasce, ela produz em sua órbita um disco de gás e poeira a partir do qual
surgem os planetas. Uma parte interna desses discos, conhecida como "disco
de transição" é desprovida de gás e poeira e a ela tem sido atribuída a
formação dos planetas. Por isso, de acordo com os cientistas, os discos de
transição são laboratórios naturais para a observação da gênese de planetas.
Outros discos de transição já foram descobertos e mostram evidências da
presença de jovens planetas, na forma de assimetrias no disco ou de fontes
infravermelhas detectadas nesses espaços vazio. Mas as tentativas para observar
diretamente a formação de um planeta até agora haviam fracassado. De acordo com
Zhaohuan Zhu, da Universidade de Princeton, que escreveu um comentário sobre o
artigo na própria Nature, descobrir jovens planetas é uma tarefa extremamente
difícil, porque, além das distâncias gigantescas envolvidas, a formação de um
sistema planetário é sempre obscurecida pela poeira. "Os autores usaram
uma nova técnica para detectar sinais emitidos por um planeta em formação. A
descoberta tem implicações de longo alcance para nossa compreensão dos
processos de formação planetária e das propriedades dos jovens planetas",
declarou Zhu. A equipe de cientistas liderada por Stephanie Sallum, da
Universidade do Arizona (Estados Unidos) utilizou obsrevações de óptica
adaptativa para observar o disco de transição em torno da estrela LkCa 15. Os
pesquisadores detectaram emissões de hidrogênioalfa, que indicam um gás
extremamente quente com temperaturas de cerca de 9700 graus Celsius sendo
tragado por um novo planeta em formação, que foi batizado de LkCa 15 b. "A
emissão de fótons de hidrogênioalfa já foi amplamente observada em discos de
formação de planetas em outras jovens estrelas. Mas esse estudo foi o primeiro
a produzir imagens diretas do crescimento de um paleta utilizando fótons de
hidrogênioalfa. Para fazer isso, eles utilizaram um filtro que permite que
apenas os fótons de hidrogênioalfa atinjam o telescópio", declarou Zhu.
Observação direta. Os autores do estudo sugerem que tanto as observações feitas
do espectro infravermelho como do hidrogênioalfa significam, de forma
inequívoca, que há um planeta em plena formação em torno da estrela LkCa 15. Os
cientistas concluíram que o sistema LkCa 15 fornece a primeira oportunidade
para um estudo direto da interação entre o disco de transição e o planeta em
formação. "Embora se saiba que os planetas são formados a partir do
material dos discos de poeira e gás que orbitam em torno de estrelas, pouco
Cientistas conseguem observar pela primeira vez um planeta em formação
sabemos sobre como aglomerados de partículas microscópicas podem crescer
tanto a ponto de se tornarem um planeta gigante, em um disco com tempo de vida
relativamente curto", afirmou Zhu. De acordo com Zhu, o observatório
espacial Kepler descobriu mais de mil planetas medindo a fraquíssima variação de
luz das estrelas provocada pelo trânsito planetário diante delas. "Mas
esses métodos não podem ser usados para encontrar planetas jovens em torno de
jovens estrelas, porque essas estrelas são altamente ativas e a luz que elas
emitem varia demais", explicou.
Disponível em: http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-conseguem-observar-pela-primeira-vez-um-planeta-em-formacao,10000002432
Disponível em: http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-conseguem-observar-pela-primeira-vez-um-planeta-em-formacao,10000002432
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