quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Afinal, por que o céu é azul?

Em nossa infância, bem quando começamos a nos perguntar o porquê das coisas aos nossos pais, surge a seguinte dúvida: por que o céu é azul? Em um esforço de nossos pais para nos explicar, muitas  vezes somos esclarecidos com um daqueles exemplos de erros científicos que viraram crença popular: o céu é azul por causa do reflexo dos oceanos na atmosfera. Embora essa resposta seja aceitável – ela até parece ser plausível – não faz sentido que o céu no meio de um deserto também seja azul, muito menos que o céu no interior dos continentes, afastados do litoral sejam azuis também.
1280px-Death_Valley,19820816,Desert,incoming_near_Shoshones
Para entender o real motivo pelo qual o céu é azul, precisamos nos aprofundar um pouquinho acerca da natureza ondulatória da luz visível.

O que é a luz?

A luz, para fim desse artigo, será tratada como uma onda eletromagnética. Todas as ondas eletromagnéticas possuem características como frequência e comprimento de onda, sendo essas características o que influenciarão na cor e dispersão da luz em nossa atmosfera.
Nossos olhos só conseguem enxergar certas frequências do espectro eletromagnético. A luz vermelha, por exemplo, possui um comprimento de onda maior e uma frequência menor do que a luz azul, o que prova que frequência e comprimento de onda são grandezas inversamente proporcionais.

Partículas da atmosfera: as verdadeiras culpadas pelo céu azul

Quando a luz passa de um meio para outro ocorre o fenômeno da refração. A refração pode ser estudada em casa com um prisma (ou qualquer pedaço de vidro, plástico ou materiais do tipo devidamente “alinhados” com a luz do Sol). Quando a luz que vem do sol (chamada de luz branca, por ser a composição de todas as cores do espectro da luz visível) passa do vácuo do espaço para a atmosfera, o mesmo fenômeno ocorre. Como em um prisma, as diferentes frequências de onda serão refratadas com ângulos diferentes, como no esquema abaixo:
Light_dispersion_conceptual_waves
Por a nossa atmosfera ser constituída de moléculas de gás como oxigênio, hidrogênio e partículas em suspensão, ela acaba se tornando uma verdadeira pista de obstáculos para as ondas de luz que trilham seu caminho até chegar em nós. A onda vermelha, como observado na animação acima, possui um comprimento de onda maior do que a luz azul e violeta. Sendo assim, a probabilidade de que ela esbarre nas partículas em seu caminho é muito menor do que as de comprimento de onda menor.
Então a luz azul, por colidir com mais incidência nas partículas que compõem nossa atmosfera, acaba sendo refletida para todos os lados. Consequentemente, um dos raios de luz azul refletidos, resultado dessa colisão, acaba chegando aos nossos olhos. De certa forma, nosso céu é abundante em luz azul.

Mas não faria mais sentido o céu ser violeta, já que as ondas de luz violeta possuem o menor comprimento de onda?

Faria, e é isso que acontece! Mas antes de você pensar que tudo o que leu nesse artigo foi uma mentira, vale lembrar um pouco das aulas de anatomia humana:
Nossos olhos possuem células denominadas cones, cuja função é perceber as cores. Os mesmos cones que percebem a cor azul podem ser sensibilizados por cones de frequências próximas, como o violeta. O resultado disso é que, para frequência próximas, nosso olho pode interpretar diversas cores como uma só.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O que aconteceu na noite anterior ao Big Bang?

O que aconteceu na noite anterior ao Big Bang
[Imagem: Martin Bojowald]

