segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um em cada quatro professores da educação básica não tem diploma de ensino superior


Aproximidamente 25% dos professores que trabalham nas escolas de educação básica do país não têm diploma de ensino superior. Eles cursaram apenas até o ensino médio ou o antigo curso normal. Os dados são do Censo Escolar de 2011, divulgado este mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Apesar de ainda existir um enorme contingente de professores que não passaram pela universidade – eram mais de 530 mil em 2011 – o quadro apresenta melhora. Em 2007, os profissionais de nível médio eram mais de 30% do total, segundo mostra o censo. Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, os números são mais um indicativo de que o magistério não é uma carreira atraente.
“Isso mostra que as pessoas estão indo lecionar como última opção de carreira profissional. Poucos profissionais bem preparados se dedicam ao magistério por vocação, uma vez que a carreira não aponta para uma boa perspectiva de futuro. Os salários são baixo, e as condições de trabalho ruins”, explica.
A maior proporção de profissionais sem formação de nível superior está na educação infantil. Nas salas de aula da creche e pré-escola, eles são 43,1% do total. Nos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano), 31,8% não têm diploma universitário, percentual que cai para 15,8% nos anos finais (6° ao 9º ano). No ensino médio, os profissionais sem titulação são minoria: apenas 5,9%.
Para a presidenta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, é um “grande equívoco pedagógico” colocar os professores menos preparados para atender as crianças mais novas. “No mundo inteiro é exatamente o contrário, quem trabalha na primeira infância tem maior titulação. Quando o professor entra na rede vai para a educação infantil quase como que um ‘castigo’ porque ela não é considerada importante. Mas, na verdade, se a criança começa bem sua trajetória escolar, as coisas serão bem mais tranquilas lá na frente”, pondera.
Segundo Cleuza, o nível de formação dos professores varia muito nas redes de ensino do país. Enquanto em algumas cidades quase todos os profissionais passaram pela universidade, em outras regiões o percentual de professores que só têm nível médio é superior à média nacional. “Temos, às vezes, uma concentração maior de professores sem titulação em alguns locais do Brasil, como a Região Norte, por exemplo, onde as distâncias e as dificuldades de acesso impedem que o professor melhore sua formação”, aponta.
O resumo técnico do Censo Escolar também destaca que em 2010 havia mais de 380 mil profissionais do magistério matriculados em cursos superiores – metade deles estudava pedagogia. Isso seria um indicativo de que há um esforço da categoria para aprimorar sua formação. Mas o presidente da CNTE ainda considera “muito alto” o número de professores sem diploma universitário, especialmente porque nos últimos anos foram ampliados os estímulos para formação de professores nas instituições públicas e privadas de ensino superior.
Uma das alternativas para quem já atua em sala de aula e quer aprimorar a formação é a modalidade do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para licenciaturas. O programa paga as mensalidades de um curso em faculdade particular e depois da formatura o estudante pode abater sua dívida se trabalhar em escolas da rede pública – cada mês em serviço abate 1% do valor.
“Os programas são oferecidos, mas as condições não são dadas aos professores para que eles participem. O professor não tem, por exemplo, a dispensa do trabalho nos dias em que ele precisa assistir às aulas. As prefeituras e governos estaduais que deveriam ser os primeiros interessados acabam não estimulando o aprimoramento”, diz Roberto Leão.

