Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2015
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/Stanford]
Robôs rolantes
A NASA parece disposta a evitar o destino um tanto infeliz do robô Philae, que conseguiu se tornar a primeira máquina feita pelo homem a pousar em um cometa, mas saiu quicando descontrolado pela superfície.
Para evitar isso, a agência espacial começou a trabalhar no desenvolvimento de um robô batizado de Ouriço, que terá a superfície recoberta por uma camada de espinhos que o ajudarão a se firmar em virtualmente qualquer superfície.
A grande decepção com o Philae ocorreu porque ele foi projetado com um arpão com uma força suficiente para fixá-lo em rochas com a dureza que se esperava encontrar em um cometa. Mas o cometa é muito mais duro do que as teorias sugeriam - ainda que o arpão tenha funcionado até em concreto aqui na Terra.
"O Ouriço é um tipo diferente de robô, que irá saltar e rolar pela superfície. Ele é desenhado na forma de um cubo e pode operar independente da posição em que esteja," explicou Issa Nesnas, coordenador da equipe que está desenvolvendo o conceito no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
Rodas voadoras
Em vez de sair quicando de forma descontrolada, o Ouriço se moverá de forma quase precisa acionando e brecando rodas voadoras (flywheels) em seu interior. Os espinhos na sua superfície externa servirão de apoio e garra, além de protegerem o robô das saliências do terreno.
"Os espinhos também poderão conter instrumentos, tais como sondas termais, para medir a temperatura da superfície onde o robô rolar," explicou Nesnas.
Robô ouriço testando agarramento em vários tipos de superfície a bordo de avião da NASA que simula microgravidade. [Imagem: NASA/JPL-Caltech/Stanford]
Golpe tornado
Dois protótipos do Ouriço já foram testados em condições simuladas de microgravidade a bordo de um avião da NASA.
Durante 180 parábolas, em quatro voos, os dois robôs demonstraram vários tipos de manobras que seriam úteis para se locomover em pequenos corpos celestes com gravidade reduzida. As manobras foram realizadas em diferentes materiais, imitando uma vasta gama de superfícies: arenosa, dura e rochosa, escorregadia e gelada, e macia e quebradiça.
A manobra que mais entusiasmou os engenheiros foi batizada de "tornado", na qual o robô gira violentamente sobre si mesmo, o suficiente para arremessá-lo para o alto. Isto seria essencial para escapar do fundo de uma cratera onde ele viesse a cair de forma acidental.
Ainda não há previsão de quando um robô Ouriço irá ao espaço, mas a equipe concluiu que será muito barato construir versões pesando cerca de nove quilogramas, metade dos quais em carga útil, ou seja, em instrumentos científicos para estudar os corpos celestes visitados pelo robô.
Fonte: Inovação Tecnológica
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