O que aconteceu na noite anterior ao Big Bang? O que deixou de existir para que o novo universo-bebê pudesse vir à luz? Questões como essas poderiam ser rapidamente catalogadas como filosofia ou até como metafísica. Não para o Dr. Martin Bojowald, da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Para ele essas são algumas das questões mais importantes a serem respondidas pela Física.
Grande Salto
E ele está tentando fazer sua parte. Bojowald acaba de apresentar uma teoria que simplesmente elimina a idéia do Big Bang: para ele, o que houve foi um Big Bounce, um Grande Salto. "Meu artigo introduz um novo modelo matemático que nós podemos usar para derivar novos detalhes acerca das propriedades de um estado quântico à medida em que ele viaja através do Big Bounce, que substitui a idéia clássica de um Big Bang como o início do nosso universo," diz ele.
A nova teoria também sugere que, embora seja possível descobrir muitas propriedades dos momentos iniciais do universo, haverá sempre uma incerteza sobre algumas dessas propriedades. Seus cálculos demonstram que existe uma espécie de "esquecimento cósmico", que resulta das extremas forças quânticas existentes durante o Big Bounce.
Big Bang absurdo
O conceito de um Big Bang nada tem de intuitivo. Como também parece ir contra todos os sentidos a idéia de uma velocidade constante e imutável da luz. Mas os físicos sabem que esse é o melhor modelo existente hoje e que esse modelo permitiu avanços científicos cuja comprovação independe da intuição ou da avaliação pelos sentidos. Eles sabem também que um modelo é menos do que uma teoria, que por sua vez é menos do que a realidade.
O que aconteceu na noite anterior ao Big Bang?Einstein descreveu o Big Bang como uma "singularidade" - um termo do jargão científico para absurdo. Essa singularidade teria um volume zero com uma densidade infinita, contendo uma energia também infinita. Essa "sujeira varrida para debaixo do tapete" da Física reapareceu quando surgiu a Mecânica Quântica, que não existia nos tempos de Einstein. A Teoria da Relatividade é muito boa para as grandezas estelares, mas não consegue dar conta das grandezas atômicas - este é o reino da Mecânica Quântica.
Universo anterior
Estas duas teorias parecem irreconciliáveis, sendo a busca de uma forma de compatibilizá-las o maior desafio para os físicos da atualidade. No caso do Big Bang, quando utilizaram as equações da Teoria Quântica para estudar o nascimento do nosso universo, os cientistas descobriram que os resultados apontam para um "átomo primordial" cujo volume não é zero e cuja energia contida não é infinita. Sendo assim, é possível continuar os cálculos para antes da ocorrência do Big Bang. Ou seja, a teoria revela a existência de um universo anterior ao Big Bang, rompendo os limites que a grande explosão primordial representava para os físicos.
Ainda não existe uma nova teoria que possa unificar a Teoria Quântica e a Teoria da Relatividade. Mas existem teorias que se colocam como candidatas a esse posto. Uma das mais fortes candidatas é a Teoria da Gravidade Quântica em Circuito Fechado ("Loop Quantum Gravity"). Foi esta teoria que lançou pela primeira vez a idéia de um Grande Salto - um acontecimento cósmico que representa simultaneamente o fim de um universo e, partir de seus despojos, o nascimento de um novo, - apresentando uma descrição matemática que permite deduzir as propriedades de um universo anterior, cujo colapso fez surgir o nosso.
"A Teoria da Relatividade Geral de Einstein não inclui a física quântica com a qual você deve contar a fim de descrever as energias extremamente altas que dominaram nosso universo durante os primeiros momentos de sua evolução," explica o Dr. Bojowald.
Os fios quânticos do tecido do espaço-tempo
Essa é justamente a pretensão da Teoria da Gravidade Quântica em Circuito Fechado. Ela estabelece que o tecido do espaço-tempo tem uma geometria atômica construída com "fios" quânticos unidimensionais. As leis da física quântica, que dominam as condições extremas nos instantes imediatamente anteriores ao colapso do universo que precedeu o nosso, fazem com que esse tecido de espaço-tempo seja violentamente rasgado. A gravidade então se torna fortemente repulsiva e aí se dá o Grande Salto. E nasce o nosso universo.
Nesse acontecimento dramático é possível tirar pelo menos duas conclusões importantes sobre esse universo anterior. A primeira é que ele apresentava um comportamento de contração, contrariamente ao que agora acontece com o nosso, que está em expansão. A segunda é que ele possuía uma geometria do espaço-tempo similar à apresentada pelo nosso universo.
Universos diferentes
O novo modelo matemático que Bojowald acaba de criar dá ferramentas para que se saiba mais a respeito desse universo anterior. Até agora a Teoria da Gravidade Quântica em Circuito Fechado contava apenas com métodos numéricos, que exigem sucessivas aproximações para se chegar às soluções. O novo modelo matemático resulta em soluções analíticas precisas por meio da solução de uma série de equações matemáticas. E tudo de maneira mais simples, porque o modelo agora é menor.
O que aconteceu na noite anterior ao Big Bang?
As equações diferenciais da gravitação quântica do modelo original exigiam sucessivos cálculos que incluíam pequenos incrementos de tempo. O modelo de Bojowald consiste em um modelo integrável, no qual se pode especificar um período cumulativo de tempo para comportar todas as pequenas mudanças incrementais.
As equações do novo modelo necessitam de parâmetros que descrevem o estado do nosso universo de forma precisa, o que significa que os cientistas podem usar o modelo para viajar matematicamente de volta no tempo, dando uma marcha-a-ré na evolução do universo e descobrindo como ele era em seus momentos iniciais. As equações também contêm alguns parâmetros "livres" que não são ainda conhecidos com precisão.
A nova teoria joga por terra um comportamento já levantado por outros cientistas: o de que o universo "renasceria" seguidas vezes, contraindo-se e renascendo sempre com as mesmas características. Pelo menos um dos parâmetros que se referem ao universo anterior não sobrevive à viagem através do Grande Salto - este é o "esquecimento cósmico" a que se refere o cientista. "A eterna recorrência de universos absolutamente idênticos parece ser uma impossibilidade devido à aparente existência de um esquecimento cósmico intrínseco," diz ele.
Bibliografia:

What happened before the Big Bang?
Martin Bojowald
Nature Physics
01 Jul 2007
Vol.: Online - Letters

Fonte: Inovação Tecnológica

Matéria e antimatéria têm mesmo peso

Matéria e antimatéria têm mesmo peso
Esta é a garrafa de antimatéria, no qual os prótons e antiprótons giram cerca de 30 milhões de vezes por segundo - essa frequência rotacional é usada para determinar a massa das duas partículas. [Imagem: Georg Schneider/Base-Collaboration]

Antiexplosão
Que nosso mundo existe, é algo que dispensa demonstrações.
Mas, se a teoria central da física estivesse correta - ou completa -, ele não deveria existir.
Isto porque o modelo do Big Bang, o momento da criação do nosso Universo, estabelece que matéria e antimatéria foram criadas na mesma proporção.
Assim, o "bum" do Big Bang deveria ter sido seguido de um "mub" - um bum ao contrário, no qual a matéria e a antimatéria se aniquilariam, e nada mais existiria.
Como o modelo é muito bom e já permitiu muitos avanços do conhecimento, os físicos vêm contorcendo as dobras cerebrais há décadas em busca de uma explicação para essa assimetria entre matéria e antimatéria - afinal, onde teria ido parar a antimatéria se ela realmente tivesse sido criada na Grande Explosão?
O peso da antimatéria
Infelizmente, mais duas tentativas de encontrar respostas - e de desafiar o modelo padrão da física - chegaram a um beco sem saída.
Pesquisadores alemães e japoneses do projeto BASE (Baryon Antibaryon Symmetry Experiment) compararam um próton e um antipróton com a maior precisão já obtida até hoje - e não encontraram diferenças entre eles.
Usando uma "garrafa de antimatéria" de 20 centímetros de comprimento, conhecida como armadilha de Penning, eles compararam um único próton de hidrogênio com um antipróton e descobriram que eles têm uma relação carga/massa idêntica até 11 casas decimais.
A relação carga/massa é uma propriedade importante das partículas porque duas partículas que apresentem o mesmo valor irão se mover na mesma rota no vácuo quando sujeitas ao mesmo campo elétrico ou magnético, indicando o que poderia ter ocorrido após a criação das partículas de matéria e antimatéria.
Ao mesmo tempo, físicos do experimento ALICE, do LHC, mediram o peso dos núcleos de deutério e antideutério, e de hélio-3 e anti-hélio-3, e também não conseguiram registrar nenhuma diferença de massa entre eles.
Embora sem a mesma precisão e elegância do experimento BASE, a medição do LHC poderia eventualmente revelar alguma diferença sutil gerada pela união entre as partículas, já que o deutério tem um nêutron adicional em relação ao hidrogênio, e o hélio-3 tem dois prótons mais um nêutron - mas essa diferença não apareceu, pelo menos até onde a precisão do experimento consegue detectar.
Matéria e antimatéria têm mesmo peso
Esquema de funcionamento da garrafa de antimatéria da equipe BASE. [Imagem: Stefan Ulmer et al. - 10.1038/nature14861]
Comparar o magnetismo
Se houvessem indicado alguma diferença, os experimentos estariam apontando um "buraco" no modelo padrão da física - que diz que não deve haver diferença entre matéria e antimatéria -, um buraco a partir do qual os pesquisadores poderiam começar a escarafunchar em busca de uma "nova física", que pudesse ter melhor poder explicativo do que as teorias atuais.
Como não encontraram nada comparando o peso da matéria e da antimatéria, os físicos agora pretendem encontrar diferenças comparando os momentos magnéticos das partículas e das antipartículas.
Bibliografia:

High-precision comparison of the antiproton-to-proton charge-to-mass ratio
Stefan Ulmer, Christian Smorra, Andreas Mooser, Kurt Franke, Hiroki Nagahama, Georg Schneider, Takashi Higuchi, Simon Van Gorp, Klaus Blaum, Yasuyuki Matsuda, Wolfgang Quint, Jochen Walz, Yasunori Yamazaki
Nature
Vol.: 524, 196-199
DOI: 10.1038/nature14861

Precision measurement of the mass difference between light nuclei and anti-nuclei
ALICE Collaboration
Nature Physics
Vol.: Accepted paper
DOI: 10.1038/nphys3432

Fonte: Inovação tecnológica

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Desista do Concurso Público! É mais fácil. Ou então veja essas 5 dicas para se manter motivado e conseguir a aprovação que tanto deseja.

Quem já passou em concurso público sabe muito bem que a principal característica de um bom concurseiro é "não desistir nunca". Mas em meio a tantas provas, editais, viagens, reprovações e não convocações, o que de fato pode servir de motivação para um concurseiro não desistir da carreira pública?
5 dicas para no desistir do Concurso Pblico

1 - Esqueça a concorrência

Pode parecer meio clichê, mas em concursos públicos, seu único concorrente é você mesmo! Vamos imaginar que você está lá super empolgado com seus estudos para a próxima prova e quando sai a relação candidato/vaga a surpresa: 400/1... 100/1... 30/1. Lembre-se do seguinte: Alguém sempre passa, e se você estiver preparado, esse alguém será você.

2 - Não seja influenciável

Vida de concurseiro não é fácil. Inevitavelmente você abre mão da sua vida social apenas para estudar. Então, é nessa hora que os 'mensageiros do mal' vão tentar te influenciar com coisas do tipo "vamos sair", "você precisa viver", "concurso é jogo de cartas marcadas", "mesmo que você passe não te chamam", e isso acontece justamente no dia que você está rendendo melhor nos estudos. Não se deixei influenciar. Foque!

3 - Por falar em foco...

É normal os concurseiros estudarem em 'bando', muitas vezes eles (nós) se reúnem com vários outros amigos para estudar. Até aí tudo bem, mas só que estudam para concursos diferentes. Pois é. Não pode, ou pelo menos, não deveria. Escolher uma área específica para focar seus estudos naquele assunto e fazer a tal da "imersão" é fundamental para ter sucesso no seu concurso. Em grupos com o mesmo objetivo, além dos estudos, as conversas serão super produtivas. Tenta lá pra você ver como é legal.

4 - Descanso e equilíbrio

No item 2 falei de abrir mão da vida social. Sim, mas nem tanto. Tudo é meio termo, já dizia minha psicóloga. Ficar em casa trancado por muito tempo, ou então pra quem trabalha e estuda, usar o tempo livre somente para estudar vai te levar a loucura. Vai por mim, isso vai te desmotivar. Então, separe um tempo para tomar aquela cerveja com os amigos, pegar uma praia, ir ao cinema. Distraia sua cabeça com coisas que não tenham absolutamente nada a ver com os seus estudos. Se precisar, tire um dia de folga dos seus livros e vá se curtir um pouco. Mas lembre-se: meio termo é tudo!