Roupa espacial para simular missões a Marte pode ser alugada



Roupa espacial marciana pode ser alugada para pesquisas
Embora chamá-la de "espaçonave de vestir" seja um tanto exagerado, seu lado "computador de vestir" faz jus ao nome.[Imagem: OEWF]
Roupa de simulação
Engenheiros austríacos apresentaram o protótipo de uma roupa espacial para simular missões a Marte e outros destinos espaciais.
Segundo eles, o artefato, chamado Aouda.X, é "tanto uma espaçonave de vestir quanto um computador de vestir".
Seu objetivo é replicar as condições de se vestir uma roupa espacial real em Marte, incluindo peso, pressão e limitações para lidar com o mundo externo.
Embora chamá-la de "espaçonave de vestir" seja um tanto exagerado, seu lado "computador de vestir" faz jus ao nome.
A roupa atende a comandos por gestos, voz e pelo apertar de botões e devolve uma completa telemetria biomédica sobre o estado do "astronauta simulado", além de conseguir "gerenciar os resíduos humanos".
As limitações de movimento e simulação de peso são criadas por um exoesqueleto robótico, devidamente revestido por várias camadas de tecidos e alumínio.
Análogo
O traje espacial simulado não está sendo desenvolvido com vistas a uma viagem real a Marte. O objetivo é criar o chamado "análogo de uma missão", uma replicação na Terra das condições de uma missão real, como a NASA faz durante suas simulações no deserto.
Roupa espacial marciana pode ser alugada para pesquisas
A roupa espacial experimental, que pode chegar a pesar 100 quilogramas quando se incluem todos os aparatos de suporte de vida, está disponível para aluguel. [Imagem: OEWF]
A Aouda.X é alimentada por baterias de 12 volts que sustentam missões simuladas de 4 a 6 horas, dependendo das condições externas - ela pode operar entre -110°C e +35°C.
A roupa propriamente dita pesa 45 quilogramas, mas quando é incluída a chamada infraestrutura de suporte de vida, o peso total chega aos 100 quilogramas.
Roupa espacial para alugar
O mais interessante é que, se você decidir experimentar a Aouda-X, o Fórum Espacial Austríaco, responsável pelo projeto, planeja alugá-la para arrecadar fundos.
A entidade privada é uma das várias ao redor do mundo que fazem estudos com os chamados análogos de missões espaciais, desenvolvendo tecnologias para futuras explorações espaciais.
"Exceto pelos custos de logística, não há nenhum outro custo para as instituições de pesquisa no caso de uma solicitação de aluguel ser aprovada pelo Fórum Espacial Austríaco," disse a organização.

Fonte: Inovação Tecnológica

Brasil desenvolve processador antirradiação para uso espacial



Brasil desenvolve primeiro processador para uso espacial
O processador brasileiro com sistema antirradiação possui aproximadamente 500 mil transistores e foi construído com a tecnologia de 180 nanômetros. [Imagem: Cortesia NSCAD]
Chip espacial brasileiro
O Brasil acaba de desenvolver seu primeiro chip com proteção anti-radiação espacial, voltado para aplicações em foguetes e satélites .
O processador poderá ser utilizado em futuros satélites miniaturizados, conhecidos como nanossatélites, usados para monitoramento espacial e ambiental, e como plataforma paro o teste de novas tecnologias espaciais.
O projeto, financiado pela Agência espacial Brasileira (AEB), foi realizado por uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do escritório de projetos NSCAD Microeletrônica.
Influência da radiação espacial nos satélites
Chips que funcionam no espaço estão sujeitos à interferência da radiação proveniente da atividade solar e dos raios cósmicos, bem como de outros eventos cósmicos mais raros, como as erupções de raios gama.
Em momentos em que a atividade do Sol está mais elevada, como aconteceu no início deste ano, há interferência nos componentes eletrônicos - a falha em um único chip pode comprometer o funcionamento de todo um sistema, como satélites de telecomunicações ou de GPS.
O protótipo do processador espacial, desenvolvido em um projeto coordenado pela professora Fernanda Gusmão de Lima Kastensmidt, é composto por dois processadores e utiliza técnicas para detectar e corrigir falhas provocadas pela radiação espacial.
Processador antirradiação
O circuito integrado, um processador dual-core chamado NSC21101, é composto de dois processadores mini-MIPS de 32-bits, lógica de teste, interface SPI, controle de memórias externas e PLL.
Um dos seus processadores tem redundância em hardware, uma técnica conhecida como TMR (Triple Modular Redundancy), a fim de corrigir falhas nos registradores internos induzidas por eventos externos.
O processador antirradiação solar possui aproximadamente 500 mil transistores e foi construído com a tecnologia de 180 nanômetros.
O núcleo do processador ocupa uma área de 2,31 x 2.31 milímetros (mm) e, com o encapsulamento suas dimensões chegam a 4,17 x 4,17 cm.
Brasil desenvolve primeiro processador para uso espacial
O chip NSC21101 é um processadordual-core composto de dois processadores mini-MIPS de 32-bits. [Imagem: Cortesia NSCAD]
O chip processa programas armazenados em memória FLASH e em memória SRAM. O programa deve ser gravado na memória FLASH externa e, conforme o modo de operação, é copiado para a memória SRAM externa e processado.
Os resultados gerados pelo processamento são armazenados na mesma memória externa SRAM e poderão ser também copiados para a memória FLASH externa conforme a necessidade.
Radiação espacial
A energia da radiação espacial induz a criação de pares elétrons-lacunas nos circuitos eletrônicos. A atmosfera terrestre oferece uma proteção contra a quase totalidade desses efeitos, mas os processadores que operam no espaço não contam com esse escudo.
Essa radiação é medida em rad, a unidade de radiação absorvida por cada grama de matéria.
Como, na eletrônica o material básico é o silício, usa-se a nomenclatura rad(Si), ou krad(Si), onde o k tem o mesmo efeito multiplicador que o kbyte tem em relação ao byte.
Chips que funcionam no espaço estão sujeitos a dois tipos de radiação, uma cumulativa (TID: Total Ionizing Dose) e outra de pico (SEE: Single Event Effects).
A dose de ionização total (TID) é medida pelo acúmulo de ionização que o circuito integrado recebe ao longo de sua vida útil no espaço. A tolerância de um circuito à TID depende do seu processo de fabricação e do leiaute dos transistores.
Os efeitos de eventos individuais (SEE) são caracterizados por falhas transientes que podem ocasionar a inversão dos valores nos elementos de memória. A principal técnica de tolerância a falhas SEE é a redundância em hardware, geralmente com a triplicação da lógica e o uso de "votadores de maioria".

Nós Estamos Aqui: O Pálido Ponto Azul (Legendado)


                                                                                                                     
                                                                                         Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=EjpSa7umAd8

domingo, 29 de abril de 2012

Estacões do Ano


Estações do ano



JOSÉ ROBERTO V. COSTA
Astronomia no Zênite


OS GLOBOS TERRESTRES QUE ESTÃO À VENDA NAS PAPELARIAS não estão inclinados à-toa. De fato, a Terra percorre sua órbita em torno do Sol inclinada cerca de 23° e disso resulta o fenômeno das estações.

É por causa dessa inclinação que, durante um ano, uma dada região da Terra não recebe a mesma quantidade de irradiação solar. Isso interfere sensivelmente no clima do planeta e dá origem as estações.

Início das estações do ano em 2012 (hemisfério Sul)
Outono: 20/Mar às 02:14 (92,75 dias) Inverno: 20/Jun às 20:08 (93,65 dias)
Primavera: 22/Set às 11:48 (89,85 dias) Verão: 21/Dez às 08h11min (88,99 dias)
Dados referentes ao fuso de Brasília (UTC - 3). Acrescente 1 hora durante o horário de verão.
Em Portugal acrescente 3 horas e inverta o nome das estações (outono por primavera, verão por inverno etc).
O início de cada estação é definido por dois fenômenos astronômicos: o solstício (para o verão e o inverno) e o equinócio (para a primavera e o outono). Solstício vem do latim solstitium, e significa parada do Sol. Equinócio vem das palavras latinas aequus, igual, e nox, noite, ou seja, duração do dia igual a noite.
Estações Astronômicas. É a inclinação do eixo da Terra, e não a distância ao Sol (que varia muito pouco) a verdadeira causa do fenômeno. Terra e Sol não estão em escala.
Clique na gravura para ampliar.


Para entender como acontecem as estações imagine que você está no campo, longe da cidade, e todos os dias você observa o Sol se pôr no horizonte. A primeira coisa que percebe é que o Sol não está se pondo exatamente no Oeste, mas um pouco ao lado.

A cada dia você constata que o pôr do Sol se dá num local diferente e decide fazer uma marcação na cerca da propriedade. Você não muda o seu ponto de observação, apenas faz marcas que coincidam com o local em que ocorre o pôr do Sol.
Após um ano, você percebe que o Sol fez um movimento de vai e vem no horizonte e três pontos têm maior interesse em suas marcações na cerca (veja a figura ao lado). Em apenas dois dias do ano o Sol se pôs precisamente no Oeste.

Essas também foram as únicas ocasiões em que o dia e a noite tiveram a mesma duração (12 horas cada um). Você identificou os equinócios. Há também dois pontos extremos, em que o Sol atinge o seu maior afastamento do Oeste. Foram os dias em que tiveram início o verão e o inverno.

No dia em que começou o verão o Sol estava mais ao Sul, e este foi também o dia mais longo do ano. Quando o inverno começou o Sol estava mais para o Norte e a noite foi a mais longa de todo o ano.

São os solstícios, quando o Sol parece ter parado no horizonte. Se a experiência tivesse sido feita no hemisfério Norte, a única diferença é que com o Sol mais ao Sul seria o solstício do inverno, e não do verão. A mesma inversão ocorreria entre primavera e outono.

A rigor, solstícios assinalam a ocasião em que a declinação solar é máxima e isso corresponde ao “meio” da estação, não o seu início. Raciocínio semelhante também se aplica aos equinócios. Porém, há muito tempo utilizamos esses pontos da trajetória aparente do Sol (que são muito fáceis de identificar) para assinalar o início das estações do ano.

Fonte: Zênite

sexta-feira, 27 de abril de 2012

DEUS mostra como o Universo evoluiu desde sua criação


Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/04/2012
DEUS mostra como o Universo evoluiu desde sua criação
Embora a idade do Universo seja calculada em 13,7 bilhões de anos, a luz pode ter viajado muito mais do que isso desde o Big Bang, dependendo do modelo utilizado: o mais radical prevê um Universo com 45 bilhões de anos-luz. [Imagem: Deus Consortium]




Energia escura do Universo
Uma equipe de pesquisadores do Laboratório Universo e Teorias, da Universidade Paris Diderot, na França, concluiu a primeira etapa da simulação do Universo inteiro.
Ou, pelo menos, do Universo observável.
O objetivo é simular em computador o desenvolvimento de todo o Universo, do Big Bang até os nossos dias.
Esta é a primeira de três "rodadas" do projeto DEUS (Dark Energy Universe Simulation, simulação da energia escura do universo, em tradução livre).
O projeto, que ocupa um supercomputador em tempo integral, conseguiu seguir a evolução de 550 bilhões de partículas nessa primeira rodada.
Teorias sobre Energia Escura
Enquanto a matéria escura fica cada vez mais obscura e os raios cósmicos cada vez mais misteriosos, os cientistas esperam ter melhores resultados com a energia escura.
A simulação foi programada com base em três teorias sobre a energia escura.
A primeira é a do modelo padrão de formação do universo com uma constante cosmológica, aquela que Einstein se arrependeu de ter tirado de suas equações, uma vez que ela permitiria que ele tivesse previsto a expansão do Universo - "Foi o maior erro da minha vida," teria dito o cientista.
A equipe pretende rodar novas simulações com outros dois modelos.
O segundo será caracterizado por um componente de energia escura dinâmico, que preencheria todo o Universo.
O terceiro modelo pressupõe uma modificação na lei da gravidade em grandes escalas, levando em conta os efeitos de um componente em aceleração, chamado "energia escura fantasma".
DEUS mostra como o Universo evoluiu desde sua criação
De zoom em zoom, os cientistas franceses já conseguiram simular 550 bilhões de partículas. [Imagem: Deus Consortium]
Confirmações das teorias
Se alguma das teorias estiver corretas, será possível estabelecer seus efeitos sobre a formação da estrutura do Universo e, desta forma, estabelecer alvos para novas observações astronômicas.
Na prática o caminho será o inverso: a partir das previsões de cada teoria, as simulações permitirão estabelecer alvos em busca de uma eventual confirmação.
Graças ao seu supercomputador Curie, com 92.000 CPUs, os cientistas esperam ter todos os resultados até Maio deste ano.

Fonte: Inovação Tecnológica

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Relator apresenta nesta terça-feira parecer sobre o Plano Nacional de Educação

Plano Nacional
O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) relator do Plano Nacional de Educação (PNE) apresenta nesta terça-feira o seu parecer em comissão especial que debate o tema na Câmara dos Deputados
Em meio à polêmica em torno do índice do Produto Interno Bruto (PIB) que deve ser destinado à educação, o deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) relator do Plano Nacional de Educação (PNE) apresenta nesta terça-feira o seu parecer em comissão especial que debate o tema na Câmara dos Deputados. União, estados e municípios investem hoje, juntos, 5% do PIB na área, mas entidades de professores, estudantes e organizações da sociedade civil ligadas à área, pedem que sejam destinados ao setor 10% do PIB. O governo acena com 7%.
Em seu primeiro relatório, apresentado à comissão no dia 5 de abril, Vanhoni fixou a meta de 8% e mudou o índice adotado de “investimento público” em educação para “investimento público total”, passando a incluir na meta verbas destinadas a bolsas de estudo e financiamento estudantil. Assim, a meta fixada no relatório de 8% do PIB de investimento público total significa cerca de 7,5% de investimento direto.
O parlamentar afirmou que pretende apontar, nesta segunda versão do parecer, duas metas diferenciadas, de investimento direto e de investimento total, mas não adiantou os índices definidos. Vinhoni defende a meta de investimento total em educação de 8% do PIB até o fim da década e destaca que os recursos deverão garantir, entre outras melhorias, a matrícula anual de 4,5 milhões de crianças de zero a três anos em creches gratuitas e 12 milhões de vagas na educação básica, em tempo integral.
Segundo Vanhoni, a diferença entre a sua proposta e a do governo é o chamado Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQI) indicador que visa definir o valor médio necessário para manter um aluno na escola, levando-se em conta padrôes mínimos de qualidade, como itens básicos de infraestrutura até a disponibilidade de verbas para projetos especiais. O indicador foi criado pelo Conselho Nacional de Educação, órgão ligado ao Ministério da Educação, e tem por base o valor do PIB per capita.

Fonte: Correio do Brasil

Luz faz curvas sem truques e sem manipulações


Luz faz curvas sem truques e sem manipulações
A luz pode fazer curvas sozinha, apenas ajustando as ondas na sua origem, sem precisar de espelhos, lentes ou metamateriais. [Imagem: Kaminer et al./D. N. Christodoulides]
Luz que faz curvas
Cientistas já conseguiram fazer aluz passear por caminhos complexos e até forçar a luz a fazer retornos completos em forma de U.
Nesses casos, porém, eles sempre usaram materiais artificiais, oumetamateriais, para guiar as ondas de luz.
Agora, cientistas demonstraram pela primeira vez que a luz sozinha, sem nenhuma interferência externa, pode fazer curvas suaves e precisas.
E, ao contrário das guinadas radicais que a difração força na luz, por exemplo, quando ela passa do ar para a água em um copo, fazendo as colheres parecerem quebradas, estas curvas suaves e precisas podem se dar mesmo no vácuo.
A ideia não é exatamente nova: nos anos 1970, Michael Berry e Nandor Balazs descobriram uma onda que descreve como as partículas se movem, que pode se curvar "ligeiramente", de forma quase imperceptível.
Mas isso era só o começo e, agora, descobriu-se a luz pode até mesmo fazer círculos completos.
Com fazer a luz fazer curvas
Mas como fazer a luz sair de sua tradicional rota em linha reta?
É preciso lembrar que a luz é um aglomerado de ondas, e os picos e vales de cada onda interferem uns com os outros.
Por exemplo, se o pico de uma onda encontra-se precisamente com o vale de outra, elas cancelam-se mutuamente, e da luz surge a escuridão. Já um pico que encontra outro pico cria um ponto mais brilhante - as duas ondas interferem-se construtivamente, como dizem os cientistas.
Usando um feixe grosso de luz - um feixe de laser expandido por filtros e lentes, por exemplo - é possível controlar a posição inicial dos picos de cada onda.
Fazendo com que as ondas que estejam viajando para fora do feixe interfiram construtivamente apenas nos pontos sobre uma curva, e cancelando-se em todos os demais pontos, é possível fazer o feixe resultante fazer uma curva suave.
Mas uma curva muito discreta, de não mais do que 8°.
Luz faz curvas sem truques e sem manipulações
O modulador óptico espacial permite ajustar a fase de um feixe ampliado de laser com muito mais precisão, gerando curvas de até 60 graus. [Imagem: Frohely et al./Optics Express]
Modulador óptico espacial
Uma guinada realmente radical na luz só veio agora, com o trabalho Luc Froehly e sua equipe da Universidade Franche-Comté, na França.
Eles construíram um equipamento, chamado modulador óptico espacial, que lhes permitiu ajustar a fase de um feixe ampliado de laser com muito mais precisão.
Indo além de todos os cálculos teóricos, eles chegaram a um resultado impressionante: a luz curvou-se sozinha em até 60°.
Primeiro a prática, depois a teoria
Coincidentemente, apenas um mês depois, Ido Kaminer e seus colegas teóricos resolveram mexer com as equações de Maxwell, elaboradas há mais de 150 anos, e descobriram soluções que mostram que as ondas de luz podem na verdade se curvar em qualquer ângulo.
Segundo seus cálculos, a luz pode até mesmo fazer um círculo completo, sem qualquer interferência externa.
Os cálculos de Kaminer batem exatamente com os experimentos e com as soluções de manipulação das ondas que Froehly realizou em seu laboratório.
Com muita razão, a equipe francesa está ainda mais entusiasmada agora: eles já começaram a trabalhar em seu modulador óptico espacial para fazê-lo demonstrar na prática o restante da teoria e, quem sabe, descobrir formas de fazer a luz sair fazendo curvas à vontade, ou mesmo andar em círculos.
Aplicações da luz curva
As aplicações da descoberta são muitas: além de lanternas com um botão que lhe permitirão iluminar a si próprio, sabe-se lá para quê, é possível pensar em processadores fotônicos que, ao contrário dos chips atuais de silício e conexões de cobre, não precisarão trocar dados apenas por caminhos diretos e retos.
Os biochips, que frequentemente usam luz para lidar com biomoléculas, não mais precisarão depender de minúsculos espelhos em seu interior.
E poderá ser dar um novo impulso ao campo das pinças ópticas, a manipulação de objetos com luz, muito usada em biologia e em vários campos das nanociências.
E os raios laser, largamente usados na indústria para fazer cortes e furos, poderão fazer furos curvos no interior de um material.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Brasil buscará consenso entre participantes da Rio+20, diz ministra do Meio Ambiente


Rio+20
Os Diálogos Federativos Rumo à Rio+20 visam a ampliar o debate com estados e municípios para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta quinta-feira que o papel do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será estratégico na busca por um consenso entre os países participantes.
— O Brasil tem na conferência uma oportunidade única de buscar, no seu papel como anfitrião, a convergência, o diálogo, disse ao participar da reunião Diálogos Federativos Rumo à Rio+20, em Brasília. “O debate que colocamos na mesa é estruturante sobre o papel estratégico da questão ambiental nas opções de desenvolvimento. Mas esse papel tem de ser construído com a sociedade também”, alertou a ministra.
Segundo Izabella, é preciso discutir o conceito de cidades sustentáveis tendo em vista cada realidade regional. “Discutir esse assunto no Acre é diferente de discutir no Pantanal ou no Nordeste. O modelo de governança ambiental no Brasil precisa ser modernizado, atualizado”, ressaltou.
Os Diálogos Federativos Rumo à Rio+20 visam a ampliar o debate com estados e municípios para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
O último encontro ocorrerá durante a conferência e terá como resultado um documento sobre o conjunto de ações voltadas para a sustentabilidade. “É um grande esforço, uma grande somatória de participação, engajamento, envolvimento, de vontade e de compromisso político para que a Rio+20 atinja seu grande objetivo de alertar o mundo que o desenvolvimento sustentável é possível”, disse a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ao participar do evento.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, destacou que a Rio +20 pretende construir a agenda do desenvolvimento sustentável para os próximos 20 anos. Segundo ele, o Brasil defende que o conceito de economia verde seja concebido de forma flexível, adotado por cada país individualmente e adaptado à sua realidade. “A economia verde deve ser inclusiva, plenamente inserida no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, acrescentou.

NASA recria "nascer da Terra" visto por astronautas da Apolo 8



Nascer da Terra
Usando os dados mais recentes da topografia lunar, coletados pelasonda LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter), a NASA recriou o primeiro nascer da Terra visto pelo homem.
Quando os tripulantes da Apolo 8 circundavam a Lua, eles mal tinham à mão algumas câmeras fotográficas.
Durante o filme (acione a tecla CC) é possível ouvir Frank Borman, William Anders e James Lovell se espantando com o nascer da Terra.
Um deles pede desesperadamente uma câmera com filme colorido para registrar o evento - naquela época as câmeras fotográficas usavam filmes, que tinham que ser posteriormente revelados.
Foi um presente de Natal, já que o evento ocorreu no dia 24 de Dezembro de 1968.
Terra do satélite
Agora, com as imagens de alta resolução da topografia da Lua, foi possível reconstruir a cena de forma bem parecida com aquela que os astronautas vivenciaram.
"Esta visualização recria para todos nós a impressionante experiência de ver a Terra de um ponto de vista tão privilegiado," comentou Rich Vondrak, cientista- chefe da missão LRO.
A Terra mostrada na visualização não é uma replicação exata daquela que os astronautas viram, mas uma sequência capturada por um satélite artificial de observações chamado Terra - o satélite não se chama Earth, mas Terra mesmo.

Tecnologia terahertz promete celulares que enxergam através das paredes


Celulares que enxergam através das paredes
Os maiores benefícios da frequência terahertz estão na geração de imagens médicas sem os riscos da radiação dos raios X. Mas o Dr. Kenneth O (à esquerda), prefere celulares para encontrar pregos na parede - talvez o quadro na parede de seu laboratório possa explicar porquê. [Imagem: UTDallas]
Errando o alvo
A radiação na frequência terahertz (THz) há muito é vista como a salvação da lavoura para a área médica, por ser não-ionizante, ou seja, não produz danos aos tecidos vivos.
Isto sem contar as inúmeras possibilidades de aplicações na área de telecomunicações e várias outras.
O professor Kenneth O, da Universidade do Texas, por exemplo, parece entusiasmar-se mais com outros tipos de aplicação.
Ele e sua equipe construíram um gerador de ondas THz que, segundo eles, poderá transformar os telefones celulares em aparelhos capazes de ver através das paredes, madeira, plásticos, papel e outros objetos.
É claro que anunciar uma tecnologia que permitirá que telefones celulares enxerguem através das paredes tem um apelo de mídia maior do que anunciar o desenvolvimento de um gerador miniaturizado de ondas terahertz.
Contudo, a tecnologia poderá ter impactos muito mais significativos na área de comunicações mesmo, mas para a transmissão de dados, assim como no imageamento médico e na visão de máquina usada no setor industrial.
De fato, é realmente possível, em princípio, construir os tais celulares bisbilhoteiros. Mas, para isso, os pesquisadores terão que miniaturizar também o detector, uma vez que eles até agora construíram apenas o emissor de raios T.
Chip emissor de terahertz
O espectro electromagnético caracteriza comprimentos de onda de energia. Por exemplo, ondas de rádio AM e FM, micro-ondas usadas pelos telefones celulares, ou o comprimento de onda infravermelha, usada pelos equipamentos de visão noturna.
Já a banda terahertz do espectro eletromagnético, uma faixa de comprimento de onda entre as micro-ondas e o infravermelho, é bem mais complicada, e só recentemente foi construído o primeiro gerador portátil de ondas terahertz.
Celulares que enxergam através das paredes
A banda terahertz do espectro eletromagnético é uma faixa de comprimento de onda entre as micro-ondas e o infravermelho. [Imagem: UTDallas]
O novo trabalho dá um impulso significativo na área.
O grupo conseguiu juntar dois avanços importantes: um gerador capaz de produzir ondas na frequência terahertz do espectro electromagnético, e uma nova tecnologia de circuito integrado que permitiu inserir a tecnologia dentro de um chip.
"Nós criamos abordagens que abrem uma parte anteriormente inexplorada do espectro eletromagnético para o uso do consumidor e para aplicações médicas que poderão salvar vidas," diz o Dr. O. "A faixa dos terahertz tem um potencial ilimitado, que poderá beneficiar a todos nós."
Terahertz em CMOS
Com o novo emissor miniaturizado, as imagens podem ser criadas com sinais operando na faixa dos terahertz sem ter que usar várias lentes, como nas abordagens anteriores. Isso pode reduzir a dimensão total do aparelho e, certamente, seu custo.
O melhor é que tudo foi embutido em um chip construído com a tecnologia padrão da microeletrônica, chamada CMOS (Complementary Metal-Oxide Semiconductor), permitindo sua integração com outros aparelhos eletrônicos.
"A combinação de CMOS e terahertz significa que você pode colocar esse chip e um receptor na parte de trás de um celular, transformando-o em um dispositivo portátil que pode ver através dos objetos," diz o pesquisador.
Lembrando que esse receptor portátil ainda terá que ser desenvolvido.
Encontrar pregos ou cuidar da saúde
Alegando preocupações com privacidade, o Dr. O e sua equipe fizeram testes em uma faixa de distância de até 10 centímetros - na verdade, essa é a potência máxima que eles obtiveram até agora com seu chip THz.
Insistente, ele afirma que um celular com essa tecnologia poderia ter inúmeras aplicações, de encontrar pregos e fios embutidos nas paredes, até a autenticação de documentos ou a detecção de dinheiro falso.
A indústria poderia utilizar a mesma tecnologia para detectar partes metálicas em produtos.
Há também mais canais de comunicação disponíveis na faixa dos terahertz do que em toda a faixa atualmente disponível para as comunicações sem fio, embora ainda haja desafios tecnológicos a serem superados para que a banda dos THz possa operar em alta potência e a longas distâncias.
Mas as maiores possibilidades de usos e benefícios na frequência terahertz estão na geração de imagens médicas sem os riscos da radiação dos raios X.
E, para isso, equipamentos miniaturizados de baixa potência são mais do que suficientes.
Se você também gosta de enxergar coisas através das paredes, veja essas outras tecnologias: