segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Capacitor



Disponível em: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/capacitor-lab-basics

Arrokoth reforça teoria alternativa sobre formação dos planetas

Com informações da BBC e AAAS - 14/02/2020
Arrokoth reforça teoria alternativa sobre formação dos planetas
O material que forma Arrokoth parece ter-se depositado suavemente para formar o planetesimal.
[Imagem: NASA/JHUAPL/SWRI/Roman Tkachenko]

Como os planetas se formam
Cientistas dizem ter "definitivamente" derrubado a teoria predominante sobre como os planetas do Sistema Solar se formaram.
A hipótese, a mais aceita pela comunidade científica até agora, previa que uma colisão violenta de matéria formaria aglomerados cada vez maiores, até que finalmente atingissem a dimensão planetária.
Porém, novos resultados apontam que esse processo pode ter sido menos intenso, com a matéria se aglomerando suavemente.
"Havia uma teoria predominante desde o final da década de 1960 de colisões violentas e uma teoria emergente mais recente, de acumulação suave. Uma agora caiu por terra, e a outra é a única que está de pé. Isso raramente acontece na ciência planetária," afirmou Alan Stern, da NASA.
Quais são os dados
Os novos dados vieram de um estudo detalhado de um objeto nos confins do Sistema Solar. Chamado Arrokoth, que está a mais de 6 bilhões de quilômetros do Sol, em uma região chamada Cinturão de Kuiper, sendo considerado um planetesimal, um bloco básico que, embora não tenha sido "usado", representa o que os cientistas acreditam ser um bloco fundamental de construção de um planeta.
Esse objeto, originalmente conhecido pelo seu nome de catálogo 2014 MU69, logo passou a se chamar Ultima Thule, mas foi rebatizado de Arrokoth há alguns meses. Ele ficou famoso há cerca de um ano, quando foi visitado pela sonda espacial New Horizons, a mesma que já havia visitado Plutão.
Os objetos do Cinturão de Kuiper permaneceram praticamente os mesmos desde a formação do Sistema Solar, há 6 bilhões de anos. Eles são, assim, como fósseis preservados desse passado distante.
Arrokoth reforça teoria alternativa sobre formação dos planetas
A teoria da aglomeração suave foi desenvolvida há 15 anos por Anders Johansen em uma simulação de computador.
[Imagem: Lund Observatory]
E foi esse fóssil planetário que deu aos astrônomos a primeira oportunidade de testar qual das duas teorias concorrentes sobre a formação planetária estava correta.
A análise não encontrou evidências de impactos violentos, como fraturas nem achatamentos, indicando que a matéria que formou Arrokoth entrou em contato suavemente.
"Isso é totalmente conclusivo," disse Stern. "O sobrevoo de Arrokoth nos permitiu verificar as duas teorias de uma vez."
Teoria da aglomeração suave
Apesar do entusiasmo do cientista, a observação de um único objeto pode não ser suficiente para derrubar ou comprovar uma teoria. A favor de seu argumento, por outro lado, está o fato de que a aglomeração suave agora possui um dado observacional, enquanto a teoria dos impactos continua só na teoria. Provavelmente o debate continuará até que novas observações possam melhorar o entendimento do processo.
A teoria da aglomeração suave foi desenvolvida há 15 anos pelo professor Anders Johansen, no Observatório Lund, na Suécia. A ideia surgiu a partir de simulações em computador.
Johansen disse que obter dados confirmando sua teoria "é um verdadeiro alívio". "Lembro-me de quando era estudante e estava muito nervoso com esses resultados, porque eram muito diferentes dos anteriores. Estava preocupado que houvesse uma falha no código da minha simulação ou que eu tivesse cometido um erro de cálculo," disse ele.
Bibliografia:

Artigo: The geology and geophysics of Kuiper Belt object (486958) Arrokoth
Autores: J. R. Spencer et al.
Revista: Science
Vol.: aay3999
DOI: 10.1126/science.aay3999
Fonte: Inovação Tecnológica