5 - Pergunte (e converse) com quem entende do assunto

Se for alguém que já passou por uma experiência parecida e conseguiu a aprovação (e nomeação) melhor ainda. Quem foi que disse que nos concursos públicos não tem networking? Busque na internet, a comunicação hoje ficou tão mais fácil. Converse com delegados, defensores, juízes, enfim, tenho certeza que eles terão o maior prazer em te contar a experiência deles. Além de te dar dicas preciosas;-)
Por falar em conversar com quem entende, o defensor público Gerson Aragão está disponibilizando gratuitamente o seu livro de estratégias para concursos com ótimas dicas. Baixe gratuitamente o livro digital dele clicando aqui.

Disponível em:http://concurseiroprofissional.jusbrasil.com.br/artigos/220539959/desista-do-concurso-publico-e-mais-facil?utm_campaign=newsletter-daily_20150819_1719&utm_medium=email&utm_source=newsletter

OBFEP

Calendário OBFEP

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Jovem Júpiter desafia teorias de formação planetária

Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Jovem Júpiter desafia teorias de formação planetária
Concepção artística do exoplaneta 51 Eri b, que mostra que planetas similares a Júpiter podem ter um nascimento quente. [Imagem: Danielle Futselaar & Franck Marchis, SETI Institute.]
Exoplanetas fotografados
O recém-instalado instrumento GPI (Gemini Planet Imager) fez a sua primeira descoberta visual de um exoplaneta: um exoplaneta que passa a ocupar a posição de planeta extrassolar de menor massa já fotografado diretamente.
Com base nos dados coletados até agora, os astrônomos calculam que o exoplaneta 51 Eri b pesa duas vezes mais que Júpiter, muito menos do que os exoplanetas fotografados diretamente antes, que tipicamente pesam pelo menos cinco vezes a massa de Júpiter - alguns chegam a ter massas 13 vezes maiores do que Júpiter.
O GPI é um instrumento de caça direta a exoplanetas instalado no Telescópio Gemini Sul, no Chile. Tal como outros instrumentos similares - como o Sphere, instalado no VLT -, ele foi projetado para detectar planetas significativamente mais próximos de sua estrela-mãe, e de massa significativamente menor, do que os outros já identificados até agora.
O instrumento também é capaz de detectar planetas mais jovens, que, como ainda retêm o calor de sua formação, são mais luminosos e mais facilmente visíveis.
Jovem Júpiter desafia teorias de formação planetária
O instrumento GPI está instalado no telescópio Gemini Sul, no Chile, e deverá fotografar diretamente muitos outros exoplanetas. [Imagem: Observatório Gemini/Divulgação]
Planetas quentes ou planetas frios
O novo exoplaneta orbita a estrela 51 Eridani, uma estrela com pouco mais de 20 milhões de anos de idade, a apenas 13unidades astronômicas de distância.
Como a estrela é muito jovem, ela e seus planetas dão informações valiosas sobre a formação dos sistemas planetários - calcula-se que o Sistema Solar tenha 4,5 bilhões de anos.
Estudando as emissões térmicas do exoplaneta, Bruce Macintosh e seus colegas da Universidade de Stanford calcularam sua composição atmosférica, que é muito parecida com a de Júpiter, dominada pelo metano. Esta é outra novidade, já que, até agora, as assinaturas de metano têm sido fracas ou inexistentes nos exoplanetas fotografados diretamente.
Os astrônomos defendem que o planeta se formou em um processo similar ao de Júpiter, sendo uma "ponte" entre os planetas mais quentes com órbitas mais distantes e o nosso Júpiter.
Na verdade, as descobertas recentes têm desafiado os astrônomos, que acreditavam que planetas como Júpiter nasciam lentamente e de forma fria. Planetas como o 51 Eridani b dão suporte à teoria do "início quente", que propõe que esses planetas se formam rapidamente e com muito calor.

Bibliografia:

Discovery and spectroscopy of the young Jovian planet 51 Eri b with the Gemini Planet Imager
B. Macintosh et al.
Science
Vol.: Published online
DOI: 10.1126/science.aac5891

Fonte: Inovação Tecnológica

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Eclipses do Sol e da Lua


Eclipse significa o desaparecimento aparente e temporário de um corpo celeste pela interposição de outro. A palavra vem do grego ekleipsis, que significa desmaio.


O astro interceptado escurece, como se sofresse um desmaio, daí o designativo de origem grega, que se costuma reservar para os casos do Sol e da Lua, embora também ocorram eclipses entre outros astros, como os satélites de Júpiter ou mesmo entre estrelas distantes.

O tamanho e a distância da Lua também foram revelados com admirável precisão, ainda antes de Cristo, através de cálculos simples a partir da observação de eclipses lunares.
Mistério revelador

Para muitas pessoas os eclipses evocam mistério, mas para a ciência eles servem justamente para desvendá-los. Os eclipses da Lua forneceram a primeira evidência da forma da Terra e também foram utilizados no estudo da alta atmosfera terrestre.
Mas a principal contribuição científica dos eclipses solares sem dúvida está nos estudos da atmosfera solar, que se torna visível durante os poucos minutos da escuridão diurna propiciada por um eclipse total.
Esta seção é seu ponto de partida para o fascinante mundo dos eclipses do Sol e da Lua. Escolha, a seguir, qual desses fenômenos você quer conhecer primeiro. Aprenda a observar um eclipse solar com segurança, veja a história de alguns eclipses recentes e descubra como será o próximo.

Encontre o seu eclipse
Quando foi a última vez que aconteceu um eclipse na sua cidade? Quando acontecerá o próximo? Os eclipses deste ano – e de muitos outros, você encontra aqui… [Mais]
Eclipses da Lua
Como nos contos de terror, um eclipse lunar só pode acontecer em noites de Lua Cheia. Mas se fosse apenas isso, haveria eclipses todos os meses… [Mais]
Eclipses do Sol
A cada ano ocorrem pelo menos dois eclipses. E se forem apenas dois, serão do Sol. Mas é necessário que a Lua passe precisamente entre a Terra e o Sol… [Mais]
» Referências (fontes consultadas):
• Mourão, R. R. F. Eclipses, da supertição à previsão matemática. Rio Grande do Sul: Editora Unisinos, 1993. 238 p.


Disponível em: http://www.zenite.nu/eclipses-do-sol-e-da-lua/#ixzz3inUwerCn


Fonte: http://www.zenite.nu/eclipses-do-sol-e-da-lua/

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O Universo está morrendo?

Com informações do ESO -  

O Universo está morrendo?
O projeto GAMA (Galaxy And Mass Assembly) é o maior rastreio já realizado em múltiplos comprimentos de onda, feito com o auxílio de vários dos telescópios mais poderosos do mundo. A imagem mostra a distribuição das galáxias dos vários mapeamentos.[Imagem: ICRAR/GAMA]
Geração de energia no Universo
Uma equipe internacional de astrônomos completou uma análise de mais de 200.000 galáxias, medindo a energia gerada numa enorme região do espaço com a maior precisão já obtida até hoje.
Com os dados, eles fizeram a melhor estimativa da produção de energia no Universo - ao menos na parte do Universo mais próxima de nós.
E concluíram que a energia produzida nesta região do Universo é hoje apenas cerca da metade da energia produzida há dois bilhões de anos.
E como este enfraquecimento ocorre em todos os comprimentos de onda medidos - 21 ao todo, do ultravioleta ao infravermelho longínquo -, a equipe concluiu que o Universo está morrendo lentamente.
Morte do Universo
O modelo cosmológico mais aceito estabelece que toda a energia do Universo foi criada durante o Big Bang, sendo que uma parte foi criada como massa. E as estrelas brilham ao converter massa em energia, tal como descrito na famosa equação de Einstein E=mc2.
"Enquanto a maior parte da energia espalhada pelo Universo surgiu no seguimento do Big Bang, energia adicional está sendo constantemente criada pelas estrelas à medida que estas fusionam elementos como o hidrogênio e o hélio," disse Simon Driver, coordenador do projeto GAMA (Galaxy And Mass Assembly).
"Esta nova energia, ou é absorvida pela poeira à medida que viaja pela sua galáxia hospedeira, ou escapa para o espaço intergaláctico e viaja até atingir alguma coisa, como por exemplo outra estrela, um planeta ou, muito ocasionalmente, um espelho de telescópio," detalha Driver.
O Universo está morrendo?
A queda na produção de energia das galáxias foi registrada em 21 comprimentos de onda. [Imagem: ICRAR/GAMA]
Destino do Universo
O fato de o Universo estar em declínio lento é uma ideia defendida desde o final da década de 1990, e este novo esforço observacional ilustra como este processo estaria acontecendo em todos os comprimentos de onda - ainda que muitos astrônomos não concordem com a tese.
A equipe de pesquisadores espera poder expandir este trabalho mapeando a produção de energia ao longo de toda a história do Universo, utilizando para isso uma quantidade de novos observatórios, incluindo o maior radiotelescópio do mundo, o SKA (Square Kilometre Array), que será construído na Austrália e na África do Sul durante a próxima década.

