sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Aumentam indícios de uma quinta força no Universo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/11/2019
Aumentam indícios de uma quinta força no Universo
Elétrons e pósitrons inevitavelmente aniquilam-se um ao outro, gerando uma emissão de raios gama - menos em átomos de positrônio, híbridos de matéria e antimatéria.
[Imagem: CERN]

Forças da natureza
Em 2016, uma equipe de físicos da Hungria encontrou indícios fortes da existência de uma quinta força fundamental da natureza.
Essa quinta força viria se juntar às quatro forças fundamentais reconhecidas atualmente pela física: eletromagnetismo, gravidade, força nuclear fraca e força nuclear forte.
Agora, eles encontraram novos indícios, reforçando sua conclusão anterior, ao estudar o comportamento de um átomo de hélio e como ele emite luz conforme decai.
Bóson protofóbico
Ao receber um pulso de luz, um elétron em um átomo captura essa energia, saltando da órbita que ocupava para uma órbita mais externa, mais distante do núcleo.
Se o pulso de luz for forte o suficiente, um elétron pode produzir um pósitron - uma versão de antimatéria do elétron -, que então se afastam um do outro em um ângulo previsível, antes de se aniquilarem, ao se encontrarem com suas respectivas antipartículas.
Com base na lei de conservação de energia, à medida que a energia da luz que produz as duas partículas aumenta, o ângulo com que elas saem do átomo deve diminuir.
Em 2016, a equipe verificou que o átomo de berílio-8 produz pósitrons e elétrons que se afastam a um ângulo de 140 graus, muito maior do que o previsto pela teoria. A equipe atribuiu o fenômeno a uma partícula que eles batizaram de X17, uma vez que ela teria uma massa de cerca de 17 megaeletronvolts (MeV), aproximadamente 33 vezes mais do que a massa de um elétron.
O nome completo de batismo da partícula é "bóson X protofóbico", porque ela seria repelida pelos prótons, ou núcleos atômicos.
Aumentam indícios de uma quinta força no Universo
Partícula X17
Em seu novo experimento, realizado agora, eles constataram que pósitrons e elétrons emitidos quando um átomo de hélio-4 é energizado saem chispando a um ângulo de 115 graus, ainda maior do que o previsto pela teoria.
Attila Krasznahorkay e seus colegas do Instituto de Pesquisas Nucleares Atomki atribuem esse efeito inesperado à hipotética partícula X17, uma vez que, também no caso do hélio, sua energia se situa na casa dos 17 MeV.
Com uma vida breve, decaindo em 10-14 segundo, essa partícula seria portadora de uma força que explica o distanciamento observado entre os elétrons e os pósitrons.
A equipe acredita que, se confirmada, a existência da nova partícula e sua força podem também estabelecer um elo entre a matéria que vemos e a matéria que não vemos, conhecida como matéria escura.
De fato, vários experimentos em busca das partículas de matéria escura - nenhum encontrou nada até agora - têm-se concentrado nessa faixa dos 17 MeV porque estudos teóricos indicam ser esse um nível de energia promissor para procurar por elas.
Bibliografia:

Artigo: New evidence supporting the existence of the hypothetic X17 particle
Autores: A.J. Krasznahorkay, M. Csatlos, L. Csige, J. Gulyas, M. Koszta, B. Szihalmi, J. Timar, D.S. Firak, A. Nagy, N.J. Sas, A. Krasznahorkay
Revista: arXiv
Link: https://arxiv.org/abs/1910.10459

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Computação é feita na velocidade da luz - sem gastar energia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/11/2019

Computação é feita na velocidade da luz - sem gastar energia
Os contornos da imagem (direita) são calculados automaticamente pelo material artificial.
[Imagem: Amolf]

