Com informações da New Scientist - 19/02/2016
Por ter nascido a hidrogênio, o Rasa exige 10 vezes menos potência das células a combustível. [Imagem: Anthony Dawton/Riversimple/Divulgação]
Pegando novas rotas
Os EUA e a Europa investiram bilhões de dólares e euros nos últimos anos em pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de usar o hidrogênio como combustível para automóveis.
Apesar dos esforços, os resultados não têm aparecido, com a colocação das células de combustível a hidrogênio nos carros mostrando-se mais difícil do que se imaginava a princípio.
Assim, quando um enfoque não dá certo, talvez seja melhor rever o plano.
É o que está fazendo a emergente Riversimple, do Reino Unido.
Em vez de inserir o tanque de hidrogênio, as células a combustível e os motores elétricos dentro de um carro tradicional, o engenheiro e empresário Hugo Spowers pegou esse conjunto propulsor, viu o que ele poderia fornecer em termos de desempenho e autonomia, e projetou um carro totalmente novo ao seu redor.
O resultado é o Rasa, que não impressiona pela beleza, mas é capaz de rodar 480 km sem reabastecimento - mais do que a maioria dos veículos híbridos e elétricos atuais - porque nasceu muito leve, exigindo 10 vezes menos potência das células a combustível.
[Imagem: Riversimple/Divulgação]
Freios eletrizantes
Como todo carro elétrico, o Rasa mostra vigor na aceleração, mas as novidades tecnológicas se mostram na hora de usar os freios. Em lugar dos tradicionais freios a fricção, a disco ou a tambor, o carro possui freios inteiramente elétricos.
Quando se aperta o pedal do breque o que ocorre é uma reversão nos motores elétricos - são quatro, um em cada roda. Além de diminuir a velocidade, isso transforma os motores em geradores, levando ao extremo o princípio dafrenagem regenerativa - há também um freio a fricção de segurança, que pode ser acionado em situações de emergência.
Toda a energia cinética do veículo é transformada em eletricidade, que é armazenada em um supercapacitor, uma espécie de bateria capaz de liberar grandes quantidades de energia muito rapidamente. Essa energia extra é usada nas acelerações, já que a produção da célula a combustível é contínua e suave, mais afeita às velocidades de cruzeiro.
Enquanto um carro como o Toyota Prius recupera cerca de 10% da energia cinética em seu sistema de freio regenerativo, o Rasa aproveita 50%.
O veículo impressiona pela tecnologia, mas a beleza talvez tenha ficado guardada no porta-malas. [Imagem: Anthony Dawton/Riversimple/Divulgação]
Infraestrutura de hidrogênio
Um dos grandes entraves da adoção do hidrogênio como combustível automotivo é o tanque, que precisa ser grosso e pesado demais porque as moléculas de hidrogênio são pequenas e atravessam qualquer material. Mas o novo protótipo conseguiu uma autonomia maior por peso do que veículos que usam baterias de íons de lítio.
Contudo, enquanto os veículos elétricos já dispõem de tomadas por todo lugar, onde podem se recarregar, os veículos a hidrogênio ainda dependerão da criação de postos de hidrogênio - e encher o tanque de hidrogênio pode ser complicado.
Fonte: Inovação Tecnológica
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