Bibliografia:

Galaxy And Mass Assembly (GAMA): Panchromatic Data Release (far-UV-far-IR) and the low-z energy budget
Simon P. Driver et al.
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: Accepted Paper
http://www.simondriver.org/mwavev02.pdf
Fonte: Inovação Tecnológica

sábado, 8 de agosto de 2015

Os blogs no ensino de Física

Estaneno: A um passo da supercondutividade a temperatura ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Estaneno mais próximo da supercondutividade a temperatura ambiente
O estaneno é um isolante topológico, um tipo de material no qual os elétrons comportam-se de forma diferente quando se movem no interior ou nas bordas do material. [Imagem: Feng-feng Zhu et al. - 10.1038/nmat4384]
Supercondutor quente
Os físicos acreditam estar a um passo de comprovar a previsão teórica da existência de um material supercondutor a temperatura ambiente.
Há dois anos, uma equipe das universidades Tsinghua (China) e Stanford (EUA) previu a existência do estaneno, uma folha de estanho com um único átomo de espessura - assim como o grafeno é uma folha monoatômica de carbono.
Embora já se saiba que o grafeno foi apenas o começo nesse reino emergente de materiais monoatômicos, o que causou alvoroço é que os cálculos teóricos indicam que o estaneno será um supercondutor a temperatura ambiente.
Os supercondutores, materiais que conduzem eletricidade sem perdas, já têm muitos usos, mas precisam de temperaturas criogênicas para atingir o estado de resistência elétrica zero, o que inibe seu uso na maioria das aplicações.
Estaneno real
Agora, o grupo conseguiu pela primeira vez sintetizar o estaneno em laboratório.
Eles criaram um vapor de estanho em um ambiente de vácuo e deixaram que os átomos se depositassem sobre um substrato, comprovando que o elemento realmente se cristaliza na forma prevista, formando o tão esperado estaneno.
O problema é que a deposição até agora só funcionou bem em uma placa de telureto de bismuto, um material que interfere com o estaneno, impedindo que a amostra fosse utilizada para comprovar a supercondutividade.
A equipe, assim como vários outros grupos ao redor do mundo, continuam em busca de uma forma mais simples e mais robusta de produzir o material, que eles acreditam funcionar como um isolante topológico, um tipo de material no qual os elétrons comportam-se de forma diferente quando se movem no interior ou nas bordas do material.
Em um isolante topológico, os portadores de carga, como os elétrons, viajam em uma direção que é dependente do seu spin. A corrente elétrica não é dissipada porque a maioria das impurezas não afeta o spin, não retardando os elétrons, advindo assim a supercondutividade.

Bibliografia:

Epitaxial growth of two-dimensional stanene
Feng-feng Zhu, Wei-jiong Chen, Yong Xu, Chun-lei Gao, Dan-dan Guan, Can-hua Liu, Dong Qian, Shou-Cheng Zhang, Jin-feng Jia
Nature Materials
Vol.: Published online
Fonte : Inovação tecnológica