Com informações da Universidade de Viena - 19/12/2014
O efeito foi demonstrado usando uma única nanopartícula de ouro depositada no interior de uma fibra óptica. [Imagem: TU Wien]
Luz com direção
Quando uma partícula absorve e emite luz, a luz que sai não é emitida apenas numa direção.
"Uma partícula no espaço livre irá sempre emitir tanta luz em uma direção em particular quanto ela emite na direção oposta," explica o professor Arno Rauschenbeutel, da Universidade de Tecnologia de Viena, na Áustria.
Mas o professor Arno e sua equipe acabam de quebrar essa simetria de emissão da luz usando nanopartículas de ouro acopladas a fibras ópticas ultrafinas.
Na estrutura construída por eles, as propriedades da luz de um laser que incide nas nanopartículas dentro da fibra óptica determinam se a luz emitida pela partícula viajará para a esquerda ou para a direita dentro da fibra.
Segundo a equipe, este novo tipo de interruptor óptico tem o potencial para alavancar de vez a nanofotônica, o que inclui, entre outras utilidades, o uso da luz em lugar da eletricidade no interior dos chips.
Quebra da simetria da luz
A quebra da simetria da luz foi possível explorando um efeito físico já conhecido, o acoplamento spin-órbita.
A luz possui um momento angular intrínseco, chamado spin. De forma semelhante a um pêndulo, que pode oscilar em um plano ou se mover em círculos, uma onda de luz também pode ter diferentes sentidos de oscilação - se ela tiver um sentido vibracional bem definido ela é chamado de "onda polarizada".
Normalmente uma onda de luz oscila em um plano perpendicular à sua direção de propagação. Se a oscilação for circular, ela lembra o movimento de uma hélice de avião - então, seu spin, ou seu eixo de rotação, aponta na mesma direção da sua propagação.
Mas as coisas mudam ligeiramente quando a luz se move através de fibras de vidro ultrafinas: sua intensidade é muito alta no interior da fibra, mas diminui rapidamente fora dela.
"Isto leva a um componente de campo adicional na direção da fibra de vidro," explica o professor Arno. O plano rotacional da onda de luz gira 90 graus. "Então, a direção da propagação é perpendicular ao spin, tal como uma bicicleta, que se desloca numa direção que é perpendicular aos eixos das rodas."
Quando a nanopartícula inserida no interior da fibra de vidro é irradiada com um laser de tal forma que ela emita luz de um determinado sentido de rotação, a luz emitida irá então se propagar apenas em uma direção particular no interior da fibra - ou para a esquerda ou para a direita.
Tecnologia prática
"Esta nova tecnologia pode ser facilmente disponibilizada em aplicações comerciais. Já agora todo o experimento cabe dentro de uma caixa de sapatos," disse o professor Arno.
"A técnica pode ser aplicada a circuitos integrados ópticos. Esses sistemas fotônicos poderão substituir um dia os circuitos eletrônicos que utilizamos hoje," prevê ele.
Bibliografia:
Chiral nanophotonic waveguide interface based on spin-orbit interaction of light
Jan Petersen, Jürgen Volz, Arno Rauschenbeutel
Science
Vol.: 346 no. 6205 pp. 67-71
DOI: 10.1126/science.1257671
Quando uma partícula absorve e emite luz, a luz que sai não é emitida apenas numa direção.
"Uma partícula no espaço livre irá sempre emitir tanta luz em uma direção em particular quanto ela emite na direção oposta," explica o professor Arno Rauschenbeutel, da Universidade de Tecnologia de Viena, na Áustria.
Mas o professor Arno e sua equipe acabam de quebrar essa simetria de emissão da luz usando nanopartículas de ouro acopladas a fibras ópticas ultrafinas.
Na estrutura construída por eles, as propriedades da luz de um laser que incide nas nanopartículas dentro da fibra óptica determinam se a luz emitida pela partícula viajará para a esquerda ou para a direita dentro da fibra.
Segundo a equipe, este novo tipo de interruptor óptico tem o potencial para alavancar de vez a nanofotônica, o que inclui, entre outras utilidades, o uso da luz em lugar da eletricidade no interior dos chips.
Quebra da simetria da luz
A quebra da simetria da luz foi possível explorando um efeito físico já
conhecido, o acoplamento spin-órbita. [Imagem: TU Wien]
A luz possui um momento angular intrínseco, chamado spin. De forma semelhante a um pêndulo, que pode oscilar em um plano ou se mover em círculos, uma onda de luz também pode ter diferentes sentidos de oscilação - se ela tiver um sentido vibracional bem definido ela é chamado de "onda polarizada".
Normalmente uma onda de luz oscila em um plano perpendicular à sua direção de propagação. Se a oscilação for circular, ela lembra o movimento de uma hélice de avião - então, seu spin, ou seu eixo de rotação, aponta na mesma direção da sua propagação.
Mas as coisas mudam ligeiramente quando a luz se move através de fibras de vidro ultrafinas: sua intensidade é muito alta no interior da fibra, mas diminui rapidamente fora dela.
"Isto leva a um componente de campo adicional na direção da fibra de vidro," explica o professor Arno. O plano rotacional da onda de luz gira 90 graus. "Então, a direção da propagação é perpendicular ao spin, tal como uma bicicleta, que se desloca numa direção que é perpendicular aos eixos das rodas."
Quando a nanopartícula inserida no interior da fibra de vidro é irradiada com um laser de tal forma que ela emita luz de um determinado sentido de rotação, a luz emitida irá então se propagar apenas em uma direção particular no interior da fibra - ou para a esquerda ou para a direita.
Tecnologia prática
"Esta nova tecnologia pode ser facilmente disponibilizada em aplicações comerciais. Já agora todo o experimento cabe dentro de uma caixa de sapatos," disse o professor Arno.
"A técnica pode ser aplicada a circuitos integrados ópticos. Esses sistemas fotônicos poderão substituir um dia os circuitos eletrônicos que utilizamos hoje," prevê ele.
Bibliografia:
Chiral nanophotonic waveguide interface based on spin-orbit interaction of light
Jan Petersen, Jürgen Volz, Arno Rauschenbeutel
Science
Vol.: 346 no. 6205 pp. 67-71
DOI: 10.1126/science.1257671
Fonte: Inovação Tecnológica
Nenhum comentário:
Postar um comentário