Material computacional
No início deste ano, o potencial impressionante dos metamateriais - muito além dos mantos de invisibilidade - foi demonstrado sem qualquer sombra de dúvida com a construção de um dispositivo passivo que resolve equações usando luz - sem computador.
Agora, uma equipe dos Países Baixos e dos EUA criou uma metassuperfície capaz de realizar operações matemáticas complexas de forma dinâmica, ou seja, não é mais necessário criar um metamaterial para cada cálculo que se deseja fazer.
Além disso, como a metassuperfície é transparente, ela pode ser usada diretamente em uma câmera digital, por exemplo, para executar cálculos necessários para reconhecer imagens em sistemas de vigilância ou de realidade virtual e aumentada.
Computação passiva
Andrea Cordaro e seus colegas se concentraram em uma das técnicas mais utilizadas no processamento de imagens, a detecção de contornos, que é a base para a identificação de objetos em imagens.
Normalmente, a detecção de contornos é realizada digitalmente usando circuitos eletrônicos integrados, o que implica limitações fundamentais de velocidade e alto consumo de energia, ou de maneira analógica, o que requer uma óptica volumosa.
Tudo isso foi substituído por um substrato transparente sobre o qual foram construídas nanobarras de silício, que interagem com a luz para fazer os cálculos.
Quando uma imagem é projetada na metassuperfície, a luz transmitida forma uma nova imagem que mostra os contornos da imagem original. Efetivamente, a metassuperfície executa uma operação de derivada matemática na imagem, que fornece uma visualização direta de bordas presentes na imagem.
A transformação matemática resulta do fato de que cada frequência espacial que compõe a imagem possui um coeficiente de transmissão específico através da metassuperfície. Essa transmissão ajustada é o resultado da complexa interferência gerada conforme a luz se propaga pela metassuperfície, interagindo com os nanopilares de silício, especialmente projetados para produzir a interação.
Computação é feita na velocidade da luz - sem gastar energia
Princípio de funcionamento (esquerda) e de uso (direita) da metassuperfície computacional.
[Imagem: Amolf]
Computação óptica
Esta nova técnica de computação e imageamento óptico opera na velocidade da luz e a operação matemática em si não consome energia, uma vez que envolve apenas componentes ópticos passivos.
A metassuperfície pode ser colocada diretamente em um chip detector CCD ou CMOS padrão, abrindo novas oportunidades na computação óptica e em uma eletrônica híbrida de baixo custo que opere com baixa potência e em pequenas dimensões, disse a equipe.
Bibliografia:

Artigo: High-Index Dielectric Metasurfaces Performing Mathematical Operations
Autores: Andrea Cordaro, Hoyeong Kwon, Dimitrios Sounas, A. Femius Koenderink, Andrea Alù, Albert Polman
Revista: Nano Letters
DOI: 10.1021/acs.nanolett.9b02477

Física ao Vivo - Prof. George Matsas - "O que são buracos negros?"



Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xnfMfzvvelg

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Mais um mistério em Marte: Oxigênio aparece e some sem explicações

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/11/2019
Oxigênio de Marte é tão misterioso quanto o metano
"Acho que há algo aí. Ainda não tenho as respostas. Ninguém tem."
[Imagem: Melissa Trainer/Dan Gallagher/NASA Goddard]