Vida em lugar improvável na Terra amplia alvos para procurar vidas alienígenas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/02/2020
Vida em lugar improvável na Terra amplia alvos para procurar vidas alienígenas
Esta sequência de ampliações mostra desde as bolhas quase invisíveis a olho nu até os micro-habitats individuais.
[Imagem: Glen T. Snyder et al. - 10.1038/s41598-020-58723-y]

Vidas congeladas
Cientistas britânicos e japoneses, que estavam estudando o chamado "gelo inflamável" no Mar do Japão, fizeram uma descoberta surpreendente: Existe vida nas bolhas microscópicas de material combustível congelado.
Os micro-habitats são criados por micróbios dentro de pequenas bolhas de óleo e água encontradas nessas placas de gás e gelo.
Ou seja, nas profundezas dos oceanos da Terra, a vida prospera mesmo sob as temperaturas congelantes, a pressões extremamente altas e, aparentemente, usando apenas óleo pesado e água salgada como fonte de alimento.
E não se trata apenas de uma curiosidade biológica: Esta descoberta oferece uma pista importantíssima sobre o potencial de vida em outros planetas e luas do Sistema Solar.
Na lua Europa de Júpiter e Encélado de Saturno parecem existir grandes oceanos congelados de subsuperfície, e essa descoberta aqui na Terra amplia a expectativa de que possa haver algum tipo de vida por lá também, bem como em outros mundos, onde as condições hoje não são catalogadas como "habitáveis".
Vida em lugar improvável na Terra amplia alvos para procurar vidas alienígenas
(a) O gelo inflamável, como coletado no fundo do mar. (b) Detalhe de um dos testemunhos de sondagem. (c) Hidrato de metano depois de aquecido e centrifugado para análise, mostrando óleo em cima e os grânulos contendo os micro-habitats embaixo.
[Imagem: Glen T. Snyder et al. - 10.1038/s41598-020-58723-y]
Vida "alienígena" na Terra
As minúsculas bolhas estão espalhadas dentro de grandes placas de hidrato, conhecidas como "gelo inflamável" - ou hidrato de metano - que se formam quando o gelo retém o metano em sua estrutura molecular.
Tem havido grande interesse na exploração desse material como combustível, com o Japão e a China liderando essas pesquisas.
Glen Snyder e colegas de várias universidades japonesas e do Reino Unido estavam derretendo os hidratos para estudar o gás metano, quando notaram um pó incomum constituído por esferoides microscópicos dotados de núcleos escuros muito peculiares.
Técnicas analíticas permitiram constatar que os núcleos escuros consistem de óleo que estava sendo degradado nos microambientes formados dentro das bolhas do hidrato de metano.
"Sabe-se que o metano [presente] no hidrato de metano forma-se à medida que os micróbios degradam a matéria orgânica no fundo do mar. Mas o que nunca esperávamos descobrir era que os micróbios continuassem a crescer e produzir esses esferoides, durante todo o tempo em que ficaram isolados em pequenas bolsas escuras e frias de água salgada e óleo. Isso certamente muda tudo em relação aos lugares escuros e frios, e revela uma pista tentadora sobre a existência de vida em outros planetas," disse Snyder.
"Isso certamente muda a maneira como penso sobre as coisas. Desde que eles tenham gelo e um pouco de calor, todos aqueles planetas frios e congelados na borda de todo sistema planetário poderiam hospedar micro-habitats minúsculos com micróbios construindo suas próprias 'estrelas da morte' e criando suas minúsculas atmosferas e ecossistemas, como descobrimos aqui," disse o professor Stephen Bowden, membro da equipe.
Bibliografia:

Artigo: Evidence in the Japan Sea of microdolomite mineralization within gas hydrate microbiomes
Autores: Glen T. Snyder, Ryo Matsumoto, Yohey Suzuki, Mariko Kouduka, Yoshihiro Kakizaki, Naizhong Zhang, Hitoshi Tomaru, Yuji Sano, Naoto Takahata, Kentaro Tanaka, Stephen A. Bowden, Takumi Imajo
Revista: Nature Scientific Reports
Vol.: 10, Article number: 1876
DOI: 10.1038/s41598-020-58723-y
Fonte: Inovação Tecnológica