Oxigênio que vai, oxigênio que vem
Com o mistério do metano de Marte ainda sem solução à vista, o robô espacial Curiosity trouxe aos cientistas um novo enigma: o oxigênio marciano.
A informação veio com a medição dos níveis sazonais de todos os gases na atmosfera diretamente acima da superfície da Cratera Gale, onde está o Curiosity. O resultado é desconcertante.
Em Marte, o oxigênio, o gás que a maioria das criaturas da Terra usa para respirar, se comporta de uma maneira que até agora os cientistas não conseguem explicar através de nenhum processo químico conhecido.
Ao longo de três anos marcianos (quase seis anos da Terra), um instrumento do Curiosity, chamado SAM (Sample Analysis at Mars), inalou o ar da Cratera Gale e analisou sua composição.
Os resultados confirmaram a composição da atmosfera superficial marciana: 95% em volume de dióxido de carbono (CO2), 2,6% de nitrogênio molecular (N2), 1,9% de argônio (Ar), 0,16% de oxigênio molecular (O2), e 0,06% de monóxido de carbono (CO).
As medições também revelaram como as moléculas no ar marciano se misturam e circulam com as mudanças na pressão do ar ao longo do ano. Essas mudanças são induzidas quando o gás CO2 congela nos pólos no inverno, diminuindo a pressão do ar em todo o planeta após a redistribuição do ar para manter o equilíbrio da pressão. Quando o CO2 evapora na primavera e no verão e se mistura em Marte, a pressão do ar aumenta.
O mistério do oxigênio de Marte
Nesse ambiente, os dados mostram que o nitrogênio e o argônio seguem um padrão sazonal previsível, com sua concentração aumentando e diminuindo ao longo do ano em relação à quantidade de CO2 existente no ar.
Os cientistas esperavam que o oxigênio seguisse o mesmo ritmo, mas não é isso o que acontece. Em vez disso, a quantidade de oxigênio no ar aumenta ao longo de toda a primavera e verão em até 30%, e depois volta aos níveis previstos pela química conhecida no outono. Esse padrão se repete a cada primavera, embora a quantidade de oxigênio adicionada à atmosfera varie, implicando que algo está produzindo o oxigênio e depois levando-o embora.
"A primeira vez que vimos isso, ficamos quebrando a cabeça," contou Sushil Atreya, professor de ciências climáticas e espaciais da Universidade de Michigan.
A equipe partiu em busca de possíveis explicações, começando por considerar a possibilidade de que moléculas de CO2 ou água (H2O) pudessem liberar oxigênio quando se separam na atmosfera, levando à breve elevação do oxigênio. Mas isso consumiria cinco vezes mais água do que a que existe na atmosfera de Marte, além do que o CO2 se decompõe muito lentamente para gerá-lo em tão pouco tempo. E quanto à diminuição do oxigênio? A radiação solar não poderia quebrar as moléculas de oxigênio em dois átomos, que então vazariam no espaço? Não, concluíram os cientistas, já que levaria pelo menos 10 anos para o oxigênio desaparecer por esse processo.
"Estamos nos debatendo para explicar isso," disse Melissa Trainer, cientista planetária do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA. "O fato de o comportamento do oxigênio não se repetir perfeitamente a cada estação nos faz pensar que não é um problema que tem a ver com a dinâmica atmosférica. Tem que ser uma fonte química e um sumidouro que ainda não podemos explicar".
Oxigênio de Marte é tão misterioso quanto o metano
A quantidade de oxigênio no ar aumenta ao longo de toda a primavera e verão em até 30%, e depois volta aos níveis previstos pela química conhecida no outono.
[Imagem: Melissa Trainer/Dan Gallagher/NASA Goddard]
Metano e oxigênio, biológicos e abióticos
A história do oxigênio é curiosamente semelhante ao mistério do metano de Marte. O metano está constantemente no ar dentro da Cratera Gale em quantidades tão pequenas (0,00000004% em média) que quase passa despercebido pelos instrumentos mais sensíveis já enviados à Marte. Embora o metano aumente e diminua sazonalmente, ele aumenta em abundância em cerca de 60% nos meses de verão por razões inexplicáveis - na verdade, o metano também dispara de forma aleatória e dramática, mas ninguém tem ainda alguma ideia do porquê.
Com as novas descobertas de oxigênio em mãos, a equipe da NASA se pergunta se uma química semelhante à que está gerando as variações sazonais naturais do metano também pode explicar as variações do oxigênio - os dois gases até flutuam em conjunto, mas apenas ocasionalmente.
"Estamos começando a ver essa correlação tentadora entre metano e oxigênio durante boa parte do ano em Marte," disse Atreya. "Acho que há algo aí. Ainda não tenho as respostas. Ninguém tem."
O oxigênio e o metano podem ser produzidos biologicamente (a partir de micróbios, por exemplo) e abioticamente (a partir de produtos químicos relacionados à água e às rochas). Os cientistas estão considerando todas as opções, embora não tenhamos nenhuma evidência convincente de atividade biológica em Marte.
O robô Curiosity não possui instrumentos que possam dizer definitivamente se a fonte de metano ou oxigênio em Marte é biológica ou geológica. Com os dados atuais, as explicações não biológicas são mais prováveis.
Bibliografia:

Artigo: Seasonal variations in atmospheric composition as measured in Gale Crater, Mars
Autores: Melissa G. Trainer, Michael H. Wong, Timothy H. McConnochie, Heather B. Franz, Sushil K. Atreya, Pamela G. Conrad, Franck Lefèvre, Paul R. Mahaffy, Charles A. Malespin, Heidi L.K. Manning, Javier Martín-Torres, Germán M. Martínez, Christopher P. McKay, Rafael Navarro-González, Álvaro Vicente-Retortillo, Christopher R. Webster, María-Paz Zorzano
Revista: Journal of Geophysical Research: Planets
DOI: 10.1029/2019JE006175

Tijolos magnéticos quadrupolares montam-se em objetos complexos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2019
Tijolos magnéticos quadrupolares montam-sem em objetos complexos
Os ímãs quadrupolares podem ser montados em objetos complexos, como emojis.
[Imagem: ETH Zurich/Hongri Gu]

Ímãs e dimensões
Se você já tentou colocar vários ímãs em formato de cubo uns ao lado dos outros sobre uma superfície magnética, sabe que não é possível. O que acontece é que os ímãs sempre se organizam em uma coluna, saindo verticalmente do quadro magnético.
Além disso, é quase impossível unir várias linhas desses ímãs para formar uma superfície plana.
Isso ocorre porque os ímãs são dipolares. Pólos iguais se repelem, com o pólo norte de um ímã sempre se ligando ao pólo sul de outro e vice-versa. Isso explica por que eles formam uma coluna - uma estrutura unidimensional - com todos os ímãs alinhados da mesma maneira.
Agora, cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, conseguiram criar blocos magnéticos na forma de cubos que - pela primeira vez na história, ressaltam eles - que podem ser unidos para formar formas bidimensionais.
Tijolos magnéticos quadrupolares montam-se em objetos complexos
Cada módulo quadrupolar mede pouco mais de dois milímetros.
[Imagem: ETH Zurich/Hongri Gu]
Ímãs quadrupolares
Os novos blocos de construção magnéticos, que Hongri Gu e seus colegas chamam de módulos, não são dipolares, mas quadrupolares, o que significa que cada ímã tem dois polos norte e dois polos sul.
Dentro de cada um dos módulos, que são impressos em 3D em plástico, existem dois pequenos ímãs dipolo convencionais, com seus pólos iguais voltados um para o outro.
Como os pólos sul e norte se atraem, um bloco de construção quadrupolo, com seus dois pólos sul voltados para a esquerda e para a direita, atrairá, em cada um dos seus quatro lados, um bloco de construção que é girado 90 graus, de forma que seus pólos norte fiquem nos lados esquerdo e direito.
Esses blocos de construção magnéticos podem ser montados como pequenos tabuleiros de xadrez para criar formas bidimensionais, que podem então ser controladas por um campo magnético externo.
A equipe pretende usá-los em aplicações de robótica macia, permitindo o controle de materiais maleáveis.
Bibliografia:

Artigo: Magnetic quadrupole assemblies with arbitrary shapes and magnetizations
Autores: Hongri Gu, Quentin Boehler, Daniel Ahmed, Bradley J. Nelson
Revista: Science Robotics
Vol.: 4, Issue 35, eaax8977
DOI: 10.1126/scirobotics.aax8977

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Energia negativa é possível: Mas você terá de pagá-la de volta

Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/10/2019
Energia negativa é possível: Mas você terá de pagá-la de volta
É possível tirar energia do "nada" - do vácuo quântico -, mas você terá que "pagá-la" de volta.
[Imagem: TU Wien]

Energia negativa
Energia é uma quantidade que deve sempre ser positiva, certo?
Pelo menos é o que nossa intuição nos diz: Se cada partícula é removida de um determinado volume até não sobrar nada que possa transportar energia, então atingimos um limite, e não poderíamos mais extrair energia desse lugar.
Ou será que poderíamos? Não seria possível extrair energia mesmo do espaço vazio?
A física quântica tem-nos mostrado repetidas vezes coisas que contradizem nossa intuição - e isso é verdade também neste caso.
Sob certas condições, energias negativas são permitidas, pelo menos em um certo intervalo de espaço e tempo - lembre-se da criação de luz a partir do vácuo e do uso de lasers para criar matéria e antimatéria, por exemplo..
Economia da energia
Uma equipe de pesquisadores da Áustria, Bélgica e Índia investigou agora até que ponto continua sendo possível extrair essa "energia negativa".
Eles descobriram que, não importa quais teorias quânticas sejam consideradas, não importa quais simetrias sejam mantidas no Universo, sempre existem certos limites para pegar energia "emprestada". Localmente, a energia pode ser menor que zero, mas, da mesma forma que o dinheiro emprestado de um banco, essa energia deve ser "devolvida" no final.
"Na teoria da Relatividade Geral, tradicionalmente assumimos que a energia é maior que zero, em todos os momentos e em qualquer lugar do Universo," comentou o professor Daniel Grumiller, da Universidade de Tecnologia de Viena. "Isso tem uma consequência muito importante para a gravidade: a energia está ligada à massa através da fórmula E=mc2. Portanto, energia negativa também significa massa negativa. Massas positivas se atraem, mas com uma massa negativa, a gravidade pode repentinamente se tornar uma força repulsiva."
Energia negativa é possível: Mas você terá de pagá-la de volta
Há físicos tentando também criar matéria do "nada".
[Imagem: ELI]
A teoria quântica, no entanto, permite a energia negativa.
"De acordo com a física quântica, é possível pegar energia emprestada de um vácuo em um determinado local, tal como dinheiro de um banco," continua Grumiller. "Durante muito tempo, não discutimos o valor máximo desse tipo de crédito energético e as possíveis taxas de juros a serem pagas. Várias suposições sobre esse 'juro' (conhecido na literatura como 'juros quânticos') têm sido publicadas, mas nenhum resultado abrangente foi capaz de gerar um acordo [entre os físicos].
"Todas as considerações anteriores sempre se referiram às teorias quânticas que seguem as simetrias da Relatividade Especial. Mas agora fomos capazes de mostrar que essa conexão entre energia negativa e entrelaçamento quântico é um fenômeno muito mais geral. As condições de energia que claramente proíbem a extração de quantidades infinitas de energia do vácuo são válidas para teorias quânticas muito diferentes, independentemente de simetrias," acrescentou o pesquisador.
Lei da conservação de energia não pode ser enganada
Certamente, isso não tem a ver com pretensas máquinas que supostamente geram energia do nada, ainda que haja projetos sérios envolvendo a energia do vácuo que possam dar margem a tais comparações.
"O fato de a natureza permitir uma energia menor do que zero por um determinado período de tempo em um determinado local não significa que a lei de conservação de energia seja violada," enfatiza Grumiller. "Para permitir fluxos de energia negativos em um determinado local, é preciso compensar com fluxos de energia positivos nas imediações".
Mesmo que o assunto seja um pouco mais complicado do que se pensava anteriormente, a conclusão é que a energia não pode ser obtida do nada, mesmo que ela possa se tornar negativa. Os novos resultados obtidos agora impõem limites restritos à energia negativa, conectando-a com propriedades quintessenciais da mecânica quântica.
Bibliografia:

Artigo: Local Quantum Energy Conditions in Non-Lorentz-Invariant Quantum Field Theories
Autores: Daniel Grumiller, Pulastya Parekh, Max Riegler
Revista: Physical Review Letters
Vol.: 123, 121602
DOI: 10.1103/PhysRevLett.123.121602
Link: https://arxiv.org/abs/1907.06650

Espectro de Corpo Negro

fonte: Phet

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Física ao Vivo - Daniel A. T. Vanzella - O que significa E=mc²?



 Disponível em: http://www.sbfisica.org.br/v1/home/index.php/pt/fisica-ao-vivo/978-fisica-ao-vivo-daniel-a-t-vanzella-o-que-significa-e-mc

'Mercúrio retrógrado' é uma ilusão de ótica que não influencia vida na Terra, explicam cientistas


Imagem de MercúrioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMercúrio retrógrado é um fenômeno que ficou popularmente conhecido por meio da astrologia

Mercúrio retrógrado.
É um conceito que descreve um fenômeno astronômico, mas que se espalhou para a cultura popular por meio da astrologia e que se traduz para muitos como algo de ruim que pode acontecer.
Mas o que é realmente Mercúrio retrógrado?
Em termos científicos, Mercúrio retrógrado é simplesmente uma ilusão de ótica que faz parecer que o planeta está retrocedendo, a partir da nossa perspectiva da Terra.
"Mercúrio retrógrado é uma definição científica real, que descreve o que acontece quando esse planeta parece estar se movendo para trás, da perspectiva da Terra", disse à BBC a astrofísica de Oxford Rebecca Smethurst.
Mas não é assim. É simplesmente uma ilusão de ótica que ocorre porque o observamos da Terra", disse Smethurst.

Mercúrio próximo ao SolDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO fenômeno do Mercúrio retrógrado é, na verdade, uma ilusão de ótica

No entanto, para o mundo da astrologia, a suposta reversão de Mercúrio está associada a períodos de instabilidade ou confusões.
Por isso alguns falam, por exemplo, da influência do Mercúrio retrógrado no Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, prevista para 31 de outubro e de todo o caos que acompanha esse processo.
"É preciso deixar algo muito claro: nenhum movimento dos planetas influencia ou pode influenciar o que acontece na Terra. Não há estudos que demonstrem uma relação disso com o comportamento das pessoas", disse a astrofísica Rebecca Smethurst.
Mas como acontece esse fenômeno científico e qual é a suposta relação estabelecida pelos astrólogos?

Fórmula 1

De acordo com Smethurst e Rick Fienberg, da Sociedade Astronômica dos Estados Unidos, o fenômeno ótico ocorre porque Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e leva apenas 88 dias para orbitar em torno da nossa estrela.
A Terra leva 365 dias para fazer essa mesma jornada.
"É como comparar um carro de Fórmula 1, que neste caso é Mercúrio, a um veículo mais lento que percorre um circuito mais distante, que neste exemplo seria a Terra", explicou Smethurst.

Símbolos do zodíaco, usado por astrólogosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMercúrio demora 88 dias para dar uma volta completa em torno do Sol, enquanto a Terra demora 365

"Mercúrio não só vai mais rápido, mas também percorre uma distância menor."
O especialista ainda ressalta que, de três a quatro vezes por ano, ocorre o efeito óptico descrito como Mercúrio retrógrado: a impressão é de que o corpo celeste está retrocedendo, se afastando.
Mas com um elemento adicional: as órbitas da Terra e de Mercúrio ao redor do Sol são totalmente diferentes.
"É como se Mercúrio desse uma volta em nós. Ele se aproxima e depois passa pela gente", disse o astrônomo Rick Fienberg ao The New York Times.
Smethurst e Fienberg dão o mesmo exemplo: é um efeito semelhante ao que acontece ao tentar ultrapassar um carro na estrada.
Por um momento, parece que o outro veículo ficou mais lento, mas ele simplesmente está mantendo a mesma velocidade.

Astrologia

Esse fenômeno — que também ocorre com outros planetas — tem sido associado na astrologia há muito tempo a eventos que ocorrem no dia a dia.
Os céticos apontam que, sendo um fenômeno que ocorre três ou quatro vezes por ano, é útil para os astrólogos culpá-lo quando as coisas não estão indo bem.
"A associação que ocorre é por reforço positivo, como acontece com o horóscopo: 'Hoje é possível que você perca as chaves se você nasceu em maio', diz uma previsão. E talvez você nunca tenha pensado nisso, mas começa a prestar atenção porque o horóscopo disse isso", explicou a astrofísica Rebecca Smethurst.

Homem observa céu estreladoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMercúrio retrógrado é visto por astrólogos como uma época de mal-entendidos e confusões

"O mesmo vale para Mercúrio retrógrado", disse.
Como na astrologia Mercúrio é considerado o planeta da comunicação, quando ocorre o fenômeno de Mercúrio retrógrado são previstos mal-entendidos e confusões.
Segundo um estudo do Centro de Pesquisas Pew, 37% das mulheres e 20% dos homens nos Estados Unidos acreditam nos postulados da astrologia.
"Mas não há uma única evidência científica de que esses tipos de fenômenos tenham alguma influência sobre o que acontece na Terra... muito menos sobre o que acontecerá com o Brexit", concluiu Smethurst

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50006398

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Veja os focos de incêndio na Amazônia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/08/2019
Veja os focos de incêndio na Amazônia
Comparação dos incêndios na Amazônia entre os anos de 2018 e 2019.
[Imagem: ESA]

Dia da Queimada
A ESA (Agência Espacial Europeia) divulgou dados coletados pela constelação de satélites Sentinel-3, revelando os focos de incêndio que assolam a Amazônia.
Os dados revelam que há quase quatro vezes mais incêndios neste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, embora neste século outros anos já tenham apresentado números maiores. Além do Brasil, que detém 60% da Floresta Amazônica, partes do Perú, Bolívia, Paraguai e Argentina foram também afetadas.
O Atlas dos Incêndios Mundiais do Sentinel-3 detectou quase 4.000 incêndios entre 1 e 24 de agosto de 2019, enquanto no ano passado houve uma média de 1.110 incêndios.
Plumas de fumaça espalharam-se pela região e ventos fortes levaram a fuligem até São Paulo - a mais de 2.500 km de distância - causando uma nuvem de escuridão sobre a cidade. De fato, a fumaça atingiu a costa Atlântica, vencendo a Serra do Mar.
Veja os focos de incêndio na Amazônia
Esta imagem mostra os incêndios florestais na fronteira entre Bolívia, Paraguai e Brasil.
[Imagem: ESA]
Toneladas de fumaça
O sistema europeu calcula que os incêndios liberaram 228 megatoneladas de dióxido de carbono na atmosfera, bem como grandes quantidades de monóxido de carbono.
Segundo a ESA, o Serviço de Cartografia de Emergência da constelação Copernicus foi ativado para ajudar a responder ao incêndio. O serviço utiliza observações por satélite para auxiliar as autoridades de proteção civil e, em casos de desastre, a comunidade humanitária internacional a ajudar a responder a emergências.
A gravidade dos incêndios atingiu os mais altos níveis políticos. Considerada uma crise internacional, as nações do G7, que se encontraram em França, ofereceram um financiamento emergencial de 20 milhões de euros para ajudar o Brasil e os seus países vizinhos a apagar os incêndios, segundo o presidente francês Emmanuel Macron.
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Veja os focos de incêndio na Amazônia. 27/08/2019. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=veja-focos-incendio-amazonia. Capturado em 30/09